Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sensação de exclusão pode acarretar problemas de saúde mental a pessoas com deficiência, afirma psicólogo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/29/sensacao-de-exclusao-pode-acarretar-problemas-de-saude-mental-a-pessoas-com-deficiencia-afirma-psicologo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/29/sensacao-de-exclusao-pode-acarretar-problemas-de-saude-mental-a-pessoas-com-deficiencia-afirma-psicologo/#respond Fri, 29 Oct 2021 10:00:16 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/e4e8662cab9df8da66bb422602fdbf413b019b470d0c0ada7cec9f2971b32054_5e1cc3d6932c2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1276 A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em agosto deste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que 17,3 milhões de brasileiros com dois anos ou mais tinham alguma deficiência em 2019. O número equivale a 8,4% da população nessa faixa etária.

Segundo o IBGE, apenas 28,3% das pessoas com deficiência e em idade de trabalhar (14 anos ou mais) estavam na força de trabalho nessa época. Entre as pessoas sem deficiência, o percentual era superior, de 66,3%.

A força de trabalho é o conceito que reúne tanto os profissionais empregados (ou ocupados) quanto os desempregados (ou desocupados, que seguem em busca de novas vagas).

Para o psicólogo Flavio Vaz de Oliveira, fundador da plataforma Buscoterapia, a sensação de exclusão pode acarretar problemas à saúde mental das pessoas com deficiência.

“O sentimento de não pertencimento facilita o aumento de estresse, surgimento de ansiedade e de sintomas depressivos“, observa Flavio.

Além da menor participação no mercado de trabalho, uma das formas de exclusão das pessoas com deficiência é a falta de acessibilidade nas cidades, tanto em locais públicos como privados.

“A realidade é que nossas cidades são malconservadas, ruas esburacadas, calçadas quebradas. Para uma pessoa que não tem deficiência já é um desafio conseguir andar tranquilamente sem ter de olhar para o chão e não tropeçar. Pense, então, na dificuldade de uma pessoa com mobilidade reduzida. A falta de acessibilidade prejudica a qualidade de vida dessas pessoas. Imagine uma pessoa com deficiência visual ou um cadeirante desviando de buracos na calçada para andar, é uma missão quase impossível”, afirma.

A acessibilidade vai além de somente ter rampas de acesso ou caixas preferenciais. Ela tem de ser realizada inclusive na forma de atendimento às pessoas com deficiência. Esse é o trabalho da Inclue, uma startup fundada por duas pessoas com deficiência, Sonny Pólito e Rodrigo Piris. Devido a experiências ruins de consumo no varejo, eles decidiram lançar uma ferramenta de treinamento e um aplicativo para o público PCD (pessoas com deficiência) e também pessoas acima dos 60 anos, que podem ter mobilidade reduzida.

“Acessibilidade é um direito de todos os cidadãos. E as marcas não estão preparadas para atender as pessoas com deficiência e idosos e ainda não oferecem a elas uma boa experiência de compra. Isso faz com que tenham muitos obstáculos para consumir e pouco acesso ao varejo”, diz Pólito.

“O atendimento ajuda as pessoas com deficiência, por exemplo, a pegar os produtos que precisam, passar no caixa, acompanhar até o carro”, ressalta Piris.

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Artrite reumatoide gera sintomas de depressão e ansiedade em pacientes https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/21/artrite-reumatoide-gera-sintomas-de-depressao-e-ansiedade-em-pacientes/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/21/artrite-reumatoide-gera-sintomas-de-depressao-e-ansiedade-em-pacientes/#respond Thu, 21 Oct 2021 09:00:32 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/2a8868e6d3cbfea78145745b353a50f0e3d817e87cd3c32052ef65a19557101b_5adbddc69dfc6-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1252 Dificuldade de locomoção, perda de autonomia para as tarefas do dia a dia e vida social mais restrita. Essas são as principais mudanças que a artrite reumatoide provocou na vida dos pacientes ouvidos em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido da Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson.

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, crônica e progressiva que afeta as articulações, podendo provocar desgaste ósseo, limitações físicas, dor e fadiga. A prevalência é de duas a três vezes maior nas mulheres.

Um dos mitos em relação à artrite é que ela seria uma enfermidade exclusiva dos idosos. Os primeiros sintomas costumam se manifestar entre os 30 e os 40 anos, em plena idade produtiva, ameaçando a realização das atividades diárias e a vida profissional e social do paciente.

O levantamento feito pelo Instituto Ipsos ouviu 144 pessoas com diferentes doenças autoimunes, em escutas online com 30 minutos de duração, entre o fim de 2020 e o início de 2021.

A maioria (54%) do total de entrevistados com artrite reumatoide relatou uma peregrinação por quatro ou mais médicos até que a doença fosse corretamente identificada. Mais de um a cada cinco pacientes (21%) não foi diagnosticado por um reumatologista.

“Em geral, existe um desconhecimento sobre os sintomas da artrite reumatoide. É importante saber reconhecer os sinais de possíveis alterações nas articulações e ter em mente que o reumatologista é o profissional mais indicado para investigar esse quadro, iniciando o tratamento o quanto antes”, afirma Dawton Torigoe, chefe de reumatologia da Santa Casa de São Paulo.

Os principais sintomas são dor, inchaço e aumento da temperatura nas articulações, rigidez matinal, nódulos de tecido sob a pele dos braços (nódulos reumatoides), fadiga, febre e perda de peso.

Por ser uma doença incapacitante, que causa dor e que costuma demorar para ser diagnosticada e tratada, a artrite pode causar sintomas de depressão e de ansiedade nos pacientes. Na pesquisa do Instituto Ipsos, 13% relataram ter depressão, desânimo e dano psicológico.

Diferentes fatores mencionados pelos pacientes, como o afastamento das atividades sociais, a interrupção das práticas esportivas e o abalo na vida profissional, podem impactar na saúde mental dessas pessoas.

Os dados corroboram com os achados científicos que reforçam a ligação entre a enfermidade e quadros depressivos. Estudos revelam que a prevalência de transtornos depressivos em portadores da doença varia entre 13% e 47%, de acordo com o tamanho e as características das populações analisadas.

Torigoe revela que dos 900 pacientes com artrite reumatoide que atende na Santa Casa, 5% fazem acompanhamento psiquiátrico.

Alguns trabalhos apontam que a depressão teria um efeito direto sobre as citocinas, substâncias que estimulam o processo inflamatório relacionado à artrite reumatoide. “Especialmente neste contexto pandêmico, já permeado por fatores estressores para grande parte das pessoas, estimular o cuidado multidisciplinar do paciente reumático, com grande atenção à saúde mental, é muito importante. Vale destacar que o transtorno mental também pode interferir na adesão ao tratamento, agravando o quadro”, explica Torigoe.

Além do reumatologista, os pacientes que têm depressão e ansiedade devem procurar tratamento psicológico ou psiquiátrico. O médico observa também que o exercício físico e a fisioterapia (quando há um comprometimento maior das articulações) melhoram não apenas os sintomas da artrite, mas também a saúde mental dessas pessoas.

“Estamos falando de uma doença crônica e progressiva. Sem tratamento, a artrite reumatoide pode limitar a realização de atividades básicas do dia a dia, como escovar os dentes ou pentear os cabelos”, exemplifica Torigoe.

Embora não exista cura para a doença, ela pode ser tratada com as chamadas DMARDs (drogas antirreumáticas modificadoras de doença), anti-inflamatórios e imunossupressores.

Pessoas que foram diagnosticadas com artrite reumatoide relataram

  • Dificuldade de locomoção – 75%
  • Perda de autonomia para as tarefas do dia a dia – 50%
  • Parou de sair, ir a festas, ficou mais em casa – 38%
  • Parou de praticar atividade física – 29%
  • Impacto no trabalho (redução de horas, mudança de função) – 29%
  • Parou de trabalhar, aposentou-se – 21%
  • Teve depressão, desânimo, dano psicológico – 13%
  • A vida mudou totalmente – 13%
  • Abandonou os estudos ou foi prejudicado nos estudos – 13%
  • Foi demitido – 8%
  • Aprendeu a conviver com dor – 4%
  • Mudança ou melhoria no hábito alimentar – 4%
  • Outros – 29%

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Estudo da Unifesp aponta alto consumo de álcool entre idosos https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/#respond Fri, 15 Oct 2021 13:40:06 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/4a8a0fafb79ccefb084f2808d7c25f219f6cfdf004f8ba55c93c6179d039d032_5ae6c0011da91-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1245 Agência Fapesp – Estudo conduzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) indica que aproximadamente um em cada quatro brasileiros (23,7%) com 60 anos ou mais consome álcool. Além disso, 6,7% (aproximadamente 2 milhões de idosos) relatam ter ingerido no último mês várias doses em uma ocasião –padrão de consumo abusivo conhecido como “binge drinking”, ou seja, o uso excessivo de uma só vez. E 3,8% (mais de 1 milhão) costumam beber, em uma semana típica, quantidades que podem colocar em risco sua saúde.

Para estimar a prevalência dos padrões de consumo de álcool da população geral idosa, o grupo da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) fez uma análise dos dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), com uma amostra de 5.432 brasileiros acima de 60 anos. Também se buscou avaliar os padrões de consumo de álcool em idosos da atenção primária (primeiros atendimentos médicos). Para isso, foram utilizados dados da triagem inicial do ensaio clínico realizado em sete Unidades Básicas de Saúde (UBS) com 503 participantes.

Em ambos os estudos foram identificados fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde associados aos diferentes padrões de consumo. A ingestão de álcool foi mais comum na região Sudeste e na atenção primária, quando comparada à população idosa geral. Em ambos os grupos estudados (idosos em geral e atenção primária), os homens relataram maior consumo de álcool (tanto em quantidade quanto em relação ao consumo no padrão “binge”), bem como os mais jovens e aqueles com maior escolaridade.

Financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio do projeto temático “Intervenções inovadoras frente a problemas relacionados ao consumo do álcool no Brasil: busca de novas abordagens para uma antiga questão de saúde pública”, a pesquisa e seus desdobramentos foram recentemente publicados nos periódicos científicos Substance Use & Misuse e BMJ Open.

De acordo com Tassiane de Paula, primeira autora dos artigos, “é fundamental entender esse problema para propor estratégias para redução do consumo de álcool entre os idosos”.

Intervenção de baixo custo 
O grupo desenvolveu uma proposta de Intervenção Breve para Idosos (IBI) e elaborou um protocolo para testar a efetividade dessa intervenção na atenção primária, administrada por agentes comunitários de saúde, com apenas 6% de recusa entre os primeiros 80 participantes recrutados.

“As evidências sugerem que intervenções breves são eficazes na redução do consumo de álcool entre adultos mais velhos. No entanto, a eficácia dessas intervenções quando realizadas por agentes comunitários de saúde em um ambiente de atenção primária à saúde é desconhecida. Até onde sabemos, este será o primeiro ensaio clínico randomizado a examinar isso”, escreveram as pesquisadoras no artigo publicado.

Duzentos e quarenta e dois indivíduos considerados bebedores de risco serão recrutados e alocados aleatoriamente para receber o atendimento usual (lista de espera) ou atendimento usual mais uma intervenção breve realizada por agentes comunitários de saúde treinados em UBS que fazem parte do SUS (Sistema Único de Saúde).

O estudo Alcohol and ageing: rapid changes in populations present new challenges for an old problem pode ser lido em aqui.

E o artigo Brief interventions for older adults (BIO) delivered by non-specialist community health workers to reduce at-risk drinking in primary care: a study protocol for a randomised controlled trial está disponível em aqui.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Unifesp.

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Feira Criativa Mente tem aula de ioga, meditação e roda de conversa sobre saúde mental, em SP, neste domingo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/03/feira-criativa-mente-tem-aula-de-ioga-meditacao-e-roda-de-conversa-sobre-saude-mental-em-sp-neste-domingo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/03/feira-criativa-mente-tem-aula-de-ioga-meditacao-e-roda-de-conversa-sobre-saude-mental-em-sp-neste-domingo/#respond Sun, 03 Oct 2021 10:00:39 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/feira3-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1167 Com a volta dos eventos presenciais em São Paulo, a feira Criativa Mente realiza sua quinta edição neste domingo (3), das 10h às 18h, na Casa de Cultura do Parque, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Além dos 50 expositores que vendem itens de decoração, artesanato, vestuário e alimentação, a programação inclui aula de corrida e alongamento, às 10h, com o personal trainer Cristiano Silveira, aula de ioga e meditação, às 11h, com o professor Filipe Stein, e a roda de conversa “Tudo bem não estar bem: autocuidado para manter a saúde mental”, às 15h, conduzida pela psicóloga Mari Luz.

depressão da mãe levou a publicitária Karoline Martins, 34, a criar o evento, que teve sua primeira edição em 2019. Este será o retorno da feira após o período mais restritivo da pandemia da Covid-19.

Em 2017, Helena Martins, mãe de Karoline, foi demitida do emprego. Segundo a publicitária, o episódio ajudou a desencadear um quadro depressivo em Helena, que quase não saía mais de casa.

Para tentar ajudá-la a se animar, Karoline reaproximou a mãe de um paixão antiga: o artesanato de bijuterias, um trabalho que ela sempre desenvolveu paralelamente ao de analista de atendimento, antes da demissão.

Em dezembro daquele ano, Karoline conseguiu fazê-la sair de casa e participar de uma feira para vender suas peças.

“Só o fato de ela sair já foi uma vitória”, lembra a publicitária. “Mas é muito caro participar de um evento desses como expositor, as feiras costumam cobrar taxa de inscrição de R$ 300.”

Então Karoline teve a ideia de criar seu próprio projeto. “Tudo aconteceu com o apoio de pessoas que têm alguma relação com a causa”, revela.

Desde a criação do logotipo do projeto às apresentações artísticas que costumam acontecer nos eventos, tudo é feito em parceria com amigos que sofrem ou que já sofreram de depressão ou que tenham alguém na família que sofra de transtornos mentais.

A curadoria é feita por Helena, que entra em contato com os expositores, conta sua história, e dá preferência a artesãos que tenham relação com a causa.

Feira Criativa Mente
Onde Casa de Cultura do Parque: av. Professor Fonseca Rodrigues, 1.300, Alto de Pinheiros (a 600 m da entrada principal do parque Villa Lobos), na zona oeste de São Paulo
Quando domingo (3), das 10h às 18h

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Projeto ter.a.pia traz depoimentos emocionantes de pessoas que contam suas histórias enquanto lavam louça https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/#respond Thu, 30 Sep 2021 10:00:51 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/7f4f534db246305219f414e42e25905e0384f2272410bcb699ea9494e4773959_6155050d3412c-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1130 “Se o seu bebê nasce com menos de 0,5 kg, ele é considerado lixo hospitalar”, diz Cindy Anjos enquanto lava louça. Ela conta sobre o luto invisível que viveu quando o coração da sua filha parou de bater ainda durante a gravidez.

Fabi estava com depressão e síndrome do pânico quando decidiu chamar sua mãe para conversar. Aos 40 anos, ela descobriu que foi adotada e que tinha dois irmãos.

Depois de 33 anos de casamento, Luiz Grande perdeu o marido por Covid-19, em agosto do ano passado. Quando José estava intubado, Luiz pediu à Nossa Senhora para que levasse seu amor embora, pois era muito sofrimento.

Essas são algumas das mais de 150 histórias contadas no ter.a.pia, projeto criado em 2018 pelo jornalista Lucas Galdino e pelo radialista Alexandre Simone.

“Eu estava desempregado e me questionava como profissional. O Alê estava com aquela sede de criar algo totalmente nosso, com a nossa identidade, com o nosso olhar para a vida. Daí, num dia qualquer, indo para um aniversário, decidimos criar um canal e entrevistar algumas pessoas”, conta Lucas.

O nome veio de uma brincadeira dos amigos. “A ideia da louça surgiu como uma piada, já que nós dois tínhamos costume de lavar louça e conversar no fim do dia e, neste dia, especificamente, havíamos deixado uma loucinha acumulada na pia”, diz.

Os entrevistados pela dupla são pessoas comuns que falam abertamente sobre histórias íntimas e problemas que superaram, sempre de forma espontânea e muito sincera.

“A única definição que tínhamos à época era o objetivo de contar histórias reais, de gente como a gente, pessoas do dia a dia”, ressalta Lucas.

“A gente tinha essa vontade de criar relações e vínculos com quem estava ao nosso redor, mas não pertencia à nossa bolha social. Sabe aquele vizinho de andar que você ainda não conheceu além do ‘bom dia’ seco no elevador, aquela moça na fila da padaria, a senhorinha que você cruza toda quarta na feira de rua? São essas pessoas que queríamos, e ainda queremos, conhecer e aprender com suas histórias”, explica o jornalista.

Para ele, desabafar sobre as adversidades da vida ajuda a lidar melhor com as angústias. “Vi uma frase num dia desses, no story do Instagram de um amigo, que dizia mais ou menos o seguinte: ‘o que não vira palavra, vira sintoma’.  Não é à toa que esse é o propósito das sessões de terapia com psicólogos. Com o ter.a.pia é quase a mesma coisa. O que nos diferencia é que, em primeiro lugar, não somos psicólogos, terapeutas ou profissionais de saúde mental.”

Aliás, ele faz questão de deixar claro que o projeto não tem a intenção de substituir esses profissionais. “Aqui a ideia é falar para ajudar outras pessoas a se identificarem, a se inspirarem com aquele desafio superado ou entendido do nosso convidado, o que acaba ajudando a própria pessoa que está contando também”, afirma.

Quando vão entrevistar alguém, Lucas e Alexandre se propõem a ir até a casa da pessoa. “Acreditamos que esse vínculo é importante para a narrativa da história. A pessoa se sente mais confortável para se abrir”, revela.

Lucas observa também que conhecer o local onde a pessoa mora ajuda a mostrar alguns detalhes que enriquecem o depoimento. “Um ímã de geladeira, o pano de prato, um copo da cor favorita dela. São detalhes que fazem parte do conjunto da obra.”

Durante a pandemia da Covid-19, de abril a novembro do ano passado, eles decidiram fazer as gravações de maneira virtual. Nesse formato, conseguiram conversar com gente de outras cidades além de São Paulo, onde eles moram.

Depois desse período, as filmagem voltaram a acontecer presencialmente, mas seguindo as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para evitar a contaminação pelo coronavírus, como manter o distanciamento e usar máscaras.

Por isso, as visitas também ficaram mais curtas. “Mas é uma pena, sabe? Antes a gente tomava um cafezinho após a gravação, conversava sobre outras questões da vida”, lamenta.

No entanto, mesmo com reuniões mais restritas, Lucas diz que ainda consegue criar uma conexão entre entrevistador e entrevistado. “O encontro ficou um pouco limitado por uma questão de segurança para todos, mas a força do afeto não mudou. Muita gente prepara um docinho, um bolinho, um presentinho, uma marmitinha como forma de retribuir nossa ida até lá. É bem bonito.”

Trechos dos relatos dos entrevistados são compartilhados no perfil do Instagram (@historiasdeterapia), mas os depoimentos completo podem ser vistos no canal ter.a.pia no YouTube ou no Facebook.

Em junho deste ano, eles estrearam o podcast Histórias para ouvir lavando louça para continuar entrevistando pessoas que moram fora de São Paulo.

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Teatro Gazeta, em São Paulo, recebe evento gratuito e híbrido sobre Alzheimer e demência https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/teatro-gazeta-em-sao-paulo-recebe-evento-gratuito-e-hibrido-sobre-alzheimer-e-demencia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/teatro-gazeta-em-sao-paulo-recebe-evento-gratuito-e-hibrido-sobre-alzheimer-e-demencia/#respond Tue, 21 Sep 2021 14:21:27 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/alzheimer-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1081 O Teatro Gazeta, na Bela Vista, região central de São Paulo, recebe nesta quarta-feira (22), das 14h30 às 18h, um evento gratuito sobre demência e doença de Alzheimer.

O encontro é promovido pelo Método Supera, rede de ginástica para o cérebro, e pode ser acompanhado presencialmente, após realizar inscrição no site, ou virtualmente, pelo canal no Youtube.

A 3ª edição do evento “Despertando a sociedade para a saúde do cérebro” acontece após o Dia Mundial do Alzheimer, lembrado nesta terça-feira (21), e tem como objetivo conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde do cérebro e orientar as famílias que convivem com pessoas que têm a doença.

Participam do seminário Jerusa Smid, neurologista da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Paulo Henrique Ferreira Bertolucci, neurologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Raphael Spera, neurologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thaís Bento, gerontóloga da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo) e do HC-FMUSP, a atriz e dramaturga Beth Goulart e a jornalista Sílvia Haidar, jornalista e autora do blog Saúde Mental na Folha.

Veja a programação dos painéis

14h30 – Cerimônia de abertura

14h50 – Entendendo a demência e a doença de Alzheimer: aspectos, pesquisas e tratamentos
Jerusa Smid, neurologista da FMUSP, e Paulo Bertolucci, neurologista da Unifesp

16h – Covid-19: Fator de risco para o desenvolvimento de demência? 
Raphael Spera, neurologista do HC-FMUSP, e Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR

17h – Saúde Mental: Mobilização da sociedade, envolvimento familiar e cuidadores 
Thaís Bento, gerontóloga da EACH-USP e do HC-FMUSP, Beth Goulart, atriz e dramaturga, Sílvia Haidar, jornalista e autora do blog Saúde Mental, da Folha 

18h – Encerramento

Como participar
Presencialmente: Teatro Gazeta, na avenida Paulista, 900, Bela Vista, região central de São Paulo; inscrição no site
Virtualmente: ao vivo, no canal Supera Ginástica para o Cérebro no YouTube; inscrição no próprio canal

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Infodemia: excesso de informação causa dificuldade de concentração e falta de memória https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/infodemia-excesso-de-informacao-causa-dificuldade-de-concentracao-e-falta-de-memoria/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/infodemia-excesso-de-informacao-causa-dificuldade-de-concentracao-e-falta-de-memoria/#respond Thu, 12 Aug 2021 10:00:26 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/22e8c929858a3f8a442d8c8ebf3b990b6e2909b191249d510fbb428282aaad15_6113cac65b538-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=957 De vídeos engraçadinhos nas redes sociais a reportagens publicadas em jornais, nunca o ser humano foi tão bombardeado por informações. Afinal, o celular com acesso à internet está em nossas mãos o tempo todo.

Apesar de o fenômeno não ser tão recente, acabou se agravando desde o surgimento da pandemia da Covid-19. Além da necessidade de se informar sobre a doença, o isolamento social acabou levando as pessoas a pesquisarem na internet como fazer receitas culinárias e resolver pequenas reformas em casa, por exemplo.

Esse excesso de informação recebeu um nome: infodemia. Segundo a ABL (Academia Brasileira de Letras), é a “denominação dada ao volume excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas (desinformação), sobre determinado assunto (como a pandemia, por exemplo), que se multiplicam e se propagam de forma rápida e incontrolável, o que dificulta o acesso a orientações e fontes confiáveis, causando confusão, desorientação e inúmeros prejuízos à vida das pessoas”.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde),  a infodemia é um excesso de informações, algumas precisas e outras não, tornando difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa.

Além de misturar dados verdadeiros com fake news, esse fluxo enorme de notícias acaba gerando cansaço mental. Entre os sintomas estão dificuldade de concentração, falta de memória e irritabilidade.

“O excesso de informações afeta não apenas a concentração, mas também capacidades como a memória. Assim como a maioria das habilidades que podem ser treinadas e aprimoradas, a atenção e a concentração também podem ser fortalecidas”, afirma Patrícia Lessa, diretora pedagógica do Método Supera, uma rede de escolas de ginástica para o cérebro.

A primeira medida a ser tomara é diminuir a exposição a tanta informação. Por exemplo, procure se informar em sites de notícias confiáveis e evite ler textos sensacionalistas enviados por aplicativos de mensagens. Também é importante diminuir o tempo gasto vendo vídeos e posts em redes sociais.

É possível filtrar os estímulos tecnológicos entendendo a relevância do que o nosso cérebro consome, sem ser intoxicado pelas mensagens.

Lessa explica que também é necessário exercitar a mente com outras atividades, além de rolar o feed nos aplicativos de redes sociais. “Precisamos entender que quando exercitamos o cérebro com novidades e desafios, as conexões entre neurônios se modificam, algumas ficam mais fortes, outras mais fracas, dependendo do uso. E essa mudança, com a experiência que é justamente a base do aprendizado, faz com que o cérebro responda de uma maneira diferente da próxima vez que for usado. Isso é possível graças ao conceito de neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro se modificar de acordo com estímulos, já comprovado pela neurociência”, diz.

Alguns exercícios simples para estimular o cérebro são fazer palavras cruzadas, fazer contas usando lápis e papel, jogar xadrez e tentar escrever com a mão não dominante, por exemplo.

Veja dicas para evitar a infodemia
• Estabeleça horários para acessar as redes sociais

• Priorize o que é mais importante: você tem mesmo que ver tudo o que acontece na vida de todos os seus amigos e de quem você segue nas redes sociais? Reserve um tempo específico para isso

• Evite os extremos: se o excesso de informações é ruim, o contrário também não é bom. A alienação completa pode ter consequências individuais e coletivas. Busque sempre o equilíbrio

• Entenda o que é relevante. Quem nunca deixou de seguir alguém porque o conteúdo das postagens não fazia mais sentido? Crie filtros para identificar se acompanhar alguém é bom para você ou não

• Imagine um carro que está andando, mas freia a toda hora. Quando estamos fazendo uma tarefa, mas paramos para checar as redes sociais a todo momento, interrompemos nosso pensamento e dificultamos a formação de memória

• Treine a sua atenção: melhorar a atenção significa melhorar sua memória. A atenção é a porta de entrada para as informações que são captadas pelos vários sentidos do nosso corpo. Quando isto acontece, as informações que recebemos chegam ao cérebro e são selecionadas conforme a prioridade que serão processadas

• Mantenha o senso crítico: o que estou aprendendo vendo isso? Nossa vida é um constante aprendizado e, sim, na internet aprendemos muitas coisas boas. Mas se um conteúdo causa mal-estar, questione o quanto você está crescendo com o que você vê todos os dias

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No Dia do Cérebro, Metrô de São Paulo promove ação para estimular o raciocínio https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/07/22/no-dia-do-cerebro-metro-de-sao-paulo-promove-acao-para-estimular-o-raciocinio/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/07/22/no-dia-do-cerebro-metro-de-sao-paulo-promove-acao-para-estimular-o-raciocinio/#respond Thu, 22 Jul 2021 10:00:07 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/0ab1ee479d28c04474e104eacb38f3f41678e492f6af70e00ec09075aab3a5d0_5ae0189100bd2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=906 No Dia Mundial do Cérebro, comemorado nesta quinta-feira (22), o Metrô de São Paulo vai realizar ações interativas com os passageiros para estimular a memória, a concentração e o raciocínio.

O evento será feito em parceria com o Supera, rede de ginástica para o cérebro, nas estações República, Tatuapé e Sé, na linha 3–Vermelha, das 9h30 às 17h.

Monitores irão propor atividades como escrever com a mão não dominante, ver as horas em um relógio de ponta cabeça, andar de costas e comer de olhos vendados.

Esses exercícios são chamados de neuróbicos e desafiam o cérebro a sair de sua zona de conforto –assim como os exercícios aeróbicos (correr, nadar, andar de bicicleta) fazem com o nosso corpo.

O termo neuróbico foi criado pelo neurocientista americano Lawrence F. Katz, autor do livro “Mantenha Seu Cérebro Vivo”, em que indica 83 atividades desse tipo para prevenir a perda de memória e aumentar a agilidade mental.

O Dia Mundial do Cérebro é celebrado na mesma data de fundação da Federação Mundial de Neurologia, em 1957, em Bruxelas, na Bélgica. Atualmente, a entidade representa 122 sociedades profissionais da área no mundo todo.

Dia Mundial do Cérebro no metrô
Quando quinta-feira (22)
Onde estação República, das 9h30 às 11h30, estação Tatuapé, das 14h às 15h, estação Sé, das 15h30 às 17h

 

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Isolamento pode causar perda cognitiva em idosos; terapeuta dá dicas para estimular o cérebro https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/26/isolamento-pode-causar-perda-cognitiva-em-idosos-terapeuta-da-dicas-para-estimular-o-cerebro/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/26/isolamento-pode-causar-perda-cognitiva-em-idosos-terapeuta-da-dicas-para-estimular-o-cerebro/#respond Mon, 26 Apr 2021 10:00:15 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/xadrez2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=817 Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), idoso é aquela pessoa com 60 anos ou mais. Mas, em 2021, ninguém pensa em alguém com essa idade como um vovozinho ou vovozinha que só fica em casa fazendo crochê e cuidando dos netos.

Cada vez mais essas pessoas costumam ser ativas, trabalham, passeiam, namoram, além de cuidarem da aparência e da saúde.

“Quando os idosos praticam atividades divertidas e prazerosas, eles estimulam as atividades cerebrais”, diz Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do núcleo da terceira idade da Clínica Holiste, em Salvador, na Bahia.

Ter uma vida ativa, tanto fisicamente como socialmente, faz com que o fluxo de sangue no cérebro seja mais efetivo, melhorando as capacidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio e linguagem, explica Campos.

“Diante da variedade e dos desafios que essa rotina promove, o cérebro do idoso é convocado o tempo todo a criar novas conexões entre os neurônios. Isso potencializa a aprendizagem, mantém habilidades e autonomia. Tudo isso é fundamental para a cognição funcionar de forma mais rápida e eficiente.”

No entanto, com o isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, os idosos deixaram de praticar atividades que antes faziam parte da rotina, como frequentar academia, sair para dançar e se encontrar com amigos.

“O problema é que esse isolamento tem consequências para os idosos, pois eles deixam de estimular o cérebro e podem perder parte da capacidade cognitiva. Então é preciso ser criativo para manter a saúde física e mental”, conta Campos.

“Quando há essa quebra de rotina, com a falta de atividades e a ausência de estímulos, o cérebro não é forçado a pensar e a trabalhar. Pode ocorrer um declínio nas funções cognitivas dos idosos, levando a uma dificuldade de raciocínio e problemas de memória, como esquecer senhas ou onde guardou determinado objeto”, afirma.

Por isso, a terapeuta preparou uma lista de atividades que funcionam como exercícios cognitivos nesse período de quarentena. Porém, ela ressalta que todas as tarefas propostas devem levar em consideração as condições físicas, psicológicas e sociais do indivíduo.

Jogos: Oferecer estímulos cognitivos por meio de jogos como quebra-cabeça, baralho, dominó, xadrez, caça-palavras e sudoko são boas opções de passatempo e de estimulação cognitiva.

Leitura e escrita: Se possível e se for do agrado do idoso, atividades de leitura e escrita estimulam o cérebro, a memória e funções motoras importantes.

Nesse sentido, é possível incluir o aprendizado de um novo idioma, um novo curso ou mesmo a troca de mensagens pelo celular com família e amigos.

Artesanato: A prática de tricô, crochê, marcenaria, costura, entre outras atividades artesanais, é grande aliada para uma vida saudável.

A estimulação visual, de memória e tátil proposta pelo artesanato pode ajudar a manter a capacidade intelectual ativa por muito mais tempo.

Atividades físicas: Com autorização médica, atividades físicas também devem ser estimuladas. Uma simples caminhada ou mesmo a dança são importantes para o corpo e a mente. Além disso, após a pandemia, é recomendável estimular atividades externas e sociais, como ir ao supermercado, salão de beleza, shopping, cinema e teatro.

Quando o esquecimento é preocupante?

A terapeuta observa que as funções cognitivas são responsáveis por receber, armazenar e processar as informações. Essas capacidades, como atenção, percepção, memória, orientação e juízo, conferem independência ao idoso para gerir a própria vida e, por isso mesmo, são essenciais para uma velhice saudável e ativa.

Com a idade, algumas pessoas desenvolvem doenças neurodegenerativas ou transtornos psiquiátricos leves, moderados e graves. Nesses casos, o cuidado familiar precisa contar com o auxílio de um profissional de saúde mental para garantir a qualidade de vida. É importante estar atento a alguns sinais que podem indicar diagnósticos mais complexos. Campos lista alguns.

Perda de memória: Esquecimento de palavras, nomes, locais em que deixou determinados objetos, como chave, carteira, ou não lembrar de eventos e situações importantes a curto ou longo prazo.

Mudança de humor: Mudança ou oscilação de comportamento –agitado, agressivo, hostil, desinibido, lentificado, pouco comunicativo.

Desorientação: A desorientação no tempo e espaço é um sinal importante. Entre os sintomas estão não saber o dia, a hora ou local em que se encontra.

Rotina: Problemas ao realizar tarefas diárias habituais, por exemplo, esquecer como fazer uma receita que já é de costume, não conseguir pagar uma conta, ou até mesmo esquecer como se dirige um carro. Atividades que antes eram rotineiras se tornam um desafio.

Mesmo quando há o diagnóstico de que o idoso apresenta comprometimento das funções neurológicas, é possível alcançar uma melhor qualidade de vida com ajuda de exercícios direcionados por profissionais de saúde mental, que podem ser feitos tanto de forma presencial ou virtual.

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Algoritmo computacional associado a eletroencefalografia se mostra eficaz no diagnóstico de Alzheimer https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/05/algoritmo-computacional-associado-a-eletroencefalografia-se-mostra-eficaz-no-diagnostico-de-alzheimer/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/05/algoritmo-computacional-associado-a-eletroencefalografia-se-mostra-eficaz-no-diagnostico-de-alzheimer/#respond Fri, 05 Feb 2021 10:00:04 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/alzheimer-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=615 André Julião | Agência FAPESP – A combinação de duas técnicas de baixo custo se mostrou eficaz no diagnóstico de Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva do sistema nervoso central. A análise de dados obtidos pela técnica de eletroencefalografia (EEG) –usada para o diagnóstico de enfermidades como epilepsia, esquizofrenia, distúrbios do sono e Parkinson–, em combinação com um algoritmo computacional, permitiu diferenciar pacientes saudáveis dos portadores da doença.

O estudo foi publicado na revista PLOS ONE por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

“A técnica utilizada nesse trabalho, proposta durante meu doutorado, permite mapear dados fisiológicos em uma rede complexa e analisar a dinâmica de informações a partir das características da rede associada. É sabido que dados de EEG de pacientes com a doença de Alzheimer apresentam uma diminuição das chamadas componentes de alta frequência, bem como um aumento das componentes de baixa frequência, quando comparados ao exame de pacientes sadios. Observamos que dados de EEG de pacientes com dinâmicas distintas [sadios versus doentes] resultaram num mapeamento em redes com topologias também distintas, o que atesta a eficiência da técnica”, explica Andriana Campanharo, professora do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB-Unesp) e coordenadora do estudo.

A eletroencefalografia consiste na medição dos sinais elétricos do cérebro por meio de eletrodos no couro cabeludo, o que permite o registro das atividades dos neurônios em intervalos de tempo uniformes. Já uma rede complexa é uma estrutura descrita por um conjunto de vértices, arestas e por algum tipo de interação entre eles, de forma que possam ser analisados computacionalmente.

“Uma das grandes vantagens desse trabalho é utilizar dados de EEG –exame com baixo custo, alta resolução temporal, ampla disponibilidade e que fornece informações valiosas sobre a dinâmica cerebral de indivíduos com Alzheimer”, diz Aruane Mello Pineda, primeira autora do trabalho, realizado durante seu mestrado no IBB-Unesp.

O diagnóstico foi possível a partir da classificação das redes complexas associadas aos dados de EEG de 48 voluntários, sendo 24 saudáveis e 24 com Alzheimer em estágio avançado. As informações fazem parte de um banco de dados reunido por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos.

Áreas mais afetadas 
Além da classificação de todos os voluntários como “sadio” ou “doente”, foi realizada uma investigação das áreas do cérebro mais afetadas pela doença. Para isso, dados de EEG dos portadores de Alzheimer, em 19 diferentes posições do couro cabeludo, foram também mapeados em redes complexas.

Com base na análise estatística das redes obtidas, os pesquisadores concluíram que a região temporal-parietal esquerda –na parte traseira superior da cabeça– é o local em que os eletrodos melhor detectam os sinais elétricos associados ao Alzheimer.

“A observação corresponde à compreensão atual sobre a progressão da doença, que geralmente se manifesta nessa região, responsável pela memória verbal e que, aparentemente, é mais vulnerável”, afirma Pineda, que atualmente realiza doutorado, no Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) na USP (Universidade de São Paulo), em São Carlos.

O grupo liderado por Campanharo agora trabalha com um banco de dados maior, com mais de 100 pacientes, entre saudáveis e com diferentes estágios de Alzheimer. Uma vez que a técnica foi validada para identificar portadores da doença em estágio avançado, o objetivo agora é identificar padrões que diferenciem o estágio inicial do avançado.

O trabalho abre caminho para que, futuramente, haja um diagnóstico automático e mais preciso da doença de Alzheimer. Dessa forma, será possível detectá-la ainda em fase inicial, facilitando o tratamento precoce.

O estudo contou com a colaboração dos pesquisadores Fernando M. Ramos, do Inpe, e Luiz Eduardo Betting, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp).

O artigo, em inglês, “Quantile graphs for EEG-based diagnosis of Alzheimer’s disease” pode ser lido aqui.

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