Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 É possível ter um transtorno psicológico e viver bem, diz psicóloga Ana Gabriela Andriani https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/#respond Sun, 10 Oct 2021 10:00:18 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-09-at-12.42.10-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1208 O que é ter saúde mental? Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a saúde mental é um estado de equilíbrio psíquico, físico e que envolve questões sociais. Não é definida apenas pela ausência de uma doença.

A psicóloga Ana Gabriela Andriani concorda com esse conceito. “É possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização”, observa.

Andriani ressalta que todos nós, tendo ou não um diagnóstico de transtorno mental, sofremos oscilações emocionais ao longo da vida. Para evitar as crises, quando for necessário, é preciso buscar tratamento medicamentoso com um psiquiatra e fazer psicoterapia.

Ela explica que a terapia é um caminho para o autoconhecimento. “É um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.”

Neste domingo (10) é celebrado do Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi criada em 1992 por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental com o objetivo de educar e conscientizar a população sobre a importância do tema e diminuir o estigma social.

Na entrevista a seguir, a psicóloga fala sobre a ideia que temos a respeito do que é uma mente sã e sobre os impactos culturais e históricos no psicológico da sociedade.

A depressão já foi chamada de “mal do século”. Atualmente, o burnout tem sido associado à geração millennial (pessoas nascidas entre 1980 e 1995). Como você vê essa relação entre transtornos e gerações? 
Sem dúvida existe uma correlação entre o momento social e histórico e os transtornos psíquicos que são produzidos ali. Porque os transtornos psíquicos são constituídos a partir das condições de vida das pessoas, da cultura da sociedade e do que acontece ali em termos sociais. Então, por exemplo, na época do Sigmund Freud (1856-1939), que era uma época de grande repressão sexual, o transtorno mais comum, ao qual ele de dedicou a estudar, era a histeria. Em períodos pós-guerra, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiam neuroses de guerra, que são caracterizadas por depressão e por grandes traumas. Hoje, num momento que a gente tem uma cultura que valoriza muito a aceleração e a alta performance, a gente vê crises de ansiedade, burnout e crises de pânico como sendo os transtornos mais vigentes.

Agora, para a gente conseguir elaborar, simbolizar o está vivendo, a gente precisa se conhecer. Saúde psíquica também tem a ver com autoconhecimento. Porque o autoconhecimento amplia a nossa capacidade de pensar sobre nós mesmos e sobre o mundo, sobre as nossas relações, sobre tudo que a gente está vivendo.

Receber um diagnóstico de transtorno psicológico pode ser um baque para algumas pessoas. É possível continuar tendo uma vida feliz e equilibrada mesmo convivendo com um transtorno e tendo que tomar medicações para o resto da vida? 
Sim, é possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização.

É importante considerar que a gente vai oscilar emocionalmente ao longo da vida. Em quem tem um transtorno ou um distúrbio de personalidade também vai sofrer oscilações. Mas é possível evitar uma crise expandida ou mesmo viver crises com o uso de medicamentos receitados por um psiquiatra. Mas não só isso. Também por meio da realização de uma psicoterapia, que é um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.

É importante dizer que o remédio sozinho não vai dar conta de tornar uma pessoa mais saudável. Ele é muito importante porque traz uma estabilidade, mas é o trabalho de psicoterapia que vai propiciar à pessoa se conhecer melhor, expandir sua capacidade de pensar sobre ela mesma, sobre o que está vivendo, e é isso que vai poder transformá-la.

Com a pandemia da Covid-19, o assunto saúde mental está sendo muito debatido. Você acha que a visibilidade que o tema tem recebido tem ajudado a diminuir o estigma em relação aos transtornos psicológicos? Ou ainda temos muito caminho pela frente? 
Acredito que sim, que os assuntos relacionados à saúde mental e aos transtornos psicológicos têm sido mais divulgados. Por exemplo, neste ano e no ano passado, por conta da pandemia, falou-se bastante sobre crises de casais, sobre relações familiares, sobre burnout, crises de pânico. Vários psicólogos se disponibilizaram a fazer atendimentos gratuitos.

Acho que o tema tem sido mais debatido e as pessoas têm tido mais informações sobre isso, o que é muito bom, porque as pessoas passam a ter uma ideia de que elas não precisam só cuidar do corpo, elas precisam cuidar também da saúde mental.

Aliás, faz parte do conceito saúde esse entrelaçamento entre corpo e psique. Acredito que tanto as empresas como área do esporte, todas essas instâncias têm se voltado mais para o cuidado com a saúde mental.

Casos como o da atleta Simone Biles, que deixou de disputar algumas provas nas Olimpíadas para priorizar a saúde mental, jogam uma luz sobre a necessidade de as pessoas respeitarem seus momentos. Você acha que estamos no fim da era do “trabalhe enquanto eles dormem”? 
O que vêm mudando é que tanto as instituições como as pessoas vêm percebendo a grande necessidade de cuidar da saúde mental. Estão percebendo que essas questões relacionadas à saúde mental não podem ser deixadas de lado, porque senão a pessoa que está lá na empresa não trabalha, o atleta não tem bom desempenho, ninguém consegue ficar com uma sensação de bem-estar e viver suas vidas de forma mais saudável.

Acho que a gente vive tempos em que é exigido alta performance, alto desempenho, até uma perfeição do corpo, do trabalho, do cuidado com os filhos e uma aceleração. Tudo isso é naturalmente produtor de ansiedade. Acho que isso não vai mudar, pelo menos por enquanto. A gente vive numa sociedade com essas características.

O que eu tenho impressão que vem mudando é a necessidade de cuidado com a saúde mental atrelado ao trabalho, atrelado à alta performance e ao bom desempenho. Então, por exemplo, no esporte, vem se percebendo a necessidade de se cuidar, de saber como esse atleta está emocionalmente nas suas relações familiares, de como ele está em termos de ansiedade, e das necessidades emocionais dele para que ele consiga estar bem para desempenhar um bom trabalho. Não é que agora vai ser cuidar da saúde mental e deixar a questão do desempenho de lado. A questão, e acho que essa é a grande mudança, é que vamos cuidar das duas coisas ao mesmo tempo, o psicológico atrelado ao físico e ao trabalho, ao desempenho profissional de maneira geral.

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Dia da Saúde Mental: Clubhouse terá maratona de bate-papo sobre o tema neste domingo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/dia-da-saude-mental-clubhouse-tera-maratona-de-bate-papo-sobre-o-tema-neste-domingo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/dia-da-saude-mental-clubhouse-tera-maratona-de-bate-papo-sobre-o-tema-neste-domingo/#respond Sun, 10 Oct 2021 04:00:59 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/1553110458bdf90922b02eaaf9b53a4e6e915ffdabaff7648aa1665f4f530952_609994fe4e370-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1215 Para celebrar o Dia da Saúde Mental, comemorado neste domingo (10), o aplicativo Clubhouse terá uma programação com mais de 19 horas de bate-papo sobre o tema “Saúde Mental em um Mundo Desigual”.

A plataforma social de áudio hospedará a sala Mental Health Matters Club, organizada pela americana Nidhi Tewari, assistente social e terapeuta.

O evento começa às 4h e só termina às 23h30 (horários de Brasília). Ao longo do dia, serão discutidos tópicos como saúde mental durante a pandemia da Covid-19, ioga e meditação, a importância do amor próprio e bem-estar no trabalho.

Com participantes do mundo todo, os brasileiros terão seu espaço das 17h30 às 19h, quando a sala será ocupada pelo o músico Tico Santa Cruz, os psiquiatras Elisa Brietzke e Alexandre Henrique, a produtora de conteúdo Carol Maglio, a comunicadora digital Dandara Pagu e o psicólogo Felipe S. Gonçalves. Eles vão falar sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, a relação com o corpo, estigmas e vivências.

Veja alguns destaques da programação (horários de Brasília)

– Japão, 4h 
Participantes: Dr. Sidow (psiquiatra, youtuber), Minami Yamamoto (psiquiatra), Tomoya Fujino (psiquiatra do Hospital da Universidade Médica de Aichi/Japão) e Takuya Oka (psiquiatra infantil, diretor e fundador da empresa Projeto Kakemichi)

– Indonésia, 7h
Participantes: Adjie Santosoputro (praticante de mindfulness), Detty Wulandari (cofundador do clube “Mental Health Indonesia”, no Clubhouse), Widya S. Sari (psicólogo) e David Irianto (cofundador do Greatmind Indonésia)

– Alemanha, 8h30
Participantes: Michael Thiel (psicólogo), Lan Gottinger (médico) e Sven Briken (psiquiatra)

– Índia, 10h
Participantes: Shyam Bhat (psiquiatra e especialista em medicina integrativa) e Bawari Basanti (Mahima, cantor/artista)

– Itália, 11h30
Participantes: Alessandro Bertirotti (escritor e antropologista), Laura Merli Lavagna (doutora em saúde mental), Serenella D’Ercole (life coach e pesquisadora espiritual), Giovanna D’Alessio (escritora) e Gabriele Isman (jornalista)

– Inglaterra, 14h30
Participantes: Sophia May (fundadora do Mendable App), Patrick Hill (diretor do Mendable App) e Nick Wilson (ex-veterano do Exército e especialista em saúde mental)

– Nigéria, 16h
Participantes: Betty Abang (moderadora), Victor Ugo (fundador do Mentally Aware Nigeria), Adenike Oyetunde (funcionária da administração de segurança social do governo de Lagos) e Sheifunmi Nomia Yusuf (cofundador do projeto Get Naked de conscientização sobre saúde mental)

– Brasil, 17h30
Participantes: Tico Santa Cruz (músico), Elisa Brietzke (psiquiatra), Alexandre Henrique (psiquiatra), Carol Maglio (produtora de conteúdo), Dandara Pagu (comunicadora digital) e Felipe S. Gonçalves (psicólogo)

– México, 22h
Participantes: Mariana Martinez (psicóloga, fundadora e diretora da Tu Mente Sana) e Anahi Pineda (psicóloga especializada em crianças, adolescentes e jovens)

– Canadá, 23h30
Participantes: Mohit Arora (influenciador de música, saúde e justiça social), Miali Coley-Sudlovenick (escritora) e Aishah Auks (coordenadora da organização Black Mental Health Connections)

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Feira Criativa Mente tem aula de ioga, meditação e roda de conversa sobre saúde mental, em SP, neste domingo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/03/feira-criativa-mente-tem-aula-de-ioga-meditacao-e-roda-de-conversa-sobre-saude-mental-em-sp-neste-domingo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/03/feira-criativa-mente-tem-aula-de-ioga-meditacao-e-roda-de-conversa-sobre-saude-mental-em-sp-neste-domingo/#respond Sun, 03 Oct 2021 10:00:39 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/feira3-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1167 Com a volta dos eventos presenciais em São Paulo, a feira Criativa Mente realiza sua quinta edição neste domingo (3), das 10h às 18h, na Casa de Cultura do Parque, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Além dos 50 expositores que vendem itens de decoração, artesanato, vestuário e alimentação, a programação inclui aula de corrida e alongamento, às 10h, com o personal trainer Cristiano Silveira, aula de ioga e meditação, às 11h, com o professor Filipe Stein, e a roda de conversa “Tudo bem não estar bem: autocuidado para manter a saúde mental”, às 15h, conduzida pela psicóloga Mari Luz.

depressão da mãe levou a publicitária Karoline Martins, 34, a criar o evento, que teve sua primeira edição em 2019. Este será o retorno da feira após o período mais restritivo da pandemia da Covid-19.

Em 2017, Helena Martins, mãe de Karoline, foi demitida do emprego. Segundo a publicitária, o episódio ajudou a desencadear um quadro depressivo em Helena, que quase não saía mais de casa.

Para tentar ajudá-la a se animar, Karoline reaproximou a mãe de um paixão antiga: o artesanato de bijuterias, um trabalho que ela sempre desenvolveu paralelamente ao de analista de atendimento, antes da demissão.

Em dezembro daquele ano, Karoline conseguiu fazê-la sair de casa e participar de uma feira para vender suas peças.

“Só o fato de ela sair já foi uma vitória”, lembra a publicitária. “Mas é muito caro participar de um evento desses como expositor, as feiras costumam cobrar taxa de inscrição de R$ 300.”

Então Karoline teve a ideia de criar seu próprio projeto. “Tudo aconteceu com o apoio de pessoas que têm alguma relação com a causa”, revela.

Desde a criação do logotipo do projeto às apresentações artísticas que costumam acontecer nos eventos, tudo é feito em parceria com amigos que sofrem ou que já sofreram de depressão ou que tenham alguém na família que sofra de transtornos mentais.

A curadoria é feita por Helena, que entra em contato com os expositores, conta sua história, e dá preferência a artesãos que tenham relação com a causa.

Feira Criativa Mente
Onde Casa de Cultura do Parque: av. Professor Fonseca Rodrigues, 1.300, Alto de Pinheiros (a 600 m da entrada principal do parque Villa Lobos), na zona oeste de São Paulo
Quando domingo (3), das 10h às 18h

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Projeto ter.a.pia traz depoimentos emocionantes de pessoas que contam suas histórias enquanto lavam louça https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/#respond Thu, 30 Sep 2021 10:00:51 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/7f4f534db246305219f414e42e25905e0384f2272410bcb699ea9494e4773959_6155050d3412c-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1130 “Se o seu bebê nasce com menos de 0,5 kg, ele é considerado lixo hospitalar”, diz Cindy Anjos enquanto lava louça. Ela conta sobre o luto invisível que viveu quando o coração da sua filha parou de bater ainda durante a gravidez.

Fabi estava com depressão e síndrome do pânico quando decidiu chamar sua mãe para conversar. Aos 40 anos, ela descobriu que foi adotada e que tinha dois irmãos.

Depois de 33 anos de casamento, Luiz Grande perdeu o marido por Covid-19, em agosto do ano passado. Quando José estava intubado, Luiz pediu à Nossa Senhora para que levasse seu amor embora, pois era muito sofrimento.

Essas são algumas das mais de 150 histórias contadas no ter.a.pia, projeto criado em 2018 pelo jornalista Lucas Galdino e pelo radialista Alexandre Simone.

“Eu estava desempregado e me questionava como profissional. O Alê estava com aquela sede de criar algo totalmente nosso, com a nossa identidade, com o nosso olhar para a vida. Daí, num dia qualquer, indo para um aniversário, decidimos criar um canal e entrevistar algumas pessoas”, conta Lucas.

O nome veio de uma brincadeira dos amigos. “A ideia da louça surgiu como uma piada, já que nós dois tínhamos costume de lavar louça e conversar no fim do dia e, neste dia, especificamente, havíamos deixado uma loucinha acumulada na pia”, diz.

Os entrevistados pela dupla são pessoas comuns que falam abertamente sobre histórias íntimas e problemas que superaram, sempre de forma espontânea e muito sincera.

“A única definição que tínhamos à época era o objetivo de contar histórias reais, de gente como a gente, pessoas do dia a dia”, ressalta Lucas.

“A gente tinha essa vontade de criar relações e vínculos com quem estava ao nosso redor, mas não pertencia à nossa bolha social. Sabe aquele vizinho de andar que você ainda não conheceu além do ‘bom dia’ seco no elevador, aquela moça na fila da padaria, a senhorinha que você cruza toda quarta na feira de rua? São essas pessoas que queríamos, e ainda queremos, conhecer e aprender com suas histórias”, explica o jornalista.

Para ele, desabafar sobre as adversidades da vida ajuda a lidar melhor com as angústias. “Vi uma frase num dia desses, no story do Instagram de um amigo, que dizia mais ou menos o seguinte: ‘o que não vira palavra, vira sintoma’.  Não é à toa que esse é o propósito das sessões de terapia com psicólogos. Com o ter.a.pia é quase a mesma coisa. O que nos diferencia é que, em primeiro lugar, não somos psicólogos, terapeutas ou profissionais de saúde mental.”

Aliás, ele faz questão de deixar claro que o projeto não tem a intenção de substituir esses profissionais. “Aqui a ideia é falar para ajudar outras pessoas a se identificarem, a se inspirarem com aquele desafio superado ou entendido do nosso convidado, o que acaba ajudando a própria pessoa que está contando também”, afirma.

Quando vão entrevistar alguém, Lucas e Alexandre se propõem a ir até a casa da pessoa. “Acreditamos que esse vínculo é importante para a narrativa da história. A pessoa se sente mais confortável para se abrir”, revela.

Lucas observa também que conhecer o local onde a pessoa mora ajuda a mostrar alguns detalhes que enriquecem o depoimento. “Um ímã de geladeira, o pano de prato, um copo da cor favorita dela. São detalhes que fazem parte do conjunto da obra.”

Durante a pandemia da Covid-19, de abril a novembro do ano passado, eles decidiram fazer as gravações de maneira virtual. Nesse formato, conseguiram conversar com gente de outras cidades além de São Paulo, onde eles moram.

Depois desse período, as filmagem voltaram a acontecer presencialmente, mas seguindo as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para evitar a contaminação pelo coronavírus, como manter o distanciamento e usar máscaras.

Por isso, as visitas também ficaram mais curtas. “Mas é uma pena, sabe? Antes a gente tomava um cafezinho após a gravação, conversava sobre outras questões da vida”, lamenta.

No entanto, mesmo com reuniões mais restritas, Lucas diz que ainda consegue criar uma conexão entre entrevistador e entrevistado. “O encontro ficou um pouco limitado por uma questão de segurança para todos, mas a força do afeto não mudou. Muita gente prepara um docinho, um bolinho, um presentinho, uma marmitinha como forma de retribuir nossa ida até lá. É bem bonito.”

Trechos dos relatos dos entrevistados são compartilhados no perfil do Instagram (@historiasdeterapia), mas os depoimentos completo podem ser vistos no canal ter.a.pia no YouTube ou no Facebook.

Em junho deste ano, eles estrearam o podcast Histórias para ouvir lavando louça para continuar entrevistando pessoas que moram fora de São Paulo.

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Busca pelo termo burnout na internet aumenta 122% durante a pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/busca-pelo-termo-burnout-na-internet-aumenta-122-durante-a-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/busca-pelo-termo-burnout-na-internet-aumenta-122-durante-a-pandemia/#respond Mon, 27 Sep 2021 10:00:51 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/246f33ab7e1d044fd59bf27d5aa49413879b37b42cf900896830381520c6159c_61451760c6248-2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1122 Um levantamento feito pela plataforma de marketing online Semrush, entre julho de 2020 e julho deste ano, analisou a média de buscas na internet pelas principais palavras-chave relacionadas à saúde mental

Durante esse período da pandemia da Covid-19, os termos mais procurados pelos brasileiros são: ansiedade, com a média de 338 mil buscas, seguido de depressão, com 277.462, e estresse, com 105.500 mil pesquisas.

A palavra burnout teve destaque no estudo, pois mostrou um aumento de 122%. Pesquisas relacionadas, como “burnout síndrome”, “o que é burnout” e “sintomas de burnout” chegaram a mais de 155 mil buscas.

Exaustão emocional, dificuldade de concentração e incapacidade de relaxar são alguns dos sintomas desse transtorno.

O esgotamento profissional, conhecido como burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019.

Ao ser reconhecido como doença, o burnout foi descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito” e que se caracteriza por três elementos: “sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida”.

A OMS explica que o esgotamento “se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida”. Ou seja, são problemas causados pela rotina do trabalho.

Quando não é tratada, a síndrome pode evoluir para casos de depressão, transtornos de ansiedade, além de doenças físicas como hipertensão e distúrbios gastrintestinais.

A pesquisa da Semrush também revelou que, entre as técnicas para relaxar, as mais buscadas foram meditação (113.192) e mindfulness (52.192).

Mindfulness, ou “consciência plena”, é um estado mental em que a pessoa volta sua atenção ao presente. Com origens no budismo e em tradições orientais, o mindfulness chegou ao Ocidente como uma prática laica utilizada como tratamento complementar para diversos quadros clínicos, como dores crônicas, estresse, depressão e ansiedade. O mindfulness aplicado à saúde foi desenvolvido pelo médico Jon Kabat-Zinn na década de 1970, nos Estados Unidos.

Entre os aplicativos de saúde mental, os mais procurados pelos internautas foram Psicologia Viva (53,508), Zenklub (24,015), Vittude (13,846), Calm (10,785) e Eurekka (2,169).

 

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Dia Mundial do Lazer é comemorado nesta sexta; veja atividades que beneficiam a saúde mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/16/dia-mundial-do-lazer-e-comemorado-nesta-sexta-veja-atividades-que-beneficiam-a-saude-mental/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/16/dia-mundial-do-lazer-e-comemorado-nesta-sexta-veja-atividades-que-beneficiam-a-saude-mental/#respond Fri, 16 Apr 2021 09:00:29 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/8857c0b8092a8541893c62690787d933a32d05171dcf7d3f2c23d1fdbf44cbbd_5e782ffd07d3a.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=810 “Nada melhor do que não fazer nada”, canta Rita Lee na música “Mania de Você”. Afinal, ter um tempo livre para aproveitar como quiser, seja descansando ou praticando alguma atividade prazerosa, é essencial para a saúde mental.

Esses momentos de folga são fortes aliados na manutenção e no equilíbrio de neurotransmissores como endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina, que influenciam nas sensações de bem-estar, alegria e plenitude, explica a psiquiatra Jéssica Martani.

“O desequilíbrio dessas substâncias pode afetar a saúde da mente, proporcionando desânimo, dificuldade de iniciar e completar tarefas, mau humor, ganho de peso, baixa imunidade e, com o tempo, pode deflagrar doenças como depressão, ansiedade, transtornos do sono, entre outras patologias”, diz a médica.

Com as restrições provocadas pela pandemia da Covid-19, deixando academias, parques, cinemas, teatros e outros estabelecimentos fechados, o tempo dedicado aos exercícios físicos e a diversões tem sido menor. Em vez de relaxar, a população tem cada vez mais acumulado o trabalho –muitas vezes em home office– com tarefas do dia a dia e cuidados com os filhos.

Para estimular as atividades de recreação, foi criado o Dia Mundial do Lazer, que nesta primeira edição será comemorado nesta sexta-feira (16), com o tema Lazer para uma Vida Melhor.

A data é uma iniciativa da Organização Mundial de Lazer (World Leisure Organization), com coordenação do WLCE/USP (Centro de Excelência em Estudos do Lazer), em parceria com o Lagel (Laboratório de Gestão das Experiências de Lazer) e o Sesc.

Atualmente, a Organização Mundial do Lazer conta com sete Centros de Excelência em Estudos do Lazer localizados pelo mundo e, a cada ano, um destes centros ficará responsável por organizar a celebração. O objetivo é destacar a importância do lazer para a sociedade.

Nesta sexta, serão realizadas diversas atividades ao redor do mundo, com ações virtuais e presenciais em 20 países (sempre respeitando as orientações de segurança sanitárias locais de combate à Covid-19), com o apoio de diversas instituições parceiras.

No Brasil, a USP, o Lagel e o Sesc estarão à frente das ações do Dia Mundial do Lazer, que serão exclusivamente online.

Saiba mais sobre o Dia Mundial do Lazer no site da Organização Mundial de Lazer (worldleisureday.org) e no Instagram World Leisure Day (@worldleisureday).

Veja abaixo uma seleção de dez eventos virtuais que acontecerão ao longo desta sexta.

Yoga Kimect – com Emaye Ama Mizani (Sesc Pompeia)
A kemetic yoga é um antigo sistema egípcio baseado nas práticas de movimentos físicos combinados com respiração profunda controlada e meditação. A versão moderna desse antigo sistema foi desenvolvida a partir da pesquisa primária realizada por Asar Hapi. Não é apenas uma prática corporal, arte ou cultura, e sim um resgate ancestral e milenar de uma prática espiritual e preta, além de fortalecer identidade histórica. Com Emaye Ama Mizani, mulher rastafari, estudiosa e experimentadora de práticas de saúde holística africana, instrutora de kemetic yoga treinada pela YogaSkills School of Kemetic Yoga, de Chicago.
Horário 9h
Plataforma Instagram do Sesc Pompeia (@sescpompeia)

Malabares (Sesc Itaquera)
A prática de malabares melhora a coordenação motora e a agilidade com movimentos de lançar e receber. Nesta ação desenvolvida com os educadores do Sesc, os participantes vão aprender de forma lúdica e educativa os movimentos de malabares com materiais alternativos como sacolas plásticas e bolinhas de papel.
Horário 8h
Plataforma YouTube, Facebook e Instragam Sesc Itaquera (@sescitaquera)

Yoga em família (Sesc Santo André)
A atividade, comandada pela dupla João Soares e Rosa Muniz, do Yoga com História, traz oyioga em família na perspectiva de narrativas lúdicas associadas aos asanas (palavra em sânscrito significa postura confortável) com a intenção de aproximar as crianças do universo do yoga.
Horário 10h
Plataforma YouTube e Facebook Sesc Santo André

Lazer e identidades: encontros no envelhecer (Sesc Ipiranga)
O Sesc Ipiranga traz a oportunidade de reflexão sobre o lazer como direito no envelhecer, em busca de compreender melhor desigualdades e sobreposições de opressão e discriminações existentes em nossa sociedade.
Participantes Francisco Welligton de Sousa Barbosa Junior, mestre em psicologia pela Universidade do Minho/Portugal, Letícia Lanz, escritora e psicanalista, Mona Rikumbi, primeira cadeirante negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo, Vagner Martins, gestor de esportes no Sesc Ipiranga, especialista em acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência em programas de educação, atividade física, esporte e lazer.
Horário 11h
Plataforma YouTube, Facebook e Instagram do Sesc Ipiranga (@sescipiranga)

Percussão corporal (Sesc Amaro)
Vídeo com breve introdução à percussão corporal, apresentando os principais sons corporais e os primeiros passos para qualquer pessoa aprender a executar ritmos básicos com seu próprio corpo em sua própria casa. Serão abordados também os princípios básicos do ritmo e da percussão, como tempo, pulsação e subdivisão. Com o músico e percussionista Gabriel Draetta.
Horário 16h
Plataforma YouTube, Facebook e Instagram do Sesc Santo Amaro (@sescsantoamaro)

Cards digitais com dicas para lazer, ócio e tempo livre (Sesc Belenzinho)
O Sesc Belenzinho apresentará uma série de cards em seu Instagram, com conceitos sobre lazer, ócio, tempo livre e as áreas de interesse que compõem o tema. Os cards abordarão temas como o que é lazer, ócio criativo, lazer com interesse artístico, lazer com interesse intelectual e lazer com interesse físico-esportivo. No card lazer com interesse artístico, por exemplo, o visitante poderá acessar o show de Lenine no #EmCasaComSesc, no YouTube.
Horário 8h
Plataforma Instagram Sesc Belenzinho (@sescbelenzinho)

Lazer como estratégia para uma melhor qualidade de vida – com Márcio Atalla (Sesc Guarulhos)
Bate-papo ao vivo com o educador físico Márcio Atalla, que abordará a importância e os desafios da mudança de comportamento e a adoção de hábitos saudáveis na busca e promoção da saúde e da qualidade de vida por meio do lazer. Atalla abordará o tema dando dicas e responderá às perguntas do público pelo chat.
Horário 19h
Plataforma YouTube Sesc Guarulhos

Espaço para ser (Sesc Carmo)
Vídeo que reflete sobre o lazer enquanto ócio, trazendo técnicas da atenção plena para a criação do espaço para ser. Com Adriana Fabozzi, especialista em cuidado integrativo, formada em psicologia e educação física.
Horário 11h
Plataforma Facebook e Instagram do Sesc Carmo (@sesccarmo)

Mesa com Alberto Acosta e Danilo Santos de Miranda (Sesc SP)
Três anos após a realização do Congresso Mundial do Lazer, que apresentou discussões sobre as principais barreiras de acesso ao lazer para as pessoas, bem como reflexões sobre como superá-las, entendemos que tais barreiras tornaram-se ainda maiores considerando o atual cenário de crise sanitária-econômica-social. Por outro lado, pesquisas e reflexões têm apontado a importância do lazer neste período de isolamento social, como garantia de bem-estar e até mesmo de manutenção da saúde durante o confinamento. Assim, este encontro buscará refletir sobre o lazer como um direito social e sua importância no cotidiano, a partir dos olhares e experiências do convidado. Com Alberto Acosta, ex-Ministro de Minas e Energia do Equador, pesquisador no Latin American Institute of Social Resarch, e Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc em São Paulo.
Horário 16h
Plataforma YouTube do Sesc São Paulo

Mesa temática ‘Lazer torna a vida melhor’ (WLCE/USP)
Mesa composta por representantes de quatro diferentes regiões do país (Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), a fim de refletir e discutir elementos da área do lazer, tais como sugestões, desafios e limites de possibilidades de ações que tenham relação com a região de cada convidado para a vivência e/ou gestão de um lazer que torne a vida melhor.
Participantes Mirleide Chaar Bahia (UFPA), Christianne Luce Gomes (UFMG), Raquel Silveira (UFRGS) e Junior Vagner Pereira da Silva (UFMS). Coordenação: Edmur Stoppa e Mariana Bueno.
Horário das 14h às 16h
Plataforma Google Meet. A atividade será exibida para o público em geral no Youtube da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades)

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Psiquiatra Marco Abud dá dicas em canal do YouTube para reduzir a ansiedade durante a pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/14/psiquiatra-marco-abud-da-dicas-em-canal-do-youtube-para-reduzir-a-ansiedade-durante-a-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/14/psiquiatra-marco-abud-da-dicas-em-canal-do-youtube-para-reduzir-a-ansiedade-durante-a-pandemia/#respond Wed, 14 Apr 2021 10:00:53 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/Dr.Marco-Abud-300x215.png https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=805 Cansaço, estresse e tristeza. Esses são alguns dos sentimentos que podem descrever como anda a saúde mental da população um ano após o início da pandemia da Covid-19.

Com o aumento de casos e mortes e novos períodos de restrições e de isolamento social, sintomas de ansiedade têm crescido cada vez mais, diz o psiquiatra Marco Abud, que mantém o canal Saúde da Mente, no YouTube.

“A maioria dos brasileiros está desolada com a situação da pandemia. Além dos números assustadores, do isolamento social e do medo de perder alguém ou ficar doente, há também uma nova rotina, que mistura o ambiente de trabalho com o doméstico e pessoal, sobrecarregando ainda mais o dia a dia. Esse cansaço físico, aliado à exaustão mental, vem aumentando o número de relatos de insônia, crises de ansiedade e depressão. Isso traz impactos para a vida como um todo, seja nos relacionamentos interpessoais, com família e amigos, no trabalho, apresentando queda no rendimento, e até mesmo com relação a si mesmo, quando a pessoa deixa de atentar para si mesmo”, explica o médico.

Ter essas sensações, afirma o Abud, é normal especialmente em momentos como esse. Porém, é preciso ficar atento aos episódios em que esses pensamentos negativos dominam e paralisam as pessoas.

Abud comenta os três principais sinais que podem aparecer: o primeiro é quando não conseguimos nos desligar desses pensamentos ruins, mesmo quando nos esforçamos ou buscamos distrações; o segundo sinal ocorre quando essas preocupações estão direcionadas a situações catastróficas ou muito improváveis, como poder ter doenças muito raras; o terceiro é a presença de preocupações constantes, recorrentes com situações que estão fora do nosso controle.

Para ajudar a população em geral a lidar com os pensamentos acelerados, com a exaustão mental e a manejar a sobrecarga de tarefas, Abud criou o Acalma Mente, um programa com sete aulas virtuais ao vivo, incluindo exercícios, que fornecem métodos e dicas práticas para reequilibrar a saúde mental.

A maratona virtual começou na segunda-feira (12) e vai até domingo (18). Nos encontros, o psiquiatra fala sobre os efeitos da pandemia para a saúde mental e as aplicações de técnicas que contribuem para o bem-estar emocional, incluindo exercícios de mindfulness, meditação guiada e ioga. Além disso, serão ensinadas táticas para ativar a concentração e afastar pensamentos negativos que estejam prejudicando o dia a dia.

“A ideia não é eliminar os pensamentos ruins, pois eles fazem parte da vida, com pandemia ou sem. Não fingimos que tudo é bom, tudo é perfeito, porque essa não é a realidade e é preciso viver o que está aí no mundo. O objetivo é aprender a lidar com essas angústias e ansiedades para que, quando elas vierem, não deixarmos que nos dominem e que nos paralisem. Somos seres humanos, é mais do que natural sentirmos tudo isso, ainda mais em tempos como esses. Só não podemos entrar em uma espiral em que essas sensações fiquem no controle da vida, desestruturando o nosso dia a dia e conexão com nós mesmos”, observa.

Veja cinco dicas importantes do psiquiatra para lidar com o estresse e a ansiedade.

Não tente expulsar a ansiedade  
Em vez de insistir em mandar a ansiedade embora, tente mudar sua relação com ela. Quando você se sentir ansioso, diga para si mesmo: “Eu não preciso fazer a ansiedade ir embora, e sim convidar a calma para se sentar ao lado dela”.

A ansiedade é como um visitante muito chato: quanto mais você tenta mandar embora, mais tumulto ele causa.

Adote técnicas de respiração 
Técnicas para cadenciar o ritmo da respiração são muito eficazes para diminuir o excesso de adrenalina que a ansiedade provoca no corpo.

No início da prática, comece com respirações mais simples –não se esforce para respirar fundo se você não treina essa técnica no dia a dia.

Concentre-se apenas em soltar o ar devagar, como se estivesse soprando um canudo, até sair todo o ar. Isso ajuda a “reiniciar” o ritmo da respiração, acalma e sinaliza para o seu corpo que o ambiente está tranquilo.

Escreva suas preocupações em um papel 
Adote “caixas de pensamentos”. Caso esteja com muitas preocupações, pegue papel e caneta e escreva tudo o que está pensando.

Separe os pensamentos em duas caixas: a primeira para os acontecimentos que estão ocorrendo agora e a segunda para o que vai acontecer no futuro.

Imagine-se tampando a caixa do futuro e determine um horário para reabri-la. Até chegar esse momento, você não dará bola para as preocupações futuras.

Esse é um método simples e pode ser que, isolado, não faça a ansiedade ir embora imediatamente. Mas pode começar a acionar o circuito de relaxamento e ajudar você a sair dessa bola de neve que a crise de ansiedade causa, devolvendo a qualidade de vida e promovendo um reequilíbrio para a saúde mental.

Faça uma lista com as tarefas do dia 
A ansiedade pode ter a ver com preocupações relacionadas às coisas que temos que cumprir ou resolver no dia a dia. Por isso, mais uma vez, a escrita é benéfica: a ação de passar as tarefas para um papel evita que o pensamento foque somente esses afazeres. É como se fosse um descanso para o cérebro, evitando com que ele gaste energia para armazenar todas essas informações.

Há pessoas que até acordam no meio da noite pensando nas tarefas do dia –isso se tornou ainda mais comum diante da pressão do trabalho no modelo home office, que demanda concentração e muita organização pessoal, gerando a sensação de que é preciso estar alerta o tempo todo.

Por isso, deixar um bloquinho de anotações ao lado da cama e listar tudo o que precisa ser feito pode trazer um conforto e aliviar a tensão imediata para que seja possível voltar a relaxar e, consequentemente, pegar novamente no sono.

Interação social 
As atividades sociais e a interação com outras pessoas podem diminuir os níveis de cortisol, que é um hormônio relacionado ao estresse.

Mesmo que de forma virtual, há boas alternativas de atividades que permitem o contato seguro, tais como cursos online de curta duração, principalmente com temas que não são relacionados à sua profissão.

Aulas de teatro, idiomas e atividades físicas em grupo virtuais também podem ser opções que trarão ganhos para o controle da ansiedade e a saúde da mente.

Maratona Acalma Mente com Marco Abud
Quando de 12 a 16 de abril, às 20h; dia 17, às 13h; dia 18; às 21h
Professores convidados Juliano Teles, médico especialista em cirurgia geral e do aparelho digestivo, Igor Lemos, doutor em neuropsiquiatria e ciências do comportamento, Grace Cristina, professora e palestrante de hatha yoga
Inscrições gratuitas no site drmarcoabud.com.br/acalma-mente
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Universidade procura voluntários para estudo de tratamento gratuito do TDAH com mindfulness e neuromodulação https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/16/universidade-procura-voluntarios-para-estudo-de-tratamento-gratuito-do-tdah-com-mindfulness-e-neuromodulacao/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/16/universidade-procura-voluntarios-para-estudo-de-tratamento-gratuito-do-tdah-com-mindfulness-e-neuromodulacao/#respond Tue, 16 Mar 2021 10:00:25 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/mind2.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=741 A Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, busca pacientes voluntários adultos para um estudo voltado ao tratamento não medicamentoso do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Os interessados devem ter de 18 e 35 anos, já terem sido diagnosticados com o transtorno, não terem implantes metálicos na cabeça e podem fazer ou não uso de medicação para TDAH. Para se inscrever para uma das 60 vagas gratuitas é preciso preencher um formulário online.

A pesquisa é conduzida pelo Ascan Lab (Applied Social, Cognitive and Affective Neuroscience Laboratory), laboratório de neurociência do curso de psicologia localizado dentro do Laboratório de Avaliação Psicológica da Universidade Cruzeiro do Sul, no campus Paulista.

“O projeto busca investigar um possível tratamento sem medicamentos para diminuir as dificuldades cognitivas, como o déficit de atenção e de funções executivas características deste distúrbio do neurodesenvolvimento, por meio da aplicação simultânea da ETCC (Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua) e da prática do mindfulness”, diz Camila Campanhã, professora e supervisora clínica do curso de psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul e pesquisadora do Ascan Lab.

A ETCC consiste em um tipo não invasivo de neuromodulação por baixa corrente elétrica, indolor e sem efeitos colaterais, que estimula ou inibe a atividade cerebral da área em que os eletrodos são posicionados, explica Campanhã.

“Trata-se de uma técnica absolutamente segura. Já existem aparelhos disponíveis em outros países para que os pacientes realizem o tratamento sozinhos em casa. Este método facilita atividade de áreas cerebrais quando o eletrodo anódico é posicionado no couro cabeludo, na área que se deseja melhorar o funcionamento, ou dificulta quando o eletro catódico é posicionado no couro cabeludo na área em que se deseja reduzir a hiperatividade existente”, afirma.

“Neste estudo, o objetivo é melhorar a atividade de uma área frontal do cérebro que encontra alterações de conectividade em pacientes com TDAH que levam ao déficit de atenção e de funções executivas por meio da ETCC”, esclarece a professora e orientadora da pesquisa.

Já a técnica de mindfulness é um tipo de meditação para a estimulação da atenção plena. Com origens no budismo e em tradições orientais, o mindfulness chegou ao Ocidente como uma prática laica utilizada como tratamento complementar para diversos quadros clínicos, como dores crônicas, estresse, depressãoansiedade. O mindfulness aplicado à saúde foi desenvolvido pelo médico Jon Kabat-Zinn na década de 1970, nos Estados Unidos.

Estudos de neurociência têm comprovado que o treino cognitivo de atenção da prática do mindfulness gera neuroplasticidade. Ou seja, assim como o treinamento de um músculo melhora o seu funcionamento, a meditação é uma forma de exercitar as vias neurais frontais, o que gera melhora da atenção, observa Campanhã.

“Este estudo permitirá verificar se esta combinação das técnicas, da ETCC e o do mindfulness, reduzirá as dificuldades cognitivas do TDAH de forma semelhante aos pacientes que fazem uso das medicações mais utilizadas na atualidade. Para isso, os efeitos serão comparados aos de pacientes que fazem uso de medicação”, conta.

O projeto será realizado de forma híbrida, com encontros virtuais e presenciais no Ascan Lab da Universidade Cruzeiro do Sul, no campus Paulista. A parte presencial consistirá em dez encontros de 30 minutos cada, apenas com os pacientes que não tomam medicação, respeitando as medidas e protocolos de saúde durante a pandemia da Covid-19, em sala de aula ampla e ventilada que permite o distanciamento social necessário. Os participantes que fazem uso de algum tipo de medicação para o TDAH poderão participar de forma totalmente remota, realizando testes cognitivos online.

Tratamento gratuito para adultos com o diagnóstico de TDAH 
Inscrições até 30 de maio de 2021; é preciso preencher o formulário no site (clique aqui)
Onde Universidade Cruzeiro do Sul, campus Paulista, av. Paulista, 1.415, 8º andar, sala 802, Bela Vista, região central de São Paulo
Contato email para contato do projeto: projetotdah2021@gmail.com; email do laboratório para outras informações: laboratory@gmail.com

 

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Prática de mindfulness ajuda a enfrentar angústia durante a quarentena; conheça técnicas https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2020/04/04/pratica-de-mindfulness-ajuda-a-enfrentar-angustia-durante-a-quarentena-conheca-tecnicas/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2020/04/04/pratica-de-mindfulness-ajuda-a-enfrentar-angustia-durante-a-quarentena-conheca-tecnicas/#respond Sat, 04 Apr 2020 17:13:34 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/mind2.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=121 Mindfulness, ou “consciência plena”, é um estado mental em que a pessoa volta sua atenção ao presente.

A prática não exige que seja feita apenas durante um momento reservado à meditação, explica a psicóloga Karen Cicuto, especialista em neuropsicologia pelo Inesp (Instituto Neuropsicológico de São Paulo) e integrante do Centro Mente Aberta da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em que atua como pesquisadora de mindfulness aplicado à saúde.

“Podemos trazer a atenção plena a atividades simples do cotidiano, que normalmente fazemos de forma automática, como lavar as mãos, sentindo a temperatura da água, a textura do sabonete, ou ainda escovando os dentes, lavando a louça e comendo, por exemplo”, afirma. “O conceito de mindfulness vai muito além de técnicas de meditação.”

Com origens no budismo e em tradições orientais, o mindfulness chegou ao Ocidente como uma prática laica utilizada como tratamento complementar para diversos quadros clínicos, como dores crônicas, estresse, depressão e ansiedade. O mindfulness aplicado à saúde foi desenvolvido pelo médico Jon Kabat-Zinn na década de 1970, nos Estados Unidos.

“A prática de mindfulness tem diversas aplicações, desde controle do estresse dia dia a dia e melhor qualidade de vida até para tratamento complementar de quadros clínicos como depressão, ansiedade e burnout”, diz Karen.

A psicóloga conta que o exercício pode ser uma ferramenta especialmente benéfica à saúde mental durante o período de quarentena, provocada pela pandemia do novo coronavírus, em que a população precisa lidar com sentimentos como angústia, medo e até mesmo com alguns sintomas de depressão e ansiedade.

“O mindfulness pode não só ajudar a diminuir esses sintomas, mas também nos ajudar a encarar a situação a partir de um ponto de vista de maior consciência, ajudando a nos relacionar de uma forma melhor com pensamentos e sentimentos que surgirem”, diz.

Segundo Karen, a atividade ajuda a responder de forma sábia aos sentimento em vez de reagir impulsivamente. “Ao trazer a atenção a mim mesma, posso perceber que estou angustiada e, a partir dessa consciência, decidir como me cuidar de uma forma eficaz, como telefonando para um amigo para pedir um apoio, por exemplo, em vez de comer uma barra de chocolate ou tomar uma dose de álcool”, observa.

Ela alerta, no entanto, que o mindfulness não é indicado para pessoas que estejam enfrentando alguma psicopatologia grave, como depressão com ideação suicida, fase de mania ou psicose. “Nessas situações, a atividade pode colocar uma ‘lente de aumento’ no sofrimento, o que não é recomendado.”

A indicação é que a prática se torne um hábito, assim como os exercícios físicos. Comece treinando de 5 a 10 minutos e aumente o tempo aos poucos. Veja algumas técnicas recomentados por Karen para iniciantes.

Escaneamento corporal 
Existem várias práticas de mindfulness que podem ser feitas por quem está começando. Uma delas se chama escaneamento corporal, na qual a pessoa leva sua atenção a alguns membros do corpo com a intenção de perceber as sensações de cada parte, como se estivesse escaneando o próprio corpo com a mente.

“Podemos começar percebendo as sensações dos nossos pés, depois das pernas, da pelve, do abdômen e assim subindo até a cabeça. É muito importante aqui lembrarmos da intenção da prática, que é trazer uma atenção amigável ao corpo, tomar consciência dele sem a intenção de mudar a experiência, as sensações, mas só percebê-las”, ensina Karen.

“Além disso, é importante saber, especialmente para quem está começando, que meditar não é estar com a mente vazia ou não pensar, já que essa é a natureza da mente e isso é impossível”, observa.

Karen explica que, durante a prática, a mente vai se distrair muitas vezes com os pensamentos, mas o objetivo é trazer a atenção de volta às sensações do corpo. “A ideia é ter consciência da nossa experiência, seja ela qual for.”

Atenção plena à respiração 
Outra prática útil para quem está começando é conhecida como atenção plena à respiração. Nela, a pessoa volta sua atenção às sensações da respiração e foca um ponto específico, como narinas, peito ou abdômen.

Nesse exercício, use a técnica de contagem da respiração para ajudar a estabilizar a atenção. “A cada inspiração e expiração conta-se 1, uma nova inspiração e expiração, conta-se 2… E assim vai até chegar a 10. Quando terminar ou se distrair, recomece a contar”, orienta.

Karen ressalta que o objetivo não é controlar a respiração, mas focar a atenção, deixando que a respiração flua naturalmente.

“Aqui a mente também vai se distrair, mas o convite é o mesmo: trazer uma atitude de não-julgamento e gentileza para com a natureza da mente de pensar, e trazer a atenção de volta às sensações da respiração”, explica.

Postura e local
Embora o mindfulness seja um exercício mental, a postura do corpo pode ser útil para trazer a consciência ao momento presente. A meditação não exige nenhuma postura especial, como a famosa postura de lótus de pernas cruzadas. Quem estiver começando pode fazer a prática sentado numa cadeira, com os pés bem apoiados no chão, com a coluna ereta e, de preferência –se a pessoa não tiver nenhum problema ortopédico–, afastada do encosto da cadeira.

A posição correta das costas é facilitada se a pessoa estiver sentada bem em cima dos ísquios, os ossinhos que ficam abaixo dos glúteos. As mãos podem estar apoiadas nas coxas, e a cabeça numa posição neutra, nem inclinada para frente nem para trás. Quem quiser, pode fazer a prática de olhos fechados ou semicerrados.

A prática do escaneamento corporal geralmente é feita na posição deitada, com a barriga para cima, as pernas esticadas com os pés relaxados e os braços ao longo do corpo. No entanto, se a pessoa sentir sono, pode experimentar fazer na posição sentada.

O ideal é que o mindfulness seja feito em um lugar arejado e silencioso. “Nem sempre isso será possível nesse período de quarentena, então talvez seja legal pedir auxílio aos familiares, pedindo privacidade em algum cômodo da casa”, diz Karen.

No vídeo abaixo, em seu canal no YouTube, Karen fala sobre como o mindfulness pode ajudar a melhorar a saúde mental durante o período de quarenta e ensina a prática de três passos.

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