Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Estudo da Unifesp aponta alto consumo de álcool entre idosos https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/#respond Fri, 15 Oct 2021 13:40:06 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/4a8a0fafb79ccefb084f2808d7c25f219f6cfdf004f8ba55c93c6179d039d032_5ae6c0011da91-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1245 Agência Fapesp – Estudo conduzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) indica que aproximadamente um em cada quatro brasileiros (23,7%) com 60 anos ou mais consome álcool. Além disso, 6,7% (aproximadamente 2 milhões de idosos) relatam ter ingerido no último mês várias doses em uma ocasião –padrão de consumo abusivo conhecido como “binge drinking”, ou seja, o uso excessivo de uma só vez. E 3,8% (mais de 1 milhão) costumam beber, em uma semana típica, quantidades que podem colocar em risco sua saúde.

Para estimar a prevalência dos padrões de consumo de álcool da população geral idosa, o grupo da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) fez uma análise dos dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), com uma amostra de 5.432 brasileiros acima de 60 anos. Também se buscou avaliar os padrões de consumo de álcool em idosos da atenção primária (primeiros atendimentos médicos). Para isso, foram utilizados dados da triagem inicial do ensaio clínico realizado em sete Unidades Básicas de Saúde (UBS) com 503 participantes.

Em ambos os estudos foram identificados fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde associados aos diferentes padrões de consumo. A ingestão de álcool foi mais comum na região Sudeste e na atenção primária, quando comparada à população idosa geral. Em ambos os grupos estudados (idosos em geral e atenção primária), os homens relataram maior consumo de álcool (tanto em quantidade quanto em relação ao consumo no padrão “binge”), bem como os mais jovens e aqueles com maior escolaridade.

Financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio do projeto temático “Intervenções inovadoras frente a problemas relacionados ao consumo do álcool no Brasil: busca de novas abordagens para uma antiga questão de saúde pública”, a pesquisa e seus desdobramentos foram recentemente publicados nos periódicos científicos Substance Use & Misuse e BMJ Open.

De acordo com Tassiane de Paula, primeira autora dos artigos, “é fundamental entender esse problema para propor estratégias para redução do consumo de álcool entre os idosos”.

Intervenção de baixo custo 
O grupo desenvolveu uma proposta de Intervenção Breve para Idosos (IBI) e elaborou um protocolo para testar a efetividade dessa intervenção na atenção primária, administrada por agentes comunitários de saúde, com apenas 6% de recusa entre os primeiros 80 participantes recrutados.

“As evidências sugerem que intervenções breves são eficazes na redução do consumo de álcool entre adultos mais velhos. No entanto, a eficácia dessas intervenções quando realizadas por agentes comunitários de saúde em um ambiente de atenção primária à saúde é desconhecida. Até onde sabemos, este será o primeiro ensaio clínico randomizado a examinar isso”, escreveram as pesquisadoras no artigo publicado.

Duzentos e quarenta e dois indivíduos considerados bebedores de risco serão recrutados e alocados aleatoriamente para receber o atendimento usual (lista de espera) ou atendimento usual mais uma intervenção breve realizada por agentes comunitários de saúde treinados em UBS que fazem parte do SUS (Sistema Único de Saúde).

O estudo Alcohol and ageing: rapid changes in populations present new challenges for an old problem pode ser lido em aqui.

E o artigo Brief interventions for older adults (BIO) delivered by non-specialist community health workers to reduce at-risk drinking in primary care: a study protocol for a randomised controlled trial está disponível em aqui.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Unifesp.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
É possível ter um transtorno psicológico e viver bem, diz psicóloga Ana Gabriela Andriani https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/#respond Sun, 10 Oct 2021 10:00:18 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-09-at-12.42.10-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1208 O que é ter saúde mental? Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a saúde mental é um estado de equilíbrio psíquico, físico e que envolve questões sociais. Não é definida apenas pela ausência de uma doença.

A psicóloga Ana Gabriela Andriani concorda com esse conceito. “É possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização”, observa.

Andriani ressalta que todos nós, tendo ou não um diagnóstico de transtorno mental, sofremos oscilações emocionais ao longo da vida. Para evitar as crises, quando for necessário, é preciso buscar tratamento medicamentoso com um psiquiatra e fazer psicoterapia.

Ela explica que a terapia é um caminho para o autoconhecimento. “É um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.”

Neste domingo (10) é celebrado do Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi criada em 1992 por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental com o objetivo de educar e conscientizar a população sobre a importância do tema e diminuir o estigma social.

Na entrevista a seguir, a psicóloga fala sobre a ideia que temos a respeito do que é uma mente sã e sobre os impactos culturais e históricos no psicológico da sociedade.

A depressão já foi chamada de “mal do século”. Atualmente, o burnout tem sido associado à geração millennial (pessoas nascidas entre 1980 e 1995). Como você vê essa relação entre transtornos e gerações? 
Sem dúvida existe uma correlação entre o momento social e histórico e os transtornos psíquicos que são produzidos ali. Porque os transtornos psíquicos são constituídos a partir das condições de vida das pessoas, da cultura da sociedade e do que acontece ali em termos sociais. Então, por exemplo, na época do Sigmund Freud (1856-1939), que era uma época de grande repressão sexual, o transtorno mais comum, ao qual ele de dedicou a estudar, era a histeria. Em períodos pós-guerra, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiam neuroses de guerra, que são caracterizadas por depressão e por grandes traumas. Hoje, num momento que a gente tem uma cultura que valoriza muito a aceleração e a alta performance, a gente vê crises de ansiedade, burnout e crises de pânico como sendo os transtornos mais vigentes.

Agora, para a gente conseguir elaborar, simbolizar o está vivendo, a gente precisa se conhecer. Saúde psíquica também tem a ver com autoconhecimento. Porque o autoconhecimento amplia a nossa capacidade de pensar sobre nós mesmos e sobre o mundo, sobre as nossas relações, sobre tudo que a gente está vivendo.

Receber um diagnóstico de transtorno psicológico pode ser um baque para algumas pessoas. É possível continuar tendo uma vida feliz e equilibrada mesmo convivendo com um transtorno e tendo que tomar medicações para o resto da vida? 
Sim, é possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização.

É importante considerar que a gente vai oscilar emocionalmente ao longo da vida. Em quem tem um transtorno ou um distúrbio de personalidade também vai sofrer oscilações. Mas é possível evitar uma crise expandida ou mesmo viver crises com o uso de medicamentos receitados por um psiquiatra. Mas não só isso. Também por meio da realização de uma psicoterapia, que é um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.

É importante dizer que o remédio sozinho não vai dar conta de tornar uma pessoa mais saudável. Ele é muito importante porque traz uma estabilidade, mas é o trabalho de psicoterapia que vai propiciar à pessoa se conhecer melhor, expandir sua capacidade de pensar sobre ela mesma, sobre o que está vivendo, e é isso que vai poder transformá-la.

Com a pandemia da Covid-19, o assunto saúde mental está sendo muito debatido. Você acha que a visibilidade que o tema tem recebido tem ajudado a diminuir o estigma em relação aos transtornos psicológicos? Ou ainda temos muito caminho pela frente? 
Acredito que sim, que os assuntos relacionados à saúde mental e aos transtornos psicológicos têm sido mais divulgados. Por exemplo, neste ano e no ano passado, por conta da pandemia, falou-se bastante sobre crises de casais, sobre relações familiares, sobre burnout, crises de pânico. Vários psicólogos se disponibilizaram a fazer atendimentos gratuitos.

Acho que o tema tem sido mais debatido e as pessoas têm tido mais informações sobre isso, o que é muito bom, porque as pessoas passam a ter uma ideia de que elas não precisam só cuidar do corpo, elas precisam cuidar também da saúde mental.

Aliás, faz parte do conceito saúde esse entrelaçamento entre corpo e psique. Acredito que tanto as empresas como área do esporte, todas essas instâncias têm se voltado mais para o cuidado com a saúde mental.

Casos como o da atleta Simone Biles, que deixou de disputar algumas provas nas Olimpíadas para priorizar a saúde mental, jogam uma luz sobre a necessidade de as pessoas respeitarem seus momentos. Você acha que estamos no fim da era do “trabalhe enquanto eles dormem”? 
O que vêm mudando é que tanto as instituições como as pessoas vêm percebendo a grande necessidade de cuidar da saúde mental. Estão percebendo que essas questões relacionadas à saúde mental não podem ser deixadas de lado, porque senão a pessoa que está lá na empresa não trabalha, o atleta não tem bom desempenho, ninguém consegue ficar com uma sensação de bem-estar e viver suas vidas de forma mais saudável.

Acho que a gente vive tempos em que é exigido alta performance, alto desempenho, até uma perfeição do corpo, do trabalho, do cuidado com os filhos e uma aceleração. Tudo isso é naturalmente produtor de ansiedade. Acho que isso não vai mudar, pelo menos por enquanto. A gente vive numa sociedade com essas características.

O que eu tenho impressão que vem mudando é a necessidade de cuidado com a saúde mental atrelado ao trabalho, atrelado à alta performance e ao bom desempenho. Então, por exemplo, no esporte, vem se percebendo a necessidade de se cuidar, de saber como esse atleta está emocionalmente nas suas relações familiares, de como ele está em termos de ansiedade, e das necessidades emocionais dele para que ele consiga estar bem para desempenhar um bom trabalho. Não é que agora vai ser cuidar da saúde mental e deixar a questão do desempenho de lado. A questão, e acho que essa é a grande mudança, é que vamos cuidar das duas coisas ao mesmo tempo, o psicológico atrelado ao físico e ao trabalho, ao desempenho profissional de maneira geral.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Projeto ter.a.pia traz depoimentos emocionantes de pessoas que contam suas histórias enquanto lavam louça https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/projeto-ter-a-pia-traz-depoimentos-emocionantes-de-pessoas-que-contam-suas-historias-enquanto-lavam-louca/#respond Thu, 30 Sep 2021 10:00:51 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/7f4f534db246305219f414e42e25905e0384f2272410bcb699ea9494e4773959_6155050d3412c-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1130 “Se o seu bebê nasce com menos de 0,5 kg, ele é considerado lixo hospitalar”, diz Cindy Anjos enquanto lava louça. Ela conta sobre o luto invisível que viveu quando o coração da sua filha parou de bater ainda durante a gravidez.

Fabi estava com depressão e síndrome do pânico quando decidiu chamar sua mãe para conversar. Aos 40 anos, ela descobriu que foi adotada e que tinha dois irmãos.

Depois de 33 anos de casamento, Luiz Grande perdeu o marido por Covid-19, em agosto do ano passado. Quando José estava intubado, Luiz pediu à Nossa Senhora para que levasse seu amor embora, pois era muito sofrimento.

Essas são algumas das mais de 150 histórias contadas no ter.a.pia, projeto criado em 2018 pelo jornalista Lucas Galdino e pelo radialista Alexandre Simone.

“Eu estava desempregado e me questionava como profissional. O Alê estava com aquela sede de criar algo totalmente nosso, com a nossa identidade, com o nosso olhar para a vida. Daí, num dia qualquer, indo para um aniversário, decidimos criar um canal e entrevistar algumas pessoas”, conta Lucas.

O nome veio de uma brincadeira dos amigos. “A ideia da louça surgiu como uma piada, já que nós dois tínhamos costume de lavar louça e conversar no fim do dia e, neste dia, especificamente, havíamos deixado uma loucinha acumulada na pia”, diz.

Os entrevistados pela dupla são pessoas comuns que falam abertamente sobre histórias íntimas e problemas que superaram, sempre de forma espontânea e muito sincera.

“A única definição que tínhamos à época era o objetivo de contar histórias reais, de gente como a gente, pessoas do dia a dia”, ressalta Lucas.

“A gente tinha essa vontade de criar relações e vínculos com quem estava ao nosso redor, mas não pertencia à nossa bolha social. Sabe aquele vizinho de andar que você ainda não conheceu além do ‘bom dia’ seco no elevador, aquela moça na fila da padaria, a senhorinha que você cruza toda quarta na feira de rua? São essas pessoas que queríamos, e ainda queremos, conhecer e aprender com suas histórias”, explica o jornalista.

Para ele, desabafar sobre as adversidades da vida ajuda a lidar melhor com as angústias. “Vi uma frase num dia desses, no story do Instagram de um amigo, que dizia mais ou menos o seguinte: ‘o que não vira palavra, vira sintoma’.  Não é à toa que esse é o propósito das sessões de terapia com psicólogos. Com o ter.a.pia é quase a mesma coisa. O que nos diferencia é que, em primeiro lugar, não somos psicólogos, terapeutas ou profissionais de saúde mental.”

Aliás, ele faz questão de deixar claro que o projeto não tem a intenção de substituir esses profissionais. “Aqui a ideia é falar para ajudar outras pessoas a se identificarem, a se inspirarem com aquele desafio superado ou entendido do nosso convidado, o que acaba ajudando a própria pessoa que está contando também”, afirma.

Quando vão entrevistar alguém, Lucas e Alexandre se propõem a ir até a casa da pessoa. “Acreditamos que esse vínculo é importante para a narrativa da história. A pessoa se sente mais confortável para se abrir”, revela.

Lucas observa também que conhecer o local onde a pessoa mora ajuda a mostrar alguns detalhes que enriquecem o depoimento. “Um ímã de geladeira, o pano de prato, um copo da cor favorita dela. São detalhes que fazem parte do conjunto da obra.”

Durante a pandemia da Covid-19, de abril a novembro do ano passado, eles decidiram fazer as gravações de maneira virtual. Nesse formato, conseguiram conversar com gente de outras cidades além de São Paulo, onde eles moram.

Depois desse período, as filmagem voltaram a acontecer presencialmente, mas seguindo as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para evitar a contaminação pelo coronavírus, como manter o distanciamento e usar máscaras.

Por isso, as visitas também ficaram mais curtas. “Mas é uma pena, sabe? Antes a gente tomava um cafezinho após a gravação, conversava sobre outras questões da vida”, lamenta.

No entanto, mesmo com reuniões mais restritas, Lucas diz que ainda consegue criar uma conexão entre entrevistador e entrevistado. “O encontro ficou um pouco limitado por uma questão de segurança para todos, mas a força do afeto não mudou. Muita gente prepara um docinho, um bolinho, um presentinho, uma marmitinha como forma de retribuir nossa ida até lá. É bem bonito.”

Trechos dos relatos dos entrevistados são compartilhados no perfil do Instagram (@historiasdeterapia), mas os depoimentos completo podem ser vistos no canal ter.a.pia no YouTube ou no Facebook.

Em junho deste ano, eles estrearam o podcast Histórias para ouvir lavando louça para continuar entrevistando pessoas que moram fora de São Paulo.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Teatro Gazeta, em São Paulo, recebe evento gratuito e híbrido sobre Alzheimer e demência https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/teatro-gazeta-em-sao-paulo-recebe-evento-gratuito-e-hibrido-sobre-alzheimer-e-demencia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/teatro-gazeta-em-sao-paulo-recebe-evento-gratuito-e-hibrido-sobre-alzheimer-e-demencia/#respond Tue, 21 Sep 2021 14:21:27 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/alzheimer-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1081 O Teatro Gazeta, na Bela Vista, região central de São Paulo, recebe nesta quarta-feira (22), das 14h30 às 18h, um evento gratuito sobre demência e doença de Alzheimer.

O encontro é promovido pelo Método Supera, rede de ginástica para o cérebro, e pode ser acompanhado presencialmente, após realizar inscrição no site, ou virtualmente, pelo canal no Youtube.

A 3ª edição do evento “Despertando a sociedade para a saúde do cérebro” acontece após o Dia Mundial do Alzheimer, lembrado nesta terça-feira (21), e tem como objetivo conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde do cérebro e orientar as famílias que convivem com pessoas que têm a doença.

Participam do seminário Jerusa Smid, neurologista da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Paulo Henrique Ferreira Bertolucci, neurologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Raphael Spera, neurologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thaís Bento, gerontóloga da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo) e do HC-FMUSP, a atriz e dramaturga Beth Goulart e a jornalista Sílvia Haidar, jornalista e autora do blog Saúde Mental na Folha.

Veja a programação dos painéis

14h30 – Cerimônia de abertura

14h50 – Entendendo a demência e a doença de Alzheimer: aspectos, pesquisas e tratamentos
Jerusa Smid, neurologista da FMUSP, e Paulo Bertolucci, neurologista da Unifesp

16h – Covid-19: Fator de risco para o desenvolvimento de demência? 
Raphael Spera, neurologista do HC-FMUSP, e Viviane Flumignan Zétola, neurologista da UFPR

17h – Saúde Mental: Mobilização da sociedade, envolvimento familiar e cuidadores 
Thaís Bento, gerontóloga da EACH-USP e do HC-FMUSP, Beth Goulart, atriz e dramaturga, Sílvia Haidar, jornalista e autora do blog Saúde Mental, da Folha 

18h – Encerramento

Como participar
Presencialmente: Teatro Gazeta, na avenida Paulista, 900, Bela Vista, região central de São Paulo; inscrição no site
Virtualmente: ao vivo, no canal Supera Ginástica para o Cérebro no YouTube; inscrição no próprio canal

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Usamos só 10% da mente? Criamos um hábito em 21 dias? Neurocientista explica mitos sobre o cérebro https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/08/usamos-so-10-da-mente-criamos-um-habito-em-21-dias-neurocientista-explica-mitos-sobre-o-cerebro/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/08/usamos-so-10-da-mente-criamos-um-habito-em-21-dias-neurocientista-explica-mitos-sobre-o-cerebro/#respond Wed, 08 Sep 2021 10:00:17 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/fb2a7c61f73bdd5965ed055285ca32453404979bb9315c051cf4ff218f189803_5ae0430a40aee-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1015 O cérebro é o principal órgão do sistema nervoso. Quando afetado por uma lesão, pode comprometer diferentes capacidades como a fala, a visão, a memória e até mesmo o comportamento.

Essa estrutura tão complexa, formada por cerca de 86 bilhões de neurônios, ainda é um mistério para médicos e cientistas. Com o avanço das pesquisas na neurociência, boa parte das certezas que os especialistas tinham há alguns anos sobre seu funcionamento não é mais válida atualmente.

O neurocientista Andrei Mayer, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e administrador  do canal do Youtube A culpa é do cérebro, ajuda a desvendar alguns mitos sobre o cérebro.

É verdade que usamos apenas 10% da nossa capacidade mental?
Esse é um dos maiores mitos da neurociência. Todos nós usamos 100% do cérebro. O sistema nervoso é muito custoso para o corpo do ponto de vista de gasto energético. Então não faria sentido usar somente 10% dele.

Inclusive, em alguns quadros clínicos, como quando a pessoa nasce cega ou fica cega, a região do cérebro que antes processava informação visual, passa a ser usada para outro fim, para processar outras informações.

Isso explica por que cegos têm maior capacidade de discriminação tátil nos dedos, por exemplo. Em parte porque eles treinaram para ler em braile, mas entende-se também que isso pode acontecer porque a área do cérebro que deveria processar informação visual agora processa outro tipo de informação. No caso, as informações vindas do toque dos dedos.

Então mesmo quando uma área que deveria ser usada para um fim, se ela não estiver sendo usada, ela vai ser usada para outra função Ou seja, a gente usa 100% do cérebro de um jeito ou de outro.

Mas é importante fazer uma ressalva: a gente usa 100% do cérebro, no entanto existe um mecanismo muito bonito no sistema nervoso que faz com que a gente priorize o processamento de uma informação em detrimento de outras. A gente chama isso de atenção.

Quando a gente está prestando atenção em alguma coisa, o que o cérebro faz é priorizar o processamento dessa informação. Então, ao mesmo tempo que aumenta o processamento de uma coisa, inibe o restante. O que é bem custoso para o cérebro em vários aspectos, do ponto de vista energético também. Então, de certa maneira, a gente não tem o cérebro superativo, ele está priorizando uma coisa ou outra, dependendo do que você está fazendo.

Nesse sentido, a gente não está superativando o cérebro todo ao mesmo tempo, mas isso não quer dizer que a gente não usa o cérebro todo.

É verdade que os homens usam mais o lado esquerdo do cérebro, enquanto as mulheres usam mais o lado direito?
Mito. A gente não pode dizer que os homens usam mais um lado e as mulheres o outro. Na verdade, a gente não pode dizer isso sobre pessoa nenhuma. A gente usa o cérebro todo. Ninguém, homem ou mulher, usa mais um hemisfério do que o outro.

O que pode acontecer é que algumas funções possuem lateralidade, ou seja, um dos hemisférios do cérebro está mais envolvido no processamento dessa função do que o outro.

A linguagem, por exemplo, está bastante relacionada com o hemisfério esquerdo. Nas áreas relacionadas com o processo auditivo e vocal da linguagem, de compreensão, de fala, o processamento normalmente ocorre mais no hemisfério esquerdo. Mas isso varia até se a pessoa é destra ou canhota. Na pessoa destra, você pode encontrar uma preferência do hemisfério esquerdo, uma taxa de 95%, e o canhoto é algo em 70%.

Então existe uma lateralidade de algumas funções sim, como a linguagem. No entanto, existe uma variabilidade de acordo com a pessoa. Mas a gente não pode dizer que pessoa nenhuma, seja homem ou mulher, usa mais um hemisfério do que o outro.

As diferenças entre cérebro masculino e feminino são muito discutidas na literatura. E essa história de ter diferenças do ponto de vista anatômico e funcional, se as conexões são diferentes, se o cérebro do homem tem mais facilidade para uma coisa e o da mulher para outra, vem caindo por terra há bastante tempo.

Não dá mais para a gente afirmar que tem diferença, que homem é melhor com raciocínio espacial e mulher é melhor com linguagem, por exemplo. Isso vem sendo refutado, porque nas ciências essas coisas levam tempo, né? São evidências em cima de evidências.

Porém, atualmente, existem trabalhos que mostram que há diferenças do cérebro do homem e da mulher em relação à lateralidade. Inclusive, em relação às regiões que estão mais ou menos conectadas entre os hemisférios. Há evidências mostrando que nos homens, certas áreas, por exemplo, envolvendo controle motor, estão mais conectadas. E no cérebro das mulheres são outras regiões mais envolvidas com criatividade e intuição.

Mas é preciso tomar muito cuidado ao interpretar esses dados. Primeiro, porque não quer dizer que vai ser assim por causa do sexo. Às vezes, é um reflexo cultural, em que aqueles cérebros se desenvolveram ao longo dos anos. E, segundo, não quer dizer que isso vai refletir numa diferença funcional de fato. Mesmo que a gente veja ali uma evidência de diferença de conexões, não quer dizer que um cérebro vai ter realmente mais facilidade para uma coisa do que para outra.

Um vi uma metanálise recente –que é aquele tipo de estudo que faz uma análise estatística de outros estudos e chega a uma conclusão– que mostrou que não há diferenças. As diferenças que são encontradas entre os cérebros de homens e mulheres estão mais relacionadas ao tamanho do órgão, o que pode variar de indivíduo para indivíduo também, independentemente se for homem ou mulher.

E parece que essas diferenças que são encontradas não têm nada a ver com sexo. Então essa história de haver um dimorfismo, que é a diferença na morfologia, na estrutura entre mulher e homem, parece que não é bem assim, não.

Eu diria que esse é um ponto muito debatido e que na altura em que nós estamos dessa discussão, nós não podemos afirmar que existem diferenças anatômicas e funcionais entre o cérebro da mulher e o do homem. Ainda que haja uma evidência ou outra para isso, há também evidências de que não é assim. Então a gente não pode afirmar.

É verdade que precisamos de 21 dias para criar um hábito?
Mito. Essa história surgiu com um médico cirurgião-plástico americano chamado Maxwell Maltz, que na  década de 1960 observou que seus pacientes demoravam 21 dias para se acostumar com uma mudança no corpo. Mas isso não foi um estudo científico e não tem nada a ver com criar um hábito. Acho que foi daí que surgiu esse telefone sem fio.

Formação de hábito é um aprendizado. Assim como andar de bicicleta, qualquer aprendizado depende de mudanças que acontecerem no cérebro, e essas mudanças são afetadas por diversos fatores, como foco atencional, sono, motivação e número de repetições. O tempo que leva para formar um hábito varia muito, pode ser menos de 21 dias ou muito mais.

Há um trabalho muito citado, de uma pesquisadora chamada Phillippa Lally, da University College London, na Inglaterra, que mostra que criar um novo hábito pode variar de 18 a 254 dias.

É verdade que os testes de QI medem a inteligência de uma pessoa precisamente?
Mito. Já existe um grande debate na literatura científica sobre isso, muita crítica sobre os testes de QI por vários motivos. Um dos principais é que, do ponto de vista do cérebro, a gente não tem uma grande inteligência, a gente tem vários circuitos envolvidos para processar vários tipos de informação que correspondem com tipos de inteligencia.

Um exemplo que gosto de dar é sobre a capacidade de comunicação com as outras pessoas, a escrita ou a oral. Isso envolve circuitos específicos do cérebro, não é uma tarefa simples.

Quando você está falando com alguém, você tem que pensar em tudo o que você vai falar. Você está processando o que a pessoa vai entender, o que ela vai pensar, o que ela vai sentir, o que é melhor dizer, o que é melhor não dizer. Isso é um tipo de inteligência que a gente pode chamar de social, digamos assim, e envolve circuitos diferentes daqueles que a pessoa usa para jogar futebol ou controlar os movimentos do corpo, por exemplo.

Esse negócio de um teste para medir a inteligência já caiu por terra há muito tempo. Tem trabalho muito impactante cientificamente, em que os pesquisadores fizeram uma série de avaliações com milhares de pessoas em relação à capacidade de memória, ao raciocínio, à atenção. Eles tentaram correlacionar isso com um teste de QI padrão e não encontrar relação nenhuma.

Ou seja, o teste não estava conseguindo prever nenhum tipo de inteligência cognitiva segundo essas avaliações de memória e atenção. Então há muitas controvérsias sobre o teste de QI.

Existem vários tipos de testes de QI. E, curiosamente, muitos dos que são utilizados atualmente são bem antigos, criados nas décadas de 1920 e 1930. Foram revisitados e sofreram algumas atualizações, mas de modo geral é importante lembrar que são testes criados há muitos anos. Eles avaliam alguns aspectos básicos da cognição, como habilidades verbais, raciocínio e memória.

É verdade que é possível aprender outras línguas enquanto a gente dorme?
Mito. Com certeza é um mito. Não dá para aprender uma língua nova enquanto dorme. Mas devemos ressaltar que o sono é um processo muito importante para o aprendizado. Há uma série de eventos que acontecem no cérebro enquanto dormimos para consolidar na memória aquilo que aprendemos durante o dia. Porém, ele não é capaz de adquirir informações novas, num ambiente externo, enquanto estamos dormindo.

Não adianta nada botar um fone de ouvido enquanto dorme, com alguém falando outra língua, porque o cérebro vai estar num padrão de atividade totalmente diferente, que o impossibilita de registrar essas informações.

Mas, de fato, o sono é fundamental para o aprendizado. Uma pessoa que está dormindo mal vai ter sua capacidade de aprendizado muito prejudicada.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Infodemia: excesso de informação causa dificuldade de concentração e falta de memória https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/infodemia-excesso-de-informacao-causa-dificuldade-de-concentracao-e-falta-de-memoria/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/infodemia-excesso-de-informacao-causa-dificuldade-de-concentracao-e-falta-de-memoria/#respond Thu, 12 Aug 2021 10:00:26 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/22e8c929858a3f8a442d8c8ebf3b990b6e2909b191249d510fbb428282aaad15_6113cac65b538-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=957 De vídeos engraçadinhos nas redes sociais a reportagens publicadas em jornais, nunca o ser humano foi tão bombardeado por informações. Afinal, o celular com acesso à internet está em nossas mãos o tempo todo.

Apesar de o fenômeno não ser tão recente, acabou se agravando desde o surgimento da pandemia da Covid-19. Além da necessidade de se informar sobre a doença, o isolamento social acabou levando as pessoas a pesquisarem na internet como fazer receitas culinárias e resolver pequenas reformas em casa, por exemplo.

Esse excesso de informação recebeu um nome: infodemia. Segundo a ABL (Academia Brasileira de Letras), é a “denominação dada ao volume excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas (desinformação), sobre determinado assunto (como a pandemia, por exemplo), que se multiplicam e se propagam de forma rápida e incontrolável, o que dificulta o acesso a orientações e fontes confiáveis, causando confusão, desorientação e inúmeros prejuízos à vida das pessoas”.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde),  a infodemia é um excesso de informações, algumas precisas e outras não, tornando difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa.

Além de misturar dados verdadeiros com fake news, esse fluxo enorme de notícias acaba gerando cansaço mental. Entre os sintomas estão dificuldade de concentração, falta de memória e irritabilidade.

“O excesso de informações afeta não apenas a concentração, mas também capacidades como a memória. Assim como a maioria das habilidades que podem ser treinadas e aprimoradas, a atenção e a concentração também podem ser fortalecidas”, afirma Patrícia Lessa, diretora pedagógica do Método Supera, uma rede de escolas de ginástica para o cérebro.

A primeira medida a ser tomara é diminuir a exposição a tanta informação. Por exemplo, procure se informar em sites de notícias confiáveis e evite ler textos sensacionalistas enviados por aplicativos de mensagens. Também é importante diminuir o tempo gasto vendo vídeos e posts em redes sociais.

É possível filtrar os estímulos tecnológicos entendendo a relevância do que o nosso cérebro consome, sem ser intoxicado pelas mensagens.

Lessa explica que também é necessário exercitar a mente com outras atividades, além de rolar o feed nos aplicativos de redes sociais. “Precisamos entender que quando exercitamos o cérebro com novidades e desafios, as conexões entre neurônios se modificam, algumas ficam mais fortes, outras mais fracas, dependendo do uso. E essa mudança, com a experiência que é justamente a base do aprendizado, faz com que o cérebro responda de uma maneira diferente da próxima vez que for usado. Isso é possível graças ao conceito de neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro se modificar de acordo com estímulos, já comprovado pela neurociência”, diz.

Alguns exercícios simples para estimular o cérebro são fazer palavras cruzadas, fazer contas usando lápis e papel, jogar xadrez e tentar escrever com a mão não dominante, por exemplo.

Veja dicas para evitar a infodemia
• Estabeleça horários para acessar as redes sociais

• Priorize o que é mais importante: você tem mesmo que ver tudo o que acontece na vida de todos os seus amigos e de quem você segue nas redes sociais? Reserve um tempo específico para isso

• Evite os extremos: se o excesso de informações é ruim, o contrário também não é bom. A alienação completa pode ter consequências individuais e coletivas. Busque sempre o equilíbrio

• Entenda o que é relevante. Quem nunca deixou de seguir alguém porque o conteúdo das postagens não fazia mais sentido? Crie filtros para identificar se acompanhar alguém é bom para você ou não

• Imagine um carro que está andando, mas freia a toda hora. Quando estamos fazendo uma tarefa, mas paramos para checar as redes sociais a todo momento, interrompemos nosso pensamento e dificultamos a formação de memória

• Treine a sua atenção: melhorar a atenção significa melhorar sua memória. A atenção é a porta de entrada para as informações que são captadas pelos vários sentidos do nosso corpo. Quando isto acontece, as informações que recebemos chegam ao cérebro e são selecionadas conforme a prioridade que serão processadas

• Mantenha o senso crítico: o que estou aprendendo vendo isso? Nossa vida é um constante aprendizado e, sim, na internet aprendemos muitas coisas boas. Mas se um conteúdo causa mal-estar, questione o quanto você está crescendo com o que você vê todos os dias

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
No Dia do Cérebro, Metrô de São Paulo promove ação para estimular o raciocínio https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/07/22/no-dia-do-cerebro-metro-de-sao-paulo-promove-acao-para-estimular-o-raciocinio/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/07/22/no-dia-do-cerebro-metro-de-sao-paulo-promove-acao-para-estimular-o-raciocinio/#respond Thu, 22 Jul 2021 10:00:07 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/0ab1ee479d28c04474e104eacb38f3f41678e492f6af70e00ec09075aab3a5d0_5ae0189100bd2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=906 No Dia Mundial do Cérebro, comemorado nesta quinta-feira (22), o Metrô de São Paulo vai realizar ações interativas com os passageiros para estimular a memória, a concentração e o raciocínio.

O evento será feito em parceria com o Supera, rede de ginástica para o cérebro, nas estações República, Tatuapé e Sé, na linha 3–Vermelha, das 9h30 às 17h.

Monitores irão propor atividades como escrever com a mão não dominante, ver as horas em um relógio de ponta cabeça, andar de costas e comer de olhos vendados.

Esses exercícios são chamados de neuróbicos e desafiam o cérebro a sair de sua zona de conforto –assim como os exercícios aeróbicos (correr, nadar, andar de bicicleta) fazem com o nosso corpo.

O termo neuróbico foi criado pelo neurocientista americano Lawrence F. Katz, autor do livro “Mantenha Seu Cérebro Vivo”, em que indica 83 atividades desse tipo para prevenir a perda de memória e aumentar a agilidade mental.

O Dia Mundial do Cérebro é celebrado na mesma data de fundação da Federação Mundial de Neurologia, em 1957, em Bruxelas, na Bélgica. Atualmente, a entidade representa 122 sociedades profissionais da área no mundo todo.

Dia Mundial do Cérebro no metrô
Quando quinta-feira (22)
Onde estação República, das 9h30 às 11h30, estação Tatuapé, das 14h às 15h, estação Sé, das 15h30 às 17h

 

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Isolamento pode causar perda cognitiva em idosos; terapeuta dá dicas para estimular o cérebro https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/26/isolamento-pode-causar-perda-cognitiva-em-idosos-terapeuta-da-dicas-para-estimular-o-cerebro/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/26/isolamento-pode-causar-perda-cognitiva-em-idosos-terapeuta-da-dicas-para-estimular-o-cerebro/#respond Mon, 26 Apr 2021 10:00:15 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/xadrez2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=817 Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), idoso é aquela pessoa com 60 anos ou mais. Mas, em 2021, ninguém pensa em alguém com essa idade como um vovozinho ou vovozinha que só fica em casa fazendo crochê e cuidando dos netos.

Cada vez mais essas pessoas costumam ser ativas, trabalham, passeiam, namoram, além de cuidarem da aparência e da saúde.

“Quando os idosos praticam atividades divertidas e prazerosas, eles estimulam as atividades cerebrais”, diz Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do núcleo da terceira idade da Clínica Holiste, em Salvador, na Bahia.

Ter uma vida ativa, tanto fisicamente como socialmente, faz com que o fluxo de sangue no cérebro seja mais efetivo, melhorando as capacidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio e linguagem, explica Campos.

“Diante da variedade e dos desafios que essa rotina promove, o cérebro do idoso é convocado o tempo todo a criar novas conexões entre os neurônios. Isso potencializa a aprendizagem, mantém habilidades e autonomia. Tudo isso é fundamental para a cognição funcionar de forma mais rápida e eficiente.”

No entanto, com o isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, os idosos deixaram de praticar atividades que antes faziam parte da rotina, como frequentar academia, sair para dançar e se encontrar com amigos.

“O problema é que esse isolamento tem consequências para os idosos, pois eles deixam de estimular o cérebro e podem perder parte da capacidade cognitiva. Então é preciso ser criativo para manter a saúde física e mental”, conta Campos.

“Quando há essa quebra de rotina, com a falta de atividades e a ausência de estímulos, o cérebro não é forçado a pensar e a trabalhar. Pode ocorrer um declínio nas funções cognitivas dos idosos, levando a uma dificuldade de raciocínio e problemas de memória, como esquecer senhas ou onde guardou determinado objeto”, afirma.

Por isso, a terapeuta preparou uma lista de atividades que funcionam como exercícios cognitivos nesse período de quarentena. Porém, ela ressalta que todas as tarefas propostas devem levar em consideração as condições físicas, psicológicas e sociais do indivíduo.

Jogos: Oferecer estímulos cognitivos por meio de jogos como quebra-cabeça, baralho, dominó, xadrez, caça-palavras e sudoko são boas opções de passatempo e de estimulação cognitiva.

Leitura e escrita: Se possível e se for do agrado do idoso, atividades de leitura e escrita estimulam o cérebro, a memória e funções motoras importantes.

Nesse sentido, é possível incluir o aprendizado de um novo idioma, um novo curso ou mesmo a troca de mensagens pelo celular com família e amigos.

Artesanato: A prática de tricô, crochê, marcenaria, costura, entre outras atividades artesanais, é grande aliada para uma vida saudável.

A estimulação visual, de memória e tátil proposta pelo artesanato pode ajudar a manter a capacidade intelectual ativa por muito mais tempo.

Atividades físicas: Com autorização médica, atividades físicas também devem ser estimuladas. Uma simples caminhada ou mesmo a dança são importantes para o corpo e a mente. Além disso, após a pandemia, é recomendável estimular atividades externas e sociais, como ir ao supermercado, salão de beleza, shopping, cinema e teatro.

Quando o esquecimento é preocupante?

A terapeuta observa que as funções cognitivas são responsáveis por receber, armazenar e processar as informações. Essas capacidades, como atenção, percepção, memória, orientação e juízo, conferem independência ao idoso para gerir a própria vida e, por isso mesmo, são essenciais para uma velhice saudável e ativa.

Com a idade, algumas pessoas desenvolvem doenças neurodegenerativas ou transtornos psiquiátricos leves, moderados e graves. Nesses casos, o cuidado familiar precisa contar com o auxílio de um profissional de saúde mental para garantir a qualidade de vida. É importante estar atento a alguns sinais que podem indicar diagnósticos mais complexos. Campos lista alguns.

Perda de memória: Esquecimento de palavras, nomes, locais em que deixou determinados objetos, como chave, carteira, ou não lembrar de eventos e situações importantes a curto ou longo prazo.

Mudança de humor: Mudança ou oscilação de comportamento –agitado, agressivo, hostil, desinibido, lentificado, pouco comunicativo.

Desorientação: A desorientação no tempo e espaço é um sinal importante. Entre os sintomas estão não saber o dia, a hora ou local em que se encontra.

Rotina: Problemas ao realizar tarefas diárias habituais, por exemplo, esquecer como fazer uma receita que já é de costume, não conseguir pagar uma conta, ou até mesmo esquecer como se dirige um carro. Atividades que antes eram rotineiras se tornam um desafio.

Mesmo quando há o diagnóstico de que o idoso apresenta comprometimento das funções neurológicas, é possível alcançar uma melhor qualidade de vida com ajuda de exercícios direcionados por profissionais de saúde mental, que podem ser feitos tanto de forma presencial ou virtual.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Psiquiatra Marco Abud explica alteração do sono na quarentena e dá dicas para dormir melhor https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/10/psiquiatra-marco-abud-explica-alteracao-do-sono-na-quarentena-e-da-dicas-para-dormir-melhor/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/10/psiquiatra-marco-abud-explica-alteracao-do-sono-na-quarentena-e-da-dicas-para-dormir-melhor/#respond Wed, 10 Mar 2021 10:00:33 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/cat-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=718 A pandemia da Covid-19, anunciada há um ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tem bagunçado com o sono da população.

O isolamento social, as medidas restritivas da quarentena –que foram reforçadas recentemente por vários estados no Brasil devido ao aumento de infecções e de mortes por coronavírus–, o trabalho em home office e o estresse causado pelo medo da contaminação são alguns fatores que levam à piora da qualidade de sono, segundo o psiquiatra Marco Abud.

“A mudança de rotina causou estresse. Essa confusão de espaço pessoal com profissional, aumento nas tarefas domésticas, cuidados com os filhos, o isolamento social que nos colocou longe de familiares e amigos e, claro, o medo da doença ou de algum familiar contraí-la, e até mesmo as inseguranças com a economia do país”, observa o psiquiatra.

“Tudo isso virou um caldeirão de emoções e o sono é um dos que mais sofrem com esses momentos, pois é o período que precisamos relaxar, mas também aquele em que tudo vem à tona: o dia a dia, as angústias, a sensação de que é preciso encontrar soluções imediatas para os problemas da nação a todo custo”, explica.

Como saber se tenho insônia? 
Abud conta que os chamados insones são aqueles que apresentam dificuldades para adormecer ou que não conseguem manter a linearidade de sono.

“A insônia pode ser identificada por características como demora para pegar no sono depois de deitado após um período superior a 30 minutos; despertar no meio da noite e não conseguir voltar a dormir; passar a acordar muito mais cedo do que o habitual e, mesmo com horas livres para continuar dormindo e ainda sentindo cansaço, não ser capaz de pegar no sono novamente”, afirma.

Como superar a insônia
O médico explica que para superar o problema é preciso identificar as causas da insônia.

A insônia pode ser classificada como transitória (aguda) ou crônica. A transitória surge por fatores ligados ao estresse ou abalo diante de uma determinada situação –como o isolamento social e a quebra de rotina provocados pela pandemia– e costuma durar por um curto período de tempo, até que as adversidades que prejudicam o sono sejam resolvidas ou contornadas.

Contudo, em alguns casos, a condição pode avançar para o que é classificado como insônia crônica. Esse é um distúrbio persistente que envolve comportamentos e hábitos que são acumulados com o passar do tempo, piorando cada vez mais o quadro.

“De forma bem simplificada, isso acontece porque após um certo período o nosso cérebro aprende a aceitar esse novo padrão. É o famoso efeito bola de neve: inicialmente acontece algo extraordinário, que parece fugir ao nosso controle e começa a afetar nossa capacidade de relaxar corpo e mente quando é o momento de dormir. Mesmo quando a situação original já não é mais tão latente, a mudança no comportamento do sono segue presente. Aos poucos outros anseios e preocupações começam a ser somados, criando um ‘monstro’ interior que parece destruir a nossa capacidade de dormir bem e acaba por tornar o sono algo que beira o intangível”, diz Abud.

Em seu canal no YouTube, chamado Saúde da Mente, o psiquiatra publicou a série de vídeos “Viva livre da insônia” para ajudar a conscientizar a população sobre a importância de dormir bem.

Abud criou também um treinamento digital gratuito, a Maratona do Sono, em que usa técnicas de terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) para ensinar ações de autocuidado a partir do controle de estímulos externos, higiene do sono e técnicas de relaxamento.

“A TCC-I é indicada como primeira alternativa no tratamento da insônia, tendo como principal missão ajudar as pessoas insones a entenderem os gatilhos que comprometem o sono, compreendendo melhor as suas causas primárias e os desdobramentos disso. A terapia dá a essas pessoas os subsídios, com técnicas cognitivas e comportamentais, para a retomada de um sono mais tranquilo”, afirma.

O psiquiatra explica que o sono é muito importante para o equilíbrio físico e emocional. “Uma noite mal dormida é, provavelmente, a principal responsável pela falta de concentração e atenção que uma pessoa pode ter. Ao longo do tempo, isso vai nos afetando de uma forma que pode levar a doenças como obesidade, diabetes e hipertensão, e comprometer ainda mais nossa saúde mental, levando inclusive à depressão”, ressalta.

Dicas para dormir melhor

  • Evite usar aparelhos eletrônicos, como celular, computador e até mesmo assistir à televisão
  • Deite-se apenas quando estiver com sono
  • Evite café, chá preto, refrigerantes ou medicamentos que contenham cafeína por pelo menos quatro horas antes de dormir
  • Não consuma bebidas alcoólicas no mínimo seis horas antes de dormir
  • Não faça refeições pesadas antes de dormir
  • Cuidado com as sonecas durante o dia
  • Faça exercícios físicos no máximo de quatro a seis horas antes de dormir
  • Procure expor-se à luz solar todos os dias, pela manhã ou no final da tarde

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Estudos utilizam matemática para desvendar significado dos sonhos durante a pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/12/estudos-utilizam-matematica-para-desvendar-significado-dos-sonhos-durante-a-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/12/estudos-utilizam-matematica-para-desvendar-significado-dos-sonhos-durante-a-pandemia/#respond Fri, 12 Feb 2021 10:00:40 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/sonhos2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=640 Luciana Constantino | Agência Fapesp – A pandemia da Covid-19 tem causado impacto no comportamento do brasileiro. Sentimentos como medo, apreensão, tristeza e ansiedade são parte do cotidiano de muitas famílias desde que os primeiros casos da doença começaram a ser registrados oficialmente no país, em fevereiro do ano passado.

Toda essa preocupação tem se refletido nos sonhos, que exprimem uma carga maior de sofrimento mental, temor de contaminação e até mesmo repercussões do isolamento social e da falta de contato físico com outras pessoas. Além disso, os sonhos neste período apresentaram maior proporção de termos ligados a “limpeza” e “contaminação” e de palavras relacionadas a “raiva” e “tristeza”.

A neurocientista Natália Bezerra Mota, pós-doutoranda no Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), lidera uma pesquisa que busca medir o impacto da pandemia por meio de estudo dos sonhos. O trabalho foi publicado na revista PLOS ONE, em 30 de novembro de 2020.

O estudo faz parte do projeto de pós-doutorado de Mota, supervisionado pelos pesquisadores Sidarta Ribeiro (UFRN) e Mauro Copelli, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), que integram o Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (NeuroMat), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com sede na USP (Universidade de São Paulo).

Os resultados são consistentes com a hipótese de que os sonhos refletem os desafios de vigília apresentados pela pandemia da Covid-19 e que emoções negativas como raiva e tristeza são mais proeminentes durante o período pandêmico, refletindo uma maior carga emocional a ser processada, afirma o estudo.

Em entrevista à Agência Fapesp, Mota explica que estas conclusões foram corroboradas por outros artigos publicados posteriormente nos Estados Unidos, Alemanha e Finlândia.

A pesquisa brasileira já havia sido divulgada no fim de maio na plataforma medRxiv, em versão preprint, sem a revisão por pares. “Foi o primeiro estudo sobre o tema a ver empiricamente esses sinais de sofrimento mental e a associação deles com as peculiaridades dos sonhos na pandemia”, completa a neurocientista.

Sidarta Ribeiro destaca que a pesquisa conseguiu documentar a continuidade entre o que o acontece no mundo onírico e na vida mental das pessoas (o sofrimento psíquico). “Isso é interessante do ponto de vista da teoria sobre sonhos. Outro destaque importante do estudo é ter feito isso de maneira quantitativa, usando mecanismos matemáticos para tentar extrair semântica”, afirma o pesquisador.

No trabalho, o grupo usou ferramentas de processamento de linguagem natural para estudar 239 relatos de sonhos de 67 indivíduos, feitos antes dos casos de contaminação pelo Sars-CoV-2 e durante os meses de março e abril, logo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) ter declarado a pandemia de Covid-19.

Segundo Mota, um estudo multicêntrico, envolvendo USP, UFRN e as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Rio de Janeiro (UFRJ), está analisando agora dados coletados por um período maior da pandemia, até julho. O objetivo é avaliar se há impacto nos sonhos dos voluntários provocado por mortes de familiares e pessoas próximas. “A intenção é divulgar rapidamente os resultados, assim que estiverem prontos, para que, a partir desse conhecimento, sejam traçadas estratégias de saúde mental.”

Metodologia
O grupo de pesquisadores brasileiros vinha desenvolvendo e adotando aplicativos e softwares que permitem, por meio da análise do discurso, diagnosticar doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia. Essas ferramentas foram adaptadas para fazer avaliações cognitivas.

Os relatos dos sonhos dos voluntários foram colhidos em áudio por meio de um aplicativo para smartphone. Depois, os pesquisadores utilizaram três ferramentas de computador. A primeira é focada na estrutura do discurso, para comparar a complexidade e conexão da trajetória de palavras usadas na narrativa.

As outras duas se concentram no conteúdo. Uma mede a proporção de palavras inseridas em determinadas classes, como conteúdo sentimental, e as compara a uma lista predefinida para analisar a associação com emoções positivas e negativas. A outra mede a semelhança dos relatos a temas específicos por meio da construção de mapas de similaridade semântica, permitindo avaliar o quanto as palavras estão próximas de termos como “contaminação”, “limpeza”, “doença”, “saúde”, “morte” e “vida”.

“A semelhança significativa com ‘limpeza’ em relatos de sonhos aponta para novas estratégias sociais (por exemplo, uso de máscaras, evitar o contato físico) e novas práticas de higiene (como o uso de desinfetante para as mãos e outros produtos de limpeza) que se tornaram centrais para novas regras sociais e comportamento. Tomados em conjunto, esses achados parecem mostrar que os conteúdos dos sonhos refletem as diferentes fontes de medo e frustração decorrentes do cenário atual”, escrevem os pesquisadores no artigo publicado na PLOS ONE.

Mota destaca que, apesar de ter sido detectado de forma colateral, chama a atenção o maior sofrimento expresso nos sonhos da população feminina. “Há na literatura estudos sobre a diferença de gênero. O público feminino relata maior conteúdo negativo e mais pesadelos. Acho que está ligado à situação histórica do cotidiano das mulheres, em que elas exercem duas, três jornadas, com uma carga mental maior, preocupação com trabalho, casa, filhos. Isso se agravou na pandemia”, avalia a neurocientista.

O estudo, em inglês, Dreaming during the Covid-19 pandemic: Computational assessment of dream reports reveals mental suffering related to fear of contagion está disponível aqui.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0