Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com MC Soffia e Valentina Schulz, série no YouTube aborda saúde mental de crianças e adolescentes https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/com-mc-soffia-e-valentina-schulz-serie-no-youtube-aborda-saude-mental-de-criancas-e-adolescentes/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/com-mc-soffia-e-valentina-schulz-serie-no-youtube-aborda-saude-mental-de-criancas-e-adolescentes/#respond Fri, 05 Nov 2021 10:00:06 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/WhatsApp-Image-2021-11-04-at-22.49.36-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1285 “A crise de ansiedade é quando uma caixa de som dá microfonia. Dá aquele barulho chato, ensurdecedor. É isso. Quando a caixa estoura, é a crise.” O exemplo é de Júlia Katula, 17, estudante entrevistada na websérie “Vc tbem sente?”.

O programa faz parte do Saúde da Infância, canal no YouTube da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, mantenedora do Hospital Infantil Sabará.

São sete episódios, com cerca de dez minutos cada um, apresentados pela rapper MC Soffia, 17, e pela youtuber Valentina Schulz, 18. Elas conversam sobre saúde mental com outros adolescentes e abordam temas como ansiedade, depressãobullying e suicídio.

O primeiro capítulo estreou na quarta-feira (3) e teve a participação da psicanalista Tide Setúbal, que explica a diferença entre sentir medo, ansiedade e ataques de pânico.

Os próximos episódios vão ao ar semanalmente, sempre às quartas-feiras, ao meio-dia.

O Saúde da Infância existe desde 2019 e é uma iniciativa da fundação para tratar exclusivamente sobre temas relacionados a crianças, com a chancela da maior instituição da área no país.

A assinatura da websérie é da Plano Astral Filmes, produtora da cineasta Cecilia Engels, que se dedica a projetos com propósito educacional, cultural e com potencial de transformação social.

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Dia da Saúde Mental: Clubhouse terá maratona de bate-papo sobre o tema neste domingo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/dia-da-saude-mental-clubhouse-tera-maratona-de-bate-papo-sobre-o-tema-neste-domingo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/dia-da-saude-mental-clubhouse-tera-maratona-de-bate-papo-sobre-o-tema-neste-domingo/#respond Sun, 10 Oct 2021 04:00:59 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/1553110458bdf90922b02eaaf9b53a4e6e915ffdabaff7648aa1665f4f530952_609994fe4e370-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1215 Para celebrar o Dia da Saúde Mental, comemorado neste domingo (10), o aplicativo Clubhouse terá uma programação com mais de 19 horas de bate-papo sobre o tema “Saúde Mental em um Mundo Desigual”.

A plataforma social de áudio hospedará a sala Mental Health Matters Club, organizada pela americana Nidhi Tewari, assistente social e terapeuta.

O evento começa às 4h e só termina às 23h30 (horários de Brasília). Ao longo do dia, serão discutidos tópicos como saúde mental durante a pandemia da Covid-19, ioga e meditação, a importância do amor próprio e bem-estar no trabalho.

Com participantes do mundo todo, os brasileiros terão seu espaço das 17h30 às 19h, quando a sala será ocupada pelo o músico Tico Santa Cruz, os psiquiatras Elisa Brietzke e Alexandre Henrique, a produtora de conteúdo Carol Maglio, a comunicadora digital Dandara Pagu e o psicólogo Felipe S. Gonçalves. Eles vão falar sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, a relação com o corpo, estigmas e vivências.

Veja alguns destaques da programação (horários de Brasília)

– Japão, 4h 
Participantes: Dr. Sidow (psiquiatra, youtuber), Minami Yamamoto (psiquiatra), Tomoya Fujino (psiquiatra do Hospital da Universidade Médica de Aichi/Japão) e Takuya Oka (psiquiatra infantil, diretor e fundador da empresa Projeto Kakemichi)

– Indonésia, 7h
Participantes: Adjie Santosoputro (praticante de mindfulness), Detty Wulandari (cofundador do clube “Mental Health Indonesia”, no Clubhouse), Widya S. Sari (psicólogo) e David Irianto (cofundador do Greatmind Indonésia)

– Alemanha, 8h30
Participantes: Michael Thiel (psicólogo), Lan Gottinger (médico) e Sven Briken (psiquiatra)

– Índia, 10h
Participantes: Shyam Bhat (psiquiatra e especialista em medicina integrativa) e Bawari Basanti (Mahima, cantor/artista)

– Itália, 11h30
Participantes: Alessandro Bertirotti (escritor e antropologista), Laura Merli Lavagna (doutora em saúde mental), Serenella D’Ercole (life coach e pesquisadora espiritual), Giovanna D’Alessio (escritora) e Gabriele Isman (jornalista)

– Inglaterra, 14h30
Participantes: Sophia May (fundadora do Mendable App), Patrick Hill (diretor do Mendable App) e Nick Wilson (ex-veterano do Exército e especialista em saúde mental)

– Nigéria, 16h
Participantes: Betty Abang (moderadora), Victor Ugo (fundador do Mentally Aware Nigeria), Adenike Oyetunde (funcionária da administração de segurança social do governo de Lagos) e Sheifunmi Nomia Yusuf (cofundador do projeto Get Naked de conscientização sobre saúde mental)

– Brasil, 17h30
Participantes: Tico Santa Cruz (músico), Elisa Brietzke (psiquiatra), Alexandre Henrique (psiquiatra), Carol Maglio (produtora de conteúdo), Dandara Pagu (comunicadora digital) e Felipe S. Gonçalves (psicólogo)

– México, 22h
Participantes: Mariana Martinez (psicóloga, fundadora e diretora da Tu Mente Sana) e Anahi Pineda (psicóloga especializada em crianças, adolescentes e jovens)

– Canadá, 23h30
Participantes: Mohit Arora (influenciador de música, saúde e justiça social), Miali Coley-Sudlovenick (escritora) e Aishah Auks (coordenadora da organização Black Mental Health Connections)

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Pandemia aumenta busca por atendimento de saúde mental para crianças e adolescentes no dr.consulta https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/26/pandemia-aumenta-busca-por-atendimento-de-saude-mental-para-criancas-e-adolescentes-no-dr-consulta/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/26/pandemia-aumenta-busca-por-atendimento-de-saude-mental-para-criancas-e-adolescentes-no-dr-consulta/#respond Sun, 26 Sep 2021 10:00:18 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/mexico-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1096 Um levantamento do banco de dados de pacientes cadastrados no dr.consulta mostra que, entre janeiro e julho deste ano, houve um aumento de 78% nas consultas de psicologia da faixa etária dos 10 aos 19 anos em comparação ao mesmo período de 2020. O crescimento nos atendimentos de psiquiatria foi de 9%.

Para Lisies Jacintho, psicóloga da rede de centros médicos, o isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19 afetou a saúde mental dos mais jovens.

“Eles sentiram um aumento muito grande na dor emocional, principalmente por terem vivido meses de ensino remoto e falta de convivência com os demais. Acabaram se isolando, entraram em estado de pânico e não souberam como lidar com os sentimentos. Nessa faixa etária, dificilmente eles contam aos pais o que acontece. Aí entra a importância do profissional para tratar o estado mental, que está muito abalado”, explica Jacintho.

No período, a psicóloga observou que em 50% das consultas, os pacientes entre 10 e 19 anos relataram que estavam aflitos e se sentindo tristes.

Jacintho diz que, para essa faixa etária, a consulta precisa ser sempre presencial. Isso é importante para que eles possam desabafar, olhar nos olhos e até mesmo treinar esse retorno para a vida presencial.

A psicóloga conta que por ser uma geração muito ativa nas redes sociais, os jovens acabam pesquisando e vendo a importância de tratar a saúde mental. Geralmente, a atitude de procurar ajuda profissional parte deles, e não dos pais.

“Muitas vezes, eles aceitam melhor do que os pais essa busca pelo tratamento da saúde mental. Após a primeira consulta, já é possível notá-los aliviados. Eles têm a sensação de que estão sozinhos no mundo e é importante conversar com um profissional que os compreende”, observa.

Danilo Carvalho Borges, psiquiatra do dr.consulta, diz que uma forma de os pais detectarem se há alguma mudança de comportamento nos filhos que pode indicar depressão ou ansiedade é ficar de olho se eles perderam o interesse por algo que gostavam de fazer anteriormente ou se o rendimento escolar caiu.

“Normalmente, a criança tem alguma mudança de postura, seja comportamental ou acadêmica, tendendo a não se interessar por atividades em grupo e se isolar. Isso pode acontecer pelos mais variados motivos, como bullying ou excesso de cobrança dos pais ou responsáveis”, afirma.

“A criança tende a ficar mais raivosa e faz gesticulações verbais ou físicas de agressividade, denotando que algo não está normal. Cabe aos pais não fazer julgamento, e sim propor caminhos para que ela se abra e diga abertamente o que está acontecendo, sem exercer pressão psicológica. Tudo tem que ser muito cauteloso”, ressalta Borges.

O psiquiatra destaca que é preciso ficar atento aos seguintes sinais: isolamento voluntário, agressividade verbal, automutilação, verbalização de que as coisas não estão boas, desejo de suicídio e descontentamento anormal com o seu cotidiano.

Iniciar uma conversa sobre saúde mental com um jovem nem sempre é fácil, mas há meios de dar o primeiro passo. “Crianças e adolescentes podem achar que isso é uma invasão de privacidade, então o intuito da abordagem não deve ser constranger, e sim ajudar, e que isso fique bem claro, que nada do que vai ser dito se tornará público”, diz Borges.

“O fundamental é que as crianças vejam os pais como amigos, não como fiscais de comportamento, porque de sofrimento eles já são bem escolados”, aponta o psiquiatra.

“Um sinal de alerta é o medo desmesurado de algo ou de uma pessoa, que no passado lhes foi caro e hoje é visto como algoz. Nunca se deve tomar a queixa à ligeira, como uma ‘coisa de criança’. Se ela altera seu comportamento, normalmente não é gratuito, e cabe aos pais investigarem a causa de tal alteração. E, se necessário, encaminhá-la ao psicólogo infantil ou ao psiquiatra infantil, para que possam ser esclarecidas as dúvidas e possa ser dado um bom encaminhamento ao caso”, afirma.

Os professores também podem ajudar a observar se os alunos estão enfrentando algum problema emocional. “Os sinais são sutis, como arrefecimento do contato, isolamento, postura passiva/agressiva, desinteresse em atividades que lhes causavam prazer e a falta de motivação”, diz o psiquiatra.

Uma pesquisa nacional do instituto Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures, vem acompanhando crianças e jovens do ensino público ao longo da isolamento e revela seus impactos.

O Datafolha realizou, entre 7 e 15 de julho, 1.056 entrevistas, por telefone, com responsáveis por 1.556 estudantes de 6 a 18 anos de escolas municipais e estaduais do país, com uma amostra baseada no Censo de Educação 2019. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e os resultados têm confiabilidade de 95%.

A falta de motivação, que em maio atingia 46%, chegou a 51% em julho. Os que enfrentam dificuldades para manter a rotina saltaram de 58% para 67%. O percentual dos que estão tristes começou a ser medido em junho, quando chegou a 36%, e passou para 41% em julho. No mesmo período, o de irritados foi de 45% para 48%. Somam 74% os que se sentem tristes, ansiosos ou irritados.

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Datafolha mostra que 64% dos trabalhadores não recebem nenhum benefício para cuidar da saúde mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/20/datafolha-mostra-que-64-dos-trabalhadores-nao-possuem-nenhum-beneficio-para-cuidar-da-saude-mental/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/20/datafolha-mostra-que-64-dos-trabalhadores-nao-possuem-nenhum-beneficio-para-cuidar-da-saude-mental/#respond Mon, 20 Sep 2021 20:12:22 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/zoom-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1072 Uma pesquisa Datafolha encomendada pela Zenklub, plataforma de saúde mental, mostrou que 64% dos trabalhadores brasileiros não receberam nenhum benefício de seus empregadores para cuidar da saúde mental.

O levantamento foi realizado presencialmente, entre os dias 2 e 7 de agosto, com 1.197 pessoas que trabalham e têm a partir de 18 anos, de todas as classes econômicas, conforme critérios da PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Os entrevistados são moradores de 129 municípios, espalhados pelas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

O objetivo da pesquisa é entender o impacto da pandemia da Covid-19, que começou em março de 2020, na saúde mental dos trabalhadores no país.

Embora 64% dos entrevistados não recebam nenhum tipo de benefício para tratar a saúde mental, quando questionados se recursos como terapias online e treinamentos sobre habilidades emocionais podem ajudar a lidar com os impactos da pandemia, 86% disseram que sim.

O Datafolha identificou que 61% dos entrevistados afirmaram ter com sobrecarga de trabalho nos últimos 12 meses. Quando questionados sobre os sentimentos que vieram à tona no período, os trabalhadores afirmaram que tiveram ansiedade (66%), exaustão ou muito cansaço (61%), insônia ou dificuldade para dormir (54%) e depressão (26%).

A depressão esteve mais presente entre os entrevistados que têm filhos (28%), enquanto a ansiedade entre aqueles que não têm filhos (69%). Os dados também trouxeram que quanto mais jovem, maiores são os sintomas de exaustão e cansaço: 70% entre pessoas de 18 a 24 anos e 67% entre aqueles de 25 e 34 anos.

Entre as mulheres, todos os índices foram significativamente maiores se comparados aos dos homens. Por exemplo, quanto à depressão, 33% das mulheres disseram ter sentido sintomas da doença, enquanto 21% dos homens deram respostas afirmativas.

A amostra é representativa do público pesquisado, sendo 53% homens e 47% mulheres, todos economicamente ativos e com uma renda média familiar mensal de R$ 4,100, composto principalmente por assalariado registrado (35%), freelancers ou bico (22%) e autônomo regular (15%).

Quanto à classe econômica, os respondentes eram de todas as classes sociais, sendo A (4%), B (24%), C (48%) e D/E (24%).

Entre aqueles que têm um chefe no local de trabalho, a maioria (73%) respondeu ter abertura para falar de saúde mental com o superior. Mulheres se sentem menos confortáveis (32%) do que os homens (23%) para falar sobre o tema com seus chefes. O mesmo ocorre entre os mais jovens, de 18 a 24 anos (41%) e  pessoas que se sentiram sobrecarregadas durante a pandemia (31%).

“A quantidade de pessoas com acesso a benefícios corporativos de saúde emocional é baixa, ao mesmo tempo em que a consciência que os trabalhadores têm da importância do oferecimento desses benefícios é grande”, afirma Rui Brandão, cofundador e CEO do Zenklub.

Para Brandão, cada vez mais esse ponto passará a ser colocado na balança, tanto quando um profissional escolhe uma empresa para trabalhar, quanto quando decide permanecer ou não numa empresa.

“É urgente que líderes, gestores e profissionais de recursos humanos acolham essa necessidade e ajam sobre ela. Quando acolhemos as pessoas em toda a sua complexidade, todos ganham”, observa Brandão.

Para ajudar as empresas e os trabalhadores a lidarem com questões de saúde mental no ambiente de trabalho, o Zenklub criou o Guia Prático para Saúde Mental e Trabalho no Pós-Pandemia, que está disponível para download gratuito no site zenklub.com.br/setembro-amarelo.

O manual traz dicas práticas de especialistas, além de exemplos e reflexões que podem ajudar no cuidado com a saúde mental dos colaboradores em diferentes níveis hierárquicos, abordando desde os impactos de reuniões virtuais e da volta ao escritório, até como lidar com o luto, casos de depressão e burnout.

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Pesquisa Datafolha encomendada por Abrata e Viatris mostra que 44% dos brasileiros tiveram problemas psicológicos na pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/13/pesquisa-datafolha-encomendada-por-abrata-e-viatris-mostra-que-44-dos-brasileiros-tiveram-problemas-psicologicos-na-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/13/pesquisa-datafolha-encomendada-por-abrata-e-viatris-mostra-que-44-dos-brasileiros-tiveram-problemas-psicologicos-na-pandemia/#respond Mon, 13 Sep 2021 18:05:02 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/ansiedade.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1044 Uma pesquisa Datafolha encomendada pela Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e pela farmacêutica Viatris mostrou que 44% dos brasileiros afirmaram que ter tido problemas psicológicos durante a pandemia da Covid-19, decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março de 2020.

O levantamento foi realizado de forma presencial, entre os dias 2 e 7 de agosto, em 129 municípios das cinco regiões do país. Foram entrevistadas 2.055 pessoas a partir dos 16 anos de idade, de todas as classes econômicas, conforme critérios da PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Os mais afetados foram mulheres (53%), jovens entre 16 e 24 anos (56%), pessoas economicamente ativas (48%), pessoas com alta escolaridade (57%) e pessoas sem filhos (51%).

Além disso, 28% dos entrevistados relataram que tiveram diagnóstico de depressão ou de outra doença relacionada à saúde mental durante a pandemia, enquanto 46% afirmaram que algum familiar ou amigos próximos tiveram depressão nesse período.

A pesquisa faz parte da campanha “Bem Me Quer, Bem Me Quero: O diálogo sobre depressão e ansiedade pode salvar vidas” para o Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio.

“O prolongamento do período da pandemia misturado à incerteza em relação ao futuro, uma rotina com restrições de circulação, o medo da morte, o luto e a falta de convívio entre familiares e amigos fizeram com que aumentassem os sentimentos de ansiedade, tédio, pânico e solidão durante este período, o que pode ter levado a esses dados preocupantes”, observa a neurologista e diretora-médica da Viatris, Elizabeth Bilevicius.

De acordo com a pesquisa, a conscientização dos brasileiros sobre o tema depressão ainda é deficiente. Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) considerou muito importante oferecer suporte a quem esteja passando pela doença, e 10% disse não saber agir diante de um conhecido com depressão. Essa dificuldade de lidar com a situação é um pouco maior entre os homens e pessoas que não são economicamente ativas.

Além do aumento dos casos de depressão, os sentimentos de sobrecarga, medo e angústia durante a pandemia também se agravaram. Cerca de 55% das pessoas concordaram que se sentiram sobrecarregadas de tarefas e 57% afirmaram ter vivenciado medo e angústia nos últimos meses.

Sobre ter uma rede de apoio, com familiares, amigos e colegas de trabalho, 62% dos entrevistados que tiveram sintomas de ansiedade ou depressão disseram que tinham com quem contar, e 14% não tinha ninguém para dar suporte. Quase todos (96%) concordaram que a rede de apoio favorece a recuperação dos problemas psicológicos.

“O primeiro passo [para enfrentar os problemas de saúde mental] é admitir que está doente, que precisa de ajuda. É muito comum a negação do problema nesses casos. A partir daí, é importante se abrir com pessoas da sua confiança e estabelecer um diálogo limpo e construtivo, uma vez que a rede de apoio é um complemento fundamental à abordagem clínica. Sabemos que quem conta com esse suporte costuma ter mais adesão ao tratamento”, reforça Marta Axthelm, presidente da Abrata.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina, com mais de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença, e é o país mais ansioso do mundo, com quase 19 milhões de pessoas que têm transtorno.

Alexandrina Meleiro, psiquiatra e membro do Conselho Científico da Abrata, afirma que quase todos os casos de suicídio têm relação com transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias.

“Praticamente todos aqueles que tentam ou cometem esse ato têm alguma doença psiquiátrica. As estatísticas mostram que mais da metade deles estava em acompanhamento médico até uma semana antes do episódio. É importante ressaltar que quem pensa em suicídio quase sempre dá sinais, mas a maioria das pessoas não está preparada para identificá-los. Daí a importância do Setembro Amarelo, para ajudar a esclarecer e conscientizar a população sobre o tema”, diz Alexandrina.

O atentado à própria vida é a segunda causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos no mundo. No entanto, não é exclusivo dos adolescentes. A psiquiatra explica ainda que idosos e populações vulneráveis, como os indígenas, LGBTQIA+, médicos, policiais e membros das forças armadas também são os grupos que demonstram alta incidência no Brasil.

A pesquisa Datafolha mostra que o tabu sobre o tema vem, aos poucos, se desfazendo: 52% das pessoas discordam que falar sobre suicídio deve ser evitado. Sobre a população LGBTQIA+, o levantamento revelou que 65% dos entrevistados concordam que esse grupo é mais vulnerável ao suicídio. Essa percepção é maior entre os mais jovens de 16 a 24 anos, pessoas que trabalham e aqueles sem filhos.

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Noites mal dormidas podem causar de conflitos familiares a depressão, diz psiquiatra especialista em sono https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/19/noites-mal-dormidas-podem-causar-de-conflitos-familiares-a-depressao-diz-psiquiatra-especialista-em-sono/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/19/noites-mal-dormidas-podem-causar-de-conflitos-familiares-a-depressao-diz-psiquiatra-especialista-em-sono/#respond Fri, 19 Mar 2021 10:00:02 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/cata2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=755 Nada como uma boa noite de sono para garantir um dia mais produtivo. Dormir bem melhora o humor, a atenção e a memória.

Esse tempo de repouso, no entanto, tem sido afetado há um ano pela pandemia da Covid-19, explica Caio Bonadio, psiquiatra especialista em medicina do sono pelo HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e criador do canal no YouTube Caio no Sono.

“Atualmente, somos expostos a vários potenciais gatilhos da insônia, como o luto, a perda financeira, o desemprego e o aumento da carga de trabalho para aqueles que estão trabalhando de casa”, observa o psiquiatra.

As noites mal dormidas, especialmente por um longo período de tempo, podem levar a conflitos familiares e profissionais, a alterações no apetite e até a transtornos como ansiedade e depressão.

Para regularizar o sono e recuperar a qualidade de vida é preciso criar alguns hábitos, como fixar o horário em que acordamos e praticar atividades físicas durante o dia, além de largar alguns vícios, como ficar nas redes sociais até dormir e ingerir alimentos calóricos e pesados à noite.

Leia entrevista com o psiquiatra.

Como uma noite mal dormida pode afetar a saúde mental?
O sono de má qualidade pode provocar alterações de humor no dia seguinte, principalmente irritabilidade, ansiedade e tristeza. Esses sintomas, com muita frequência, estão acompanhados de alterações do apetite, para mais ou para menos, o que afeta a nossa alimentação.

A qualidade e a quantidade das refeições estão diretamente relacionadas à regulação do humor. Além disso, quando não dormimos bem, a memória, a atenção, a concentração e a nossa capacidade de planejamento ficam prejudicadas, o que pode nos expor a situações de risco, como conflitos profissionais, sociais e familiares.

Se as noites mal dormidas se sustentarem a longo prazo, transtornos psiquiátricos podem surgir, principalmente depressão e ansiedade. Em casos mais graves de privação de sono intensa, podem ocorrer alucinações e delírios.

O que é uma boa noite de sono? O tempo suficiente de sono pode ser diferente de uma pessoa para outra?
Uma boa noite de sono é quando dormimos respeitando o nosso cronotipo e a nossa necessidade individual de sono, sem haver repercussões negativas no período diurno.

O cronotipo e a necessidade de sono variam de acordo com a genética, faixa etária, estímulos externos aos quais nos expomos e com o ambiente em que vivemos.

Cronotipo é a maneira que nós nos comportamos no ciclo sono-vigília e isso é manifestado pelos níveis de atividade durante as 24 horas do dia. Há pessoas que são mais ativas e produzem mais no período diurno. Por outro lado, há pessoas que são mais produtivas à tarde e à noite.

A necessidade de sono, analisando o aspecto quantitativo, varia com a faixa etária. De forma geral, os idosos têm um tempo total de sono menor do que os adultos e os adolescentes. Os adolescentes, na maioria das vezes, têm um tempo total de sono mais alongado. Já os bebês recém-nascidos têm um sono irregular, dormindo em blocos ao longo das 24 horas por conta da imaturidade do sistema nervoso central. O sono tende a se consolidar e torna-se mais regular e concentrado no período noturno com o passar do tempo.

É verdade que os idosos tendem a dormir menos horas seguidas? 
Sim. Na maioria dos idosos ocorre diminuição do tempo total de sono, aumento do número de despertares noturnos, diminuição da porcentagem do sono REM [sigla do inglês Rapid Eye Movement, fase que se que se caracteriza pelos movimentos rápidos dos olhos, sonhos vívidos e atividade cerebral intensa] e diminuição da proporção do estágio N3 do sono não REM [fase de transição entre o sono leve e o muito profundo, importante para a restauração física].

Essas alterações da arquitetura do sono promovem um sono mais fragmentado. Isso ocorre por conta do envelhecimento das áreas cerebrais responsáveis pela produção do sono.

Por que a pandemia tem afetado o sono da população?
Para produzir o sono adequadamente, o cérebro precisa ser estimulado por condições ambientais ótimas tanto na vigília quanto no período noturno. A pandemia alterou essas condições porque todos os aspectos que a envolvem geram um estado de hiperalerta e estresse.

Atualmente, somos expostos a vários potenciais gatilhos da insônia, como o luto, a perda financeira, os conflitos familiares, o desemprego e o aumento da carga de trabalho para aqueles que estão trabalhando de casa.

Diante desta situação, muitas pessoas desregularam a sua rotina e se expõem de forma inadequada à luz artificial no período noturno, aumentando atividades estimulantes horas antes de dormir, o que eleva os níveis de ansiedade noturna.

Observo também que as pessoas têm se mexido menos e ficado mais sedentárias, além de alterar a rotina da alimentação. Luz, movimento e alimento são três fatores que influenciam diretamente o nosso ciclo sono-vigília e, se não estão regulados, o sono também não está regulado.

O consumo de remédios para dormir aumentou durante a pandemia?
A venda de medicações controladas aumentou, sim, em 2020, principalmente de antidepressivos. Em relação aos indutores de sono, essa venda já estava alta antes da pandemia.

Mas o que estamos observando agora é um aumento do número de caixas por venda. Acredito que esse fenômeno esteja relacionado com a diminuição do acesso a consultas médicas. Então quando o paciente se consulta, o prescritor acaba fornecendo a receita com mais caixas porque não sabe quando o paciente vai voltar devido às restrições sanitárias. Mas isso é uma hipótese.

Outro fenômeno que também ocorre e que é impossível de ser mensurado é a prática da automedicação. Muitas pessoas tomam medicações sem acompanhamento médico e conseguem os remédios por diversos meios.

Recebo muitas pessoas em meu consultório que praticam a automedicação e, quando não sabem mais o que fazer, procuram ajuda. Isso é muito grave, porque quando chegam até nós, o problema é muito mais difícil de ser resolvido.

O perfil de efeitos colaterais varia muito, porque depende da medicação. Os antidepressivos mais utilizados na prática clínica são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e os antidepressivos duais. Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça, náusea, alterações de libido, de apetite e alterações do hábito intestinal. Isso não significa que todos que tomam essas medicações têm efeitos colaterais. O importante é fazer o tratamento com acompanhamento médico adequado.

Em relação aos indutores de sono, os efeitos colaterais mais comuns são sonolência diurna, déficit de memória e de concentração, alterações do apetite e comportamentos anormais durante o sono, como sonambulismo e comer noturno.

É seguro tomar suplemento de melatonina para dormir melhor?
Na medicina do sono, o uso da melatonina está indicado em situações específicas, como transtornos do ritmo circadiano e transtorno comportamental do sono REM. Além disso, usa-se a melatonina em alguns casos de insônia em idosos e mulheres na menopausa. Crianças com autismo que têm alteração do ritmo circadiano também podem ser beneficiadas com a melatonina.

A melatonina não está indicada para o tratamento da insônia crônica, segundo os consensos nacionais e internacionais. O tratamento padrão ouro para o tratamento da insônia é a terapia cognitiva comportamental para insônia, aplicada por profissionais habilitados em psicologia do sono. Fora da medicina do sono, a melatonina como suplementação pode ser utilizada em diversas situações, porque é antioxidante e anti-inflamatória, mas para que isso seja feito de forma correta, é necessário acompanhamento profissional especializado.

Quais dicas você pode dar para regularizar o sono?
Em primeiro lugar, é preciso fixar o horário que acordamos, independentemente da quantidade de horas que conseguimos dormir.

Não fazer compensações no dia seguinte, porque isso afeta o sono noturno e altera o nosso ritmo circadiano. Um cochilo após o almoço, de 20 a 30 minutos, pode ser muito benéfico.

Se acordar no meio da noite e não conseguir voltar a dormir, não olhe no relógio e nem pegue o celular. Nessa situação, devemos sair do ambiente de sono e fazer alguma atividade que nos provoca relaxamento. Quando o sono voltar, aí sim volte para o seu ambiente de sono.

Diminua o consumo de notícias relacionadas à pandemia nesse período. Não podemos ficar alienados, porém o consumo excessivo de notícias aumenta os níveis de ansiedade, altera o nosso humor e afeta o nosso sono.

De 2 a 3 horas antes do horário habitual de dormir, evite atividades em telas, principalmente celular e tablets, e vá para o quarto somente quando estiver com sono.

Pratique atividade física diariamente por pelo menos 30 minutos. Isso ajuda a regular o nosso sono.

É importante manter horários regulares das refeições. A refeição do período noturno tem que ser menos calórica para não afetar o sono.

Se o problema de sono persistir, procure ajuda e não faça automedicação. Existem cerca de 80 transtornos de sono e a investigação das queixas de sono não é tão simples quanto pensamos. O acompanhamento profissional é fundamental para termos mais qualidade de vida.

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Psiquiatra Marco Abud explica alteração do sono na quarentena e dá dicas para dormir melhor https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/10/psiquiatra-marco-abud-explica-alteracao-do-sono-na-quarentena-e-da-dicas-para-dormir-melhor/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/03/10/psiquiatra-marco-abud-explica-alteracao-do-sono-na-quarentena-e-da-dicas-para-dormir-melhor/#respond Wed, 10 Mar 2021 10:00:33 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/cat-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=718 A pandemia da Covid-19, anunciada há um ano pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tem bagunçado com o sono da população.

O isolamento social, as medidas restritivas da quarentena –que foram reforçadas recentemente por vários estados no Brasil devido ao aumento de infecções e de mortes por coronavírus–, o trabalho em home office e o estresse causado pelo medo da contaminação são alguns fatores que levam à piora da qualidade de sono, segundo o psiquiatra Marco Abud.

“A mudança de rotina causou estresse. Essa confusão de espaço pessoal com profissional, aumento nas tarefas domésticas, cuidados com os filhos, o isolamento social que nos colocou longe de familiares e amigos e, claro, o medo da doença ou de algum familiar contraí-la, e até mesmo as inseguranças com a economia do país”, observa o psiquiatra.

“Tudo isso virou um caldeirão de emoções e o sono é um dos que mais sofrem com esses momentos, pois é o período que precisamos relaxar, mas também aquele em que tudo vem à tona: o dia a dia, as angústias, a sensação de que é preciso encontrar soluções imediatas para os problemas da nação a todo custo”, explica.

Como saber se tenho insônia? 
Abud conta que os chamados insones são aqueles que apresentam dificuldades para adormecer ou que não conseguem manter a linearidade de sono.

“A insônia pode ser identificada por características como demora para pegar no sono depois de deitado após um período superior a 30 minutos; despertar no meio da noite e não conseguir voltar a dormir; passar a acordar muito mais cedo do que o habitual e, mesmo com horas livres para continuar dormindo e ainda sentindo cansaço, não ser capaz de pegar no sono novamente”, afirma.

Como superar a insônia
O médico explica que para superar o problema é preciso identificar as causas da insônia.

A insônia pode ser classificada como transitória (aguda) ou crônica. A transitória surge por fatores ligados ao estresse ou abalo diante de uma determinada situação –como o isolamento social e a quebra de rotina provocados pela pandemia– e costuma durar por um curto período de tempo, até que as adversidades que prejudicam o sono sejam resolvidas ou contornadas.

Contudo, em alguns casos, a condição pode avançar para o que é classificado como insônia crônica. Esse é um distúrbio persistente que envolve comportamentos e hábitos que são acumulados com o passar do tempo, piorando cada vez mais o quadro.

“De forma bem simplificada, isso acontece porque após um certo período o nosso cérebro aprende a aceitar esse novo padrão. É o famoso efeito bola de neve: inicialmente acontece algo extraordinário, que parece fugir ao nosso controle e começa a afetar nossa capacidade de relaxar corpo e mente quando é o momento de dormir. Mesmo quando a situação original já não é mais tão latente, a mudança no comportamento do sono segue presente. Aos poucos outros anseios e preocupações começam a ser somados, criando um ‘monstro’ interior que parece destruir a nossa capacidade de dormir bem e acaba por tornar o sono algo que beira o intangível”, diz Abud.

Em seu canal no YouTube, chamado Saúde da Mente, o psiquiatra publicou a série de vídeos “Viva livre da insônia” para ajudar a conscientizar a população sobre a importância de dormir bem.

Abud criou também um treinamento digital gratuito, a Maratona do Sono, em que usa técnicas de terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) para ensinar ações de autocuidado a partir do controle de estímulos externos, higiene do sono e técnicas de relaxamento.

“A TCC-I é indicada como primeira alternativa no tratamento da insônia, tendo como principal missão ajudar as pessoas insones a entenderem os gatilhos que comprometem o sono, compreendendo melhor as suas causas primárias e os desdobramentos disso. A terapia dá a essas pessoas os subsídios, com técnicas cognitivas e comportamentais, para a retomada de um sono mais tranquilo”, afirma.

O psiquiatra explica que o sono é muito importante para o equilíbrio físico e emocional. “Uma noite mal dormida é, provavelmente, a principal responsável pela falta de concentração e atenção que uma pessoa pode ter. Ao longo do tempo, isso vai nos afetando de uma forma que pode levar a doenças como obesidade, diabetes e hipertensão, e comprometer ainda mais nossa saúde mental, levando inclusive à depressão”, ressalta.

Dicas para dormir melhor

  • Evite usar aparelhos eletrônicos, como celular, computador e até mesmo assistir à televisão
  • Deite-se apenas quando estiver com sono
  • Evite café, chá preto, refrigerantes ou medicamentos que contenham cafeína por pelo menos quatro horas antes de dormir
  • Não consuma bebidas alcoólicas no mínimo seis horas antes de dormir
  • Não faça refeições pesadas antes de dormir
  • Cuidado com as sonecas durante o dia
  • Faça exercícios físicos no máximo de quatro a seis horas antes de dormir
  • Procure expor-se à luz solar todos os dias, pela manhã ou no final da tarde

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Estudos utilizam matemática para desvendar significado dos sonhos durante a pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/12/estudos-utilizam-matematica-para-desvendar-significado-dos-sonhos-durante-a-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/12/estudos-utilizam-matematica-para-desvendar-significado-dos-sonhos-durante-a-pandemia/#respond Fri, 12 Feb 2021 10:00:40 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/sonhos2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=640 Luciana Constantino | Agência Fapesp – A pandemia da Covid-19 tem causado impacto no comportamento do brasileiro. Sentimentos como medo, apreensão, tristeza e ansiedade são parte do cotidiano de muitas famílias desde que os primeiros casos da doença começaram a ser registrados oficialmente no país, em fevereiro do ano passado.

Toda essa preocupação tem se refletido nos sonhos, que exprimem uma carga maior de sofrimento mental, temor de contaminação e até mesmo repercussões do isolamento social e da falta de contato físico com outras pessoas. Além disso, os sonhos neste período apresentaram maior proporção de termos ligados a “limpeza” e “contaminação” e de palavras relacionadas a “raiva” e “tristeza”.

A neurocientista Natália Bezerra Mota, pós-doutoranda no Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), lidera uma pesquisa que busca medir o impacto da pandemia por meio de estudo dos sonhos. O trabalho foi publicado na revista PLOS ONE, em 30 de novembro de 2020.

O estudo faz parte do projeto de pós-doutorado de Mota, supervisionado pelos pesquisadores Sidarta Ribeiro (UFRN) e Mauro Copelli, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), que integram o Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática (NeuroMat), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com sede na USP (Universidade de São Paulo).

Os resultados são consistentes com a hipótese de que os sonhos refletem os desafios de vigília apresentados pela pandemia da Covid-19 e que emoções negativas como raiva e tristeza são mais proeminentes durante o período pandêmico, refletindo uma maior carga emocional a ser processada, afirma o estudo.

Em entrevista à Agência Fapesp, Mota explica que estas conclusões foram corroboradas por outros artigos publicados posteriormente nos Estados Unidos, Alemanha e Finlândia.

A pesquisa brasileira já havia sido divulgada no fim de maio na plataforma medRxiv, em versão preprint, sem a revisão por pares. “Foi o primeiro estudo sobre o tema a ver empiricamente esses sinais de sofrimento mental e a associação deles com as peculiaridades dos sonhos na pandemia”, completa a neurocientista.

Sidarta Ribeiro destaca que a pesquisa conseguiu documentar a continuidade entre o que o acontece no mundo onírico e na vida mental das pessoas (o sofrimento psíquico). “Isso é interessante do ponto de vista da teoria sobre sonhos. Outro destaque importante do estudo é ter feito isso de maneira quantitativa, usando mecanismos matemáticos para tentar extrair semântica”, afirma o pesquisador.

No trabalho, o grupo usou ferramentas de processamento de linguagem natural para estudar 239 relatos de sonhos de 67 indivíduos, feitos antes dos casos de contaminação pelo Sars-CoV-2 e durante os meses de março e abril, logo após a OMS (Organização Mundial da Saúde) ter declarado a pandemia de Covid-19.

Segundo Mota, um estudo multicêntrico, envolvendo USP, UFRN e as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Rio de Janeiro (UFRJ), está analisando agora dados coletados por um período maior da pandemia, até julho. O objetivo é avaliar se há impacto nos sonhos dos voluntários provocado por mortes de familiares e pessoas próximas. “A intenção é divulgar rapidamente os resultados, assim que estiverem prontos, para que, a partir desse conhecimento, sejam traçadas estratégias de saúde mental.”

Metodologia
O grupo de pesquisadores brasileiros vinha desenvolvendo e adotando aplicativos e softwares que permitem, por meio da análise do discurso, diagnosticar doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia. Essas ferramentas foram adaptadas para fazer avaliações cognitivas.

Os relatos dos sonhos dos voluntários foram colhidos em áudio por meio de um aplicativo para smartphone. Depois, os pesquisadores utilizaram três ferramentas de computador. A primeira é focada na estrutura do discurso, para comparar a complexidade e conexão da trajetória de palavras usadas na narrativa.

As outras duas se concentram no conteúdo. Uma mede a proporção de palavras inseridas em determinadas classes, como conteúdo sentimental, e as compara a uma lista predefinida para analisar a associação com emoções positivas e negativas. A outra mede a semelhança dos relatos a temas específicos por meio da construção de mapas de similaridade semântica, permitindo avaliar o quanto as palavras estão próximas de termos como “contaminação”, “limpeza”, “doença”, “saúde”, “morte” e “vida”.

“A semelhança significativa com ‘limpeza’ em relatos de sonhos aponta para novas estratégias sociais (por exemplo, uso de máscaras, evitar o contato físico) e novas práticas de higiene (como o uso de desinfetante para as mãos e outros produtos de limpeza) que se tornaram centrais para novas regras sociais e comportamento. Tomados em conjunto, esses achados parecem mostrar que os conteúdos dos sonhos refletem as diferentes fontes de medo e frustração decorrentes do cenário atual”, escrevem os pesquisadores no artigo publicado na PLOS ONE.

Mota destaca que, apesar de ter sido detectado de forma colateral, chama a atenção o maior sofrimento expresso nos sonhos da população feminina. “Há na literatura estudos sobre a diferença de gênero. O público feminino relata maior conteúdo negativo e mais pesadelos. Acho que está ligado à situação histórica do cotidiano das mulheres, em que elas exercem duas, três jornadas, com uma carga mental maior, preocupação com trabalho, casa, filhos. Isso se agravou na pandemia”, avalia a neurocientista.

O estudo, em inglês, Dreaming during the Covid-19 pandemic: Computational assessment of dream reports reveals mental suffering related to fear of contagion está disponível aqui.

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Associação Brasileira do Sono realiza pesquisa e dá dicas para dormir melhor na pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/associacao-brasileira-do-sono-realiza-pesquisa-e-da-dicas-para-dormir-melhor-na-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/associacao-brasileira-do-sono-realiza-pesquisa-e-da-dicas-para-dormir-melhor-na-pandemia/#respond Thu, 28 Jan 2021 10:00:12 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/sono-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=588 A Associação Brasileira do Sono realiza uma pesquisa online para saber como está o sono da população brasileira durante a pandemia da Covid-19.

Para participar é preciso ter mais de 18 anos e responder a 36 perguntas no site da associação. As questões estão relacionadas a tempo e qualidade do sono antes e durante a quarentena, como acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir, hábitos alimentares e de lazer antes de ir para a cama, além de sintomas de depressão, ansiedade e de burnout.

Tendo em vista o impacto do isolamento social e do home office no sono da população, a associação lançou no ano passado uma cartilha com dicas para dormir melhor durante a pandemia.

Entre as orientações estão estabelecer uma rotina diurna, separando o tempo para o trabalho, a socialização com a família, as atividades domésticas, as refeições e atividades físicas.

A rotina noturna também deve ser organizada, como tentar dormir sempre no mesmo horário para manter os ritmos biológicos do organismo.

É importante evitar o uso de equipamentos eletrônicos, como computador, televisão e celular –nada de ficar olhando as redes sociais até  adormecer–, 1 hora antes de dormir. Além da emissão de luz desses equipamentos promover excitação fisiológica, pois sinaliza para o cérebro que ainda é dia, a informação ou conteúdo acessado pode levar ao estímulo cognitivo e emocional.

Pesquisa Sono Covid-19
Para participar, acesse o site Associação Brasileira do Sono
A cartilha com dicas para melhorar a qualidade do sono está disponível aqui

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Neurocientista Sidarta Ribeiro participa de bate-papo virtual sobre sono na programação do Sesc Verão https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/01/19/neurocientista-sidarta-ribeiro-participa-de-bate-papo-virtual-sobre-sono-na-programacao-do-sesc-verao/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/01/19/neurocientista-sidarta-ribeiro-participa-de-bate-papo-virtual-sobre-sono-na-programacao-do-sesc-verao/#respond Tue, 19 Jan 2021 10:00:23 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/sidarta-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=582 O neurocientista Sidarta Ribeiro participa, nesta terça-feira (19), de um bate-papo virtual que faz parte da programação Sesc Verão.

O debate será transmitido a partir das 19h30, no canal do Sesc Consolação no YouTube, com tradução em libras, e terá a participação de Ana Paula Anderson, educadora do Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc.

Sidarta vai falar sobre a importância do sono e do sonho para o bem-estar físico, mental e emocional.

O neurocientista é fundador do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e autor de “O Oráculo da Noite: A História e a Ciência do Sonho” e “Limiar – Ciência e Vida Contemporânea”.

A edição deste ano do Sesc Verão começou no sábado (16) e vai até 14 de fevereiro.

Parte da programação é presencial, com público restrito a alunos matriculados e participação agendada no portal do Sesc.

A maior parte das atrações, contudo, é online e transmitida pelo YouTube e pelas redes sociais das unidades. Há, por exemplo, prática guiada de exercícios, lives com atletas e especialistas em bem-estar e atividades para crianças, como contação de histórias e oficinas.

Sono e Sonho: importância e sentidos com Sidarta Ribeiro
Quando terça-feira (19), a partir das 19h30
Onde transmissão ao vivo pelo canal no YouTube do Sesc Consolação, com tradução em libras, e pelo Instagram (@sescconsolacao)

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