Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mais de 30% dos empreendedores brasileiros iniciaram tratamento psicológico na pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/mais-de-30-dos-empreendedores-brasileiros-iniciaram-tratamento-psicologico-na-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/mais-de-30-dos-empreendedores-brasileiros-iniciaram-tratamento-psicologico-na-pandemia/#respond Tue, 09 Nov 2021 10:00:36 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/e94c7dd3346f178f9061db76d05129d43de2308b56148613d44c334a2add30be_61186981c1068-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1295 Desde o primeiro semestre de 2020, a pandemia da Covid-19 tem impactado trabalhadores de diferentes setores com demissões, mudanças de local de trabalho e reduções salariais.

Para mapear os efeitos desse cenário entre os empreendedores brasileiros, a Troposlab, empresa especializada em inovação, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), realizou pelo segundo ano consecutivo um estudo sobre a saúde mental das pessoas que atuam nesse setor.

A pesquisa revela que 30,13% dos entrevistados iniciaram acompanhamento psicológico durante a crise sanitária. Além disso, 53,5% dos participantes disseram ter sido diagnosticados com ansiedade, e 11,22% com depressão — as avaliações foram realizadas por profissionais especializados. O levantamento contou com a participação de 312 empreendedores de vários estados do país.

Quando comparado ao estudo realizado no ano passado, foi possível perceber que, proporcionalmente, houve uma maior quantidade de pessoas que começaram a utilizar medicamentos psiquiátricos em 2021 –26% neste ano, enquanto 16% alegaram tomar esse tipo de medicação em 2020. A atual edição da pesquisa mostra também que o início do uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%, e de antidepressivos de 3% para 8%, em relação ao ano anterior.

De acordo com Marina Mendonça, sócia e diretora de cultura da Troposlab, existe uma conexão significativa entre o sofrimento psicológico e a queda da renda dos empreendedores. “No geral, é possível observar que empreendedores que reportam queda na renda também estão classificados com mais frequência com sintomas moderados e severos de ansiedade ou depressão. Em relação ao estresse, pessoas que respondem que tiveram queda na renda também apresentam mais sintomas severos”, afirma.

O estudo observou ainda que, no ano passado, 51,1% dos empreendedores tiveram a vida afetada pela pandemia, mas que se sentiam bem a maior parte do tempo, enquanto 24,9% dos empreendedores afirmaram que foram muito afetados. Já em 2021, 53,31% dos respondentes sentem que foram afetados e 21,49% muito afetados. Isso demonstra que não há diferenças significativas entre os períodos.

Quanto à percepção geral dos participantes sobre a pandemia, a maioria diz considerar o ambiente mais incerto (73,72%), mas os índices de 2021 são um pouco menores do que os de 2020. Por outro lado, 77,89% afirmam possuir habilidades para lidar com os desafios impostos pela crise sanitária, afirmação que se mantém semelhante aos dados do ano passado

Os resultados continuam a apontar que as mulheres apresentam maior intensidade de sintomas severos para ansiedade (12,50%), quando comparadas aos homens (2,84%), estresse (7,35% contra 1,13%) e também maior prevalência de depressão (6,61% contra 2,84%).

“Nosso objetivo é aprender sobre o empreendedor. Percebemos lacunas de conhecimento sobre como ele se desenvolve, sua personalidade, saúde mental e outros elementos que impactam suas escolhas e desempenho nos projetos empreendidos. Em nossa visão, gerar conhecimento sobre esses elementos pode nos ajudar a construir um ambiente de negócios mais sustentável”, diz Mendonça.

“Essa pesquisa é um de nossos esforços e entregas para esse ecossistema. Para que ele nos aproxime de parceiros e provoque novas iniciativas que gerem frutos para a ciência no Brasil e para o desenvolvimento saudável de nosso ambiente de negócios e inovação”.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
É possível ter um transtorno psicológico e viver bem, diz psicóloga Ana Gabriela Andriani https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/#respond Sun, 10 Oct 2021 10:00:18 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-09-at-12.42.10-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1208 O que é ter saúde mental? Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a saúde mental é um estado de equilíbrio psíquico, físico e que envolve questões sociais. Não é definida apenas pela ausência de uma doença.

A psicóloga Ana Gabriela Andriani concorda com esse conceito. “É possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização”, observa.

Andriani ressalta que todos nós, tendo ou não um diagnóstico de transtorno mental, sofremos oscilações emocionais ao longo da vida. Para evitar as crises, quando for necessário, é preciso buscar tratamento medicamentoso com um psiquiatra e fazer psicoterapia.

Ela explica que a terapia é um caminho para o autoconhecimento. “É um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.”

Neste domingo (10) é celebrado do Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi criada em 1992 por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental com o objetivo de educar e conscientizar a população sobre a importância do tema e diminuir o estigma social.

Na entrevista a seguir, a psicóloga fala sobre a ideia que temos a respeito do que é uma mente sã e sobre os impactos culturais e históricos no psicológico da sociedade.

A depressão já foi chamada de “mal do século”. Atualmente, o burnout tem sido associado à geração millennial (pessoas nascidas entre 1980 e 1995). Como você vê essa relação entre transtornos e gerações? 
Sem dúvida existe uma correlação entre o momento social e histórico e os transtornos psíquicos que são produzidos ali. Porque os transtornos psíquicos são constituídos a partir das condições de vida das pessoas, da cultura da sociedade e do que acontece ali em termos sociais. Então, por exemplo, na época do Sigmund Freud (1856-1939), que era uma época de grande repressão sexual, o transtorno mais comum, ao qual ele de dedicou a estudar, era a histeria. Em períodos pós-guerra, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiam neuroses de guerra, que são caracterizadas por depressão e por grandes traumas. Hoje, num momento que a gente tem uma cultura que valoriza muito a aceleração e a alta performance, a gente vê crises de ansiedade, burnout e crises de pânico como sendo os transtornos mais vigentes.

Agora, para a gente conseguir elaborar, simbolizar o está vivendo, a gente precisa se conhecer. Saúde psíquica também tem a ver com autoconhecimento. Porque o autoconhecimento amplia a nossa capacidade de pensar sobre nós mesmos e sobre o mundo, sobre as nossas relações, sobre tudo que a gente está vivendo.

Receber um diagnóstico de transtorno psicológico pode ser um baque para algumas pessoas. É possível continuar tendo uma vida feliz e equilibrada mesmo convivendo com um transtorno e tendo que tomar medicações para o resto da vida? 
Sim, é possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização.

É importante considerar que a gente vai oscilar emocionalmente ao longo da vida. Em quem tem um transtorno ou um distúrbio de personalidade também vai sofrer oscilações. Mas é possível evitar uma crise expandida ou mesmo viver crises com o uso de medicamentos receitados por um psiquiatra. Mas não só isso. Também por meio da realização de uma psicoterapia, que é um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.

É importante dizer que o remédio sozinho não vai dar conta de tornar uma pessoa mais saudável. Ele é muito importante porque traz uma estabilidade, mas é o trabalho de psicoterapia que vai propiciar à pessoa se conhecer melhor, expandir sua capacidade de pensar sobre ela mesma, sobre o que está vivendo, e é isso que vai poder transformá-la.

Com a pandemia da Covid-19, o assunto saúde mental está sendo muito debatido. Você acha que a visibilidade que o tema tem recebido tem ajudado a diminuir o estigma em relação aos transtornos psicológicos? Ou ainda temos muito caminho pela frente? 
Acredito que sim, que os assuntos relacionados à saúde mental e aos transtornos psicológicos têm sido mais divulgados. Por exemplo, neste ano e no ano passado, por conta da pandemia, falou-se bastante sobre crises de casais, sobre relações familiares, sobre burnout, crises de pânico. Vários psicólogos se disponibilizaram a fazer atendimentos gratuitos.

Acho que o tema tem sido mais debatido e as pessoas têm tido mais informações sobre isso, o que é muito bom, porque as pessoas passam a ter uma ideia de que elas não precisam só cuidar do corpo, elas precisam cuidar também da saúde mental.

Aliás, faz parte do conceito saúde esse entrelaçamento entre corpo e psique. Acredito que tanto as empresas como área do esporte, todas essas instâncias têm se voltado mais para o cuidado com a saúde mental.

Casos como o da atleta Simone Biles, que deixou de disputar algumas provas nas Olimpíadas para priorizar a saúde mental, jogam uma luz sobre a necessidade de as pessoas respeitarem seus momentos. Você acha que estamos no fim da era do “trabalhe enquanto eles dormem”? 
O que vêm mudando é que tanto as instituições como as pessoas vêm percebendo a grande necessidade de cuidar da saúde mental. Estão percebendo que essas questões relacionadas à saúde mental não podem ser deixadas de lado, porque senão a pessoa que está lá na empresa não trabalha, o atleta não tem bom desempenho, ninguém consegue ficar com uma sensação de bem-estar e viver suas vidas de forma mais saudável.

Acho que a gente vive tempos em que é exigido alta performance, alto desempenho, até uma perfeição do corpo, do trabalho, do cuidado com os filhos e uma aceleração. Tudo isso é naturalmente produtor de ansiedade. Acho que isso não vai mudar, pelo menos por enquanto. A gente vive numa sociedade com essas características.

O que eu tenho impressão que vem mudando é a necessidade de cuidado com a saúde mental atrelado ao trabalho, atrelado à alta performance e ao bom desempenho. Então, por exemplo, no esporte, vem se percebendo a necessidade de se cuidar, de saber como esse atleta está emocionalmente nas suas relações familiares, de como ele está em termos de ansiedade, e das necessidades emocionais dele para que ele consiga estar bem para desempenhar um bom trabalho. Não é que agora vai ser cuidar da saúde mental e deixar a questão do desempenho de lado. A questão, e acho que essa é a grande mudança, é que vamos cuidar das duas coisas ao mesmo tempo, o psicológico atrelado ao físico e ao trabalho, ao desempenho profissional de maneira geral.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Consultas de terapia online crescem 151% no 1º semestre de 2021, mostra levantamento da Zenklub https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/consultas-de-terapia-online-crescem-151-no-1o-semestre-de-2021-mostra-levantamento-da-zenklub/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/consultas-de-terapia-online-crescem-151-no-1o-semestre-de-2021-mostra-levantamento-da-zenklub/#respond Thu, 07 Oct 2021 10:00:04 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/2702b99f013fa9411914f32816be4e41789f270846142409a51e7ac09570aaa3_5e6e033617da9.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1188 Desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado, muitos profissionais tiveram que deixar seus locais de trabalho e se adaptar ao home office. Os que precisaram continuar no regime presencial enfrentaram constantemente o medo de se infectar pelo coronavírus.

Como uma maneira de dar suporte emocional e evitar casos de depressão, de ansiedade e mesmo de burnout, algumas empresas oferecem sessões de psicoterapia e plantões psicológicos aos empregados.

Na plataforma de saúde mental Zenklub, que atende funcionários de mais de 300 empresas, a procura por terapia online cresceu 151% no primeiro semestre de 2021 comparado ao mesmo período do ano passado, saltando para 50 mil sessões realizadas por mês.

O número de colaboradores também aumentou. No último mês de julho, 175 mil pessoas tinham acesso aos serviços da empresa, um salto de 400% em relação ao final do ano de 2020, quando eram 35 mil.

Atualmente, o Zenklub atende 1,5 milhão de brasileiros espalhados por 187 países e 1.205 cidades. A plataforma disponibiliza sessões online com mais de 5.000 psicólogos, psicanalistas, coaches e terapeutas.

No entanto, as pessoas que não estavam acostumadas também precisaram se adaptar à terapia virtual. Leia a seguir a entrevista com Daniele Nazari, psicóloga do Zenklub, sobre como aproveitar melhor as sessões.

Como o paciente pode se preparar para aproveitar melhor a sessão online? É importante encontrar um lugar silencioso e distante de outros familiares que estejam na mesma casa, por exemplo?
Na psicologia usamos um termo chamado “setting terapêutico”, que se refere ao espaço no qual a relação terapeuta e paciente acontece. Então, mesmo online, é importante proporcionar esse ambiente para que a pessoa esteja com o foco no momento presente. A atenção deve estar voltada ao que se está fazendo no momento. Isso fica mais fácil quando se está em um ambiente silencioso, confortável e, principalmente, privado de interferência, para que o paciente se sinta à vontade para conversar e expor o que sente sem se preocupar se outras pessoas estarão ouvindo a conversa.

O que não é recomendado o paciente fazer durante a terapia?
Não é recomendado conectar a sessão em ambientes que tenham muito barulho e distrações que tirem sua atenção da videochamada. Por exemplo, dentro do ônibus, no Uber, no shopping e locais onde há interação com outras pessoas. Isso pode interferir nas reflexões psicoterapêuticas.

Já tive a experiência de atender um cliente enquanto ele estava dirigindo para o trabalho. Tentamos fazer por ligação telefônica para a videochamada não atrapalhar sua atenção ao trânsito. Só que obviamente essa foi sua prioridade e o atendimento não se tornou tão efetivo. Mas também entendo que foi a possibilidade que ele conseguiu encaixar, então temos que ter a flexibilidade e respeitar o formato que está ao alcance. O importante é que a pessoa está buscando ajuda.

Existe algum tipo de manual de conduta também para os psicólogos que atendem online?
O CFP (Conselho Federal de Psicologia) desenvolveu uma cartilha sobre aspectos éticos no atendimento online, mas não especificamente de conduta. Entendo que o espaço terapêutico é construído por ambas as partes, cliente e profissional. Logo, cabe aos profissionais terem a maior responsabilidade de conduzir o cliente no formato mais adequado, resgatar a atenção dele, manter o foco no presente e a concentração na sessão.

Por isso, é necessário que o profissional esteja em um ambiente adequado de trabalho, sem ruídos e interferências, e mantenha uma postura ética para mostrar formalidade e seriedade no seu serviço, pois é o que está ao alcance dele para proporcionar um bom atendimento.

Nos meus atendimentos, gosto sempre de ressaltar na primeira sessão que o cliente pode se sentir como se estivesse em um consultório presencial, para ele ficar tranquilo quanto à parte ética e sigilosa do que vamos tratar no atendimento.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Busca pelo termo burnout na internet aumenta 122% durante a pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/busca-pelo-termo-burnout-na-internet-aumenta-122-durante-a-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/27/busca-pelo-termo-burnout-na-internet-aumenta-122-durante-a-pandemia/#respond Mon, 27 Sep 2021 10:00:51 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/246f33ab7e1d044fd59bf27d5aa49413879b37b42cf900896830381520c6159c_61451760c6248-2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1122 Um levantamento feito pela plataforma de marketing online Semrush, entre julho de 2020 e julho deste ano, analisou a média de buscas na internet pelas principais palavras-chave relacionadas à saúde mental

Durante esse período da pandemia da Covid-19, os termos mais procurados pelos brasileiros são: ansiedade, com a média de 338 mil buscas, seguido de depressão, com 277.462, e estresse, com 105.500 mil pesquisas.

A palavra burnout teve destaque no estudo, pois mostrou um aumento de 122%. Pesquisas relacionadas, como “burnout síndrome”, “o que é burnout” e “sintomas de burnout” chegaram a mais de 155 mil buscas.

Exaustão emocional, dificuldade de concentração e incapacidade de relaxar são alguns dos sintomas desse transtorno.

O esgotamento profissional, conhecido como burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019.

Ao ser reconhecido como doença, o burnout foi descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito” e que se caracteriza por três elementos: “sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida”.

A OMS explica que o esgotamento “se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida”. Ou seja, são problemas causados pela rotina do trabalho.

Quando não é tratada, a síndrome pode evoluir para casos de depressão, transtornos de ansiedade, além de doenças físicas como hipertensão e distúrbios gastrintestinais.

A pesquisa da Semrush também revelou que, entre as técnicas para relaxar, as mais buscadas foram meditação (113.192) e mindfulness (52.192).

Mindfulness, ou “consciência plena”, é um estado mental em que a pessoa volta sua atenção ao presente. Com origens no budismo e em tradições orientais, o mindfulness chegou ao Ocidente como uma prática laica utilizada como tratamento complementar para diversos quadros clínicos, como dores crônicas, estresse, depressão e ansiedade. O mindfulness aplicado à saúde foi desenvolvido pelo médico Jon Kabat-Zinn na década de 1970, nos Estados Unidos.

Entre os aplicativos de saúde mental, os mais procurados pelos internautas foram Psicologia Viva (53,508), Zenklub (24,015), Vittude (13,846), Calm (10,785) e Eurekka (2,169).

 

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Datafolha mostra que 64% dos trabalhadores não recebem nenhum benefício para cuidar da saúde mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/20/datafolha-mostra-que-64-dos-trabalhadores-nao-possuem-nenhum-beneficio-para-cuidar-da-saude-mental/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/09/20/datafolha-mostra-que-64-dos-trabalhadores-nao-possuem-nenhum-beneficio-para-cuidar-da-saude-mental/#respond Mon, 20 Sep 2021 20:12:22 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/zoom-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1072 Uma pesquisa Datafolha encomendada pela Zenklub, plataforma de saúde mental, mostrou que 64% dos trabalhadores brasileiros não receberam nenhum benefício de seus empregadores para cuidar da saúde mental.

O levantamento foi realizado presencialmente, entre os dias 2 e 7 de agosto, com 1.197 pessoas que trabalham e têm a partir de 18 anos, de todas as classes econômicas, conforme critérios da PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Os entrevistados são moradores de 129 municípios, espalhados pelas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

O objetivo da pesquisa é entender o impacto da pandemia da Covid-19, que começou em março de 2020, na saúde mental dos trabalhadores no país.

Embora 64% dos entrevistados não recebam nenhum tipo de benefício para tratar a saúde mental, quando questionados se recursos como terapias online e treinamentos sobre habilidades emocionais podem ajudar a lidar com os impactos da pandemia, 86% disseram que sim.

O Datafolha identificou que 61% dos entrevistados afirmaram ter com sobrecarga de trabalho nos últimos 12 meses. Quando questionados sobre os sentimentos que vieram à tona no período, os trabalhadores afirmaram que tiveram ansiedade (66%), exaustão ou muito cansaço (61%), insônia ou dificuldade para dormir (54%) e depressão (26%).

A depressão esteve mais presente entre os entrevistados que têm filhos (28%), enquanto a ansiedade entre aqueles que não têm filhos (69%). Os dados também trouxeram que quanto mais jovem, maiores são os sintomas de exaustão e cansaço: 70% entre pessoas de 18 a 24 anos e 67% entre aqueles de 25 e 34 anos.

Entre as mulheres, todos os índices foram significativamente maiores se comparados aos dos homens. Por exemplo, quanto à depressão, 33% das mulheres disseram ter sentido sintomas da doença, enquanto 21% dos homens deram respostas afirmativas.

A amostra é representativa do público pesquisado, sendo 53% homens e 47% mulheres, todos economicamente ativos e com uma renda média familiar mensal de R$ 4,100, composto principalmente por assalariado registrado (35%), freelancers ou bico (22%) e autônomo regular (15%).

Quanto à classe econômica, os respondentes eram de todas as classes sociais, sendo A (4%), B (24%), C (48%) e D/E (24%).

Entre aqueles que têm um chefe no local de trabalho, a maioria (73%) respondeu ter abertura para falar de saúde mental com o superior. Mulheres se sentem menos confortáveis (32%) do que os homens (23%) para falar sobre o tema com seus chefes. O mesmo ocorre entre os mais jovens, de 18 a 24 anos (41%) e  pessoas que se sentiram sobrecarregadas durante a pandemia (31%).

“A quantidade de pessoas com acesso a benefícios corporativos de saúde emocional é baixa, ao mesmo tempo em que a consciência que os trabalhadores têm da importância do oferecimento desses benefícios é grande”, afirma Rui Brandão, cofundador e CEO do Zenklub.

Para Brandão, cada vez mais esse ponto passará a ser colocado na balança, tanto quando um profissional escolhe uma empresa para trabalhar, quanto quando decide permanecer ou não numa empresa.

“É urgente que líderes, gestores e profissionais de recursos humanos acolham essa necessidade e ajam sobre ela. Quando acolhemos as pessoas em toda a sua complexidade, todos ganham”, observa Brandão.

Para ajudar as empresas e os trabalhadores a lidarem com questões de saúde mental no ambiente de trabalho, o Zenklub criou o Guia Prático para Saúde Mental e Trabalho no Pós-Pandemia, que está disponível para download gratuito no site zenklub.com.br/setembro-amarelo.

O manual traz dicas práticas de especialistas, além de exemplos e reflexões que podem ajudar no cuidado com a saúde mental dos colaboradores em diferentes níveis hierárquicos, abordando desde os impactos de reuniões virtuais e da volta ao escritório, até como lidar com o luto, casos de depressão e burnout.

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Neurocientista José Fernandes Vilas escreve sobre a incidência de burnout após um ano de pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/neurocientista-jose-fernandes-vilas-escreve-sobre-a-incidencia-de-burnout-apos-um-ano-de-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/neurocientista-jose-fernandes-vilas-escreve-sobre-a-incidencia-de-burnout-apos-um-ano-de-pandemia/#respond Thu, 08 Apr 2021 10:00:11 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/fernandes3-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=781 Há mais de um ano, em 11 de março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu classificar a disseminação do coronavírus Sars-CoV-2 como uma pandemia.

Para evitar o contágio da doença que já provocou a morte de mais de 340 mil brasileiros, governantes decidiram adotar medidas restritivas que provocam o isolamento social. Muitas empresas implementaram o sistema de home office e escolas fecharam para aulas presenciais.

Uma pesquisa global liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) apontou, em fevereiro, que o Brasil ocupa a liderança no ranking dos índices de ansiedade e depressão durante a pandemia quando é comparado a outras dez nações. No total, 13 mil pessoas foram entrevistadas, 1.500 no país. Aqui, 63% estavam ansiosos e 59%, depressivos.

José Fernandes Vilas, médico, neurocientista e autor do livro “Quando o Sucesso Vira Burnout”, diz que o esgotamento profissional é outra doença que tem crescido durante a pandemia.

No artigo abaixo, ele escreve sobre os fatores que podem provocar o burnout, além de contar sua experiência como profissional da saúde em meio à crise do coronavírus.

Olhar de médico

Após um ano de pandemia, como profissional da saúde, um médico especializado em saúde mental, observo os desdobramentos da pandemia em caos de proporções inenarráveis.

Como exemplo, a última pesquisa da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro citou que 98% dos profissionais atuantes nessa instituição desenvolveram a síndrome de burnout. A maioria deles relatou que a pandemia foi a grande causadora desse estresse.

Quase 70% dos gestores da instituição relatam esgotamento. Também relatam que a causa do burnout que experimentam é a pandemia. Esse é um estudo recente, feito em março deste ano, divulgado pela própria Caixa. Inclusive, havia 100 mil profissionais atuando na instituição, e hoje esse número é de 80 mil. O estado decidiu abrir espaço para contratação de 20 mil profissionais terceirizados a fim de colaborarem com o funcionamento diário da instituição.

Entre os profissionais da saúde, por sua vez, os números são estarrecedores. Cada artigo que lemos, cada pesquisa que conhecemos, cada situação que vivenciamos é de nos colocar à beira de um colapso emocional.

As pessoas antes acordavam pela manhã, tomavam seu banho, tomavam seu café da manhã e se preparavam para ir ao trabalho. Tinham um deslocamento, o tempo no trânsito, se dedicavam às suas atividades, interagiam com as pessoas, os profissionais que atuavam nessa instituição, e depois tinham seu intervalo, hora do almoço, e depois faziam seu deslocamento para casa.

Em uma pesquisa feita com 8.000 profissionais da Microsoft, o Brasil ficou em primeiro lugar no quesito esgotamento profissional: 44% dos profissionais brasileiros atuando no front, em home office, desenvolveram burnout, colocando o país na frente dos Estados Unidos nessa pesquisa. E uma das coisas que esses profissionais relataram é que um dos aspectos que mais os abalaram é a questão do deslocamento para o trabalho, que era percebido por eles como um fator de proteção.

Outra coisa que demonstrou ser um fator angustiante para eles: não ter um horário para terminar o trabalho. Outra coisa foi não haver mais a compartimentação de trabalho, educação dos filhos, casamento, trabalho domiciliar, tarefas cotidianas em casa e situações assim. Tudo isso se misturou e as pessoas passaram a misturar várias funções em um mesmo local.

Além do desespero de acordar todos os dias e o número de mortes ser crescente. No dia em que escrevo este artigo, recebo a informação de que o Brasil ultrapassou o número de 4.000 mortos por dia.

Como profissional da saúde, observo um sistema entrar em colapso, a população entrar numa situação completamente angustiante, e isso fatalmente afeta o equilíbrio emocional, a saúde dos profissionais da saúde tanto quanto da população.

Uma coisa é acompanhar noticiários, outra coisa são os profissionais da saúde, médicos, enfermeiras, todos num desdobramento diário para conter avanços de uma doença que por si só já é um desafio. É certo que o esgotamento provocado pela síndrome de burnout encontra espaço num contexto assim.

O médico é aquele profissional que costuma perguntar “onde dói?” e iniciar um processo de restabelecimento. Talvez seja um bom momento social para o Brasil se perguntar “onde dói?” na forma como lida com seus profissionais de saúde, e assim pode descobrir que além de qualquer agenda política e econômica está a vida humana. Preservá-la é responsabilidade individual e também é papel do profissional da saúde. Tratar o esgotamento desse profissional com superficialidade é contribuir para a proliferação de outro tipo de vírus: o “vírus do caos”, que coloca vulnerável aquele que está engajado em cuidar dos outros.

Também chegou aquele dia em que eu mesmo estava com os sintomas. Era minha vez: testei positivo para o Covid-19. Agora eu ia experimentar o que significava passar, na pele, o “vale da Covid-19”. Vi por mim mesmo o que o transtorno da doença causou em mim, o que me fez enxergar o mundo de outra maneira.

Todo o estado de angústia, dor, desconforto, receio, tudo é acentuado quando a pessoa é acometida pela doença. É o momento em que ela mais precisa de incentivo, calma, equilíbrio, para manter sob controle o sistema imunológico –e é nesse ponto que a saúde mental e emocional fazem toda a diferença, inclusive para não sobrecarregar o sistema imunológico e dificultar a estabilidade do paciente.

Passar por essa experiência me fez humanizar ainda mais o tratamento com aqueles que estão vulneráveis a ela. É preciso, concluo, uma ação conjunta para que esforços não sejam em vão: é preciso assegurar que níveis psíquicos saudáveis sejam cultivados, contribuindo essencialmente para a recuperação do acometido por Covid-19.

Unir sociedade e esforços governamentais em torno de estabelecer o máximo de soluções é o que constrói as ferramentas de combate à “pandemia do caos”. Para isso já existe vacina: ética, compromisso, responsabilidade. E sem contraindicação.

 

Siga o blog Saúde Mental no TwitterInstagram Facebook.

]]>
0
Será que tenho burnout? Saiba quais são os sintomas e como prevenir a doença https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/01/sera-que-tenho-burnout-saiba-quais-sao-os-sintomas-e-como-prevenir-a-doenca/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/02/01/sera-que-tenho-burnout-saiba-quais-sao-os-sintomas-e-como-prevenir-a-doenca/#respond Mon, 01 Feb 2021 10:00:30 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/a5fcbeabda913ea815fb23607c19ce42c959de46c8c2ce2c8180ca68e64bad74_5af4da6cc7791-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=594 Exaustão emocional, dificuldade de concentração e incapacidade de relaxar são alguns dos sintoma da síndrome de burnout.

O esgotamento profissional, conhecido como burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019.

Ao ser reconhecido como doença, o burnout foi descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito” e que se caracteriza por três elementos: “sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida”.

A OMS explica que o esgotamento “se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida”. Ou seja, são problemas causados pela rotina do trabalho.

Quando não é tratada, a síndrome pode evoluir para casos de depressão, transtornos de ansiedade, além de doenças físicas como hipertensão e distúrbios gastrintestinais.

A psicóloga Sabrina Amaral, fundadora da empresa Epopéia Desenvolvimento Humano, aponta quais são os sintomas do burnout e como prevenir e tratar a doença.

Como saber se estou com síndrome de burnout?
Não existe um exame específico para detectar o burnout. O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação dos sintomas por profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

Quais são os principais sintomas do burnout?

  • Exaustão emocional
  • Sensação permanente de cansaço
  • Insônia e distúrbios do sono
  • Dificuldade de concentração
  • Lapsos de memória
  • Tensão muscular
  • Dores crônicas
  • Irritabilidade exagerada em situações corriqueira
  • Pessimismo exacerbado
  • Apatia
  • Baixa autoestima e sentimentos de inferioridade
  • Sensação de culpa quando fora do trabalho
  • Incapacidade de relaxar

Como prevenir a doença?

  • Priorizar as tarefas do trabalho, separando aquilo que é urgente
  • Aprender a se concentrar em uma determinada tarefa, minimizando as distrações. Muitas vezes esses “ladrões de tempo” são outras atividades relacionadas ao trabalho, como responder emails, fazer pesquisas na internet, realizar telefonemas curtos, reuniões que você não precisava participar etc.
  • É importante saber dizer não sem culpa. Geralmente, as pessoas se sobrecarregam por dois motivos: por não reconhecerem seus próprios limites ou por reconhecê-los, mas não respeitá-los dizendo não a mais tarefas
  • Ter atenção ao autocuidado. Atividades simples e prazerosas devem fazer parte da rotina para garantir qualidade de vida e equilíbrio. Por isso, é importante cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, meditação, ter horários estabelecidos para uma rotina saudável, diminuir o perfeccionismo e a autocobrança, estabelecer momentos de lazer e relaxamento

Como a doença é tratada? 
É preciso procurar ajuda psicológica. Geralmente, a pessoa que sofre com acredita que precisa lidar com suas emoções sozinha, que precisa dar conta de tudo e que pedir ajuda é sinal de fracasso. Acontece que quanto mais ela se sobrecarrega, mais severo se torna o quadro abrindo portas, para doenças físicas e mentais.

Por isso, ter o apoio de um psicólogo é fundamental. Às vezes, poucas horas de terapia podem poupar meses de sofrimento desnecessários. Burnout não é cansaço, não deve ser banalizado. É importante trabalhar o autoconhecimento, entender que os erros fazem parte da vida e procurar não se cobrar tanto.

]]>
0
Laboratório da UFSC lança livro sobre saúde mental nas pandemias https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2020/12/14/laboratorio-da-ufsc-lanca-livro-sobre-saude-mental-nas-pandemias/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2020/12/14/laboratorio-da-ufsc-lanca-livro-sobre-saude-mental-nas-pandemias/#respond Mon, 14 Dec 2020 17:00:19 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/idosas-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=500 Pesquisadores do Laboratório Fator Humano da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) lançaram neste mês, em formato ebook, o livro “Atenção à saúde mental nas pandemias: Perspectivas e estratégias”, pela editora Ampla.

Com 59 autores convidados de diversas instituições do Brasil e do exterior e 12 organizadores, a obra foi coordenada por Roberto Moraes Cruz, psicólogo e professor da UFSC.

O livro explica como as condições de isolamento social e confinamento praticados durante pandemias, além do medo da contaminação e do processo de recuperação, para quem já foi infectado, e a perda de entes queridos afetam a saúde mental da população.

Os principais impactos observados são o aumento ou surgimento de quadros depressivos, ideação suicida, ansiedade e crises de pânico, transtorno do estresse agudo, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome de burnout e alterações do ciclo sono-vigília.

“É um livro generalista, para que qualquer pessoa possa entender, e não apenas profissionais da área. Tentamos usar uma linguagem mais acessível possível”, explica Cruz.

Apesar de partir do ponto de que qualquer pandemia e as medidas para enfrentá-la provocam impactos na saúde mental, a obra destaca a atual crise da Covid-19 para exemplificar os tópicos abordados.

No início, para contextualizar o leitor, o capítulo A Covid-19 na Perspetiva Biológica explica o que é coronavírus (família de vírus relacionados à infecções respiratórias) e como o Sars-Cov-2 surgiu e como ele se manifesta.

A partir daí, o livro se aprofunda nos impactos psicológicos causados pela pandemia, dividido em cinco partes: 1- Saúde mental no contexto das pandemias, 2- Fatores de risco e protetivos e impactos à saúde mental, 3- Treinamento para profissionais e suporte especializado em saúde mental, 4- Ações em comunicação e estratégias para a infraestrutura relacionados à saúde mental, 5- Covid-19: Cenário brasileiro e internacional.

A obra tem a preocupação não só de mostrar o que acontece no contexto da pandemia, como aumento de quadros depressivos e de ansiedade, mas também de explicar o que é cada um desses transtornos, como identificar seus sinais e sintomas e como procurar ajuda.

Outra questão abordada é o estigma vivido por quem teve a doença, por pessoas que fazem parte do grupo de risco, como os idosos, ou por profissionais que trabalham em contato direto com pacientes.

O abuso de álcool e de drogas ilícitas e o aumento de comportamentos violentos também são analisados pelos autores.

Além dos aspectos ligados diretamente à saúde mental, o livro também debate a insegurança causada pela crise econômica, as estratégias dos governos ao lidar com a pandemia, a desigualdade social, os desafios do ensino a distância para estudantes da rede pública e até a realização no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste ano.

Para os profissionais que atuam na linha de frente no combate à pandemia, os autores também destacam a importância da realização de cursos e capacitações para lidar com pacientes e familiares, como o treinamento para aqueles que vão prestar os Primeiros Socorros Psicológicos (PSP), os Primeiros Atendimentos Psicológicos (PAP) ou os Primeiros Cuidados Psicológicos (PCP).

Esses atendimentos não são exclusivos a profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, mas requerem uma capacitação prévia para oferecer uma escuta acolhedora e saber levar em consideração questões de gênero e de idade. As medidas são aplicadas em populações que enfrentam guerras e desastres naturais como terremotos, por exemplo.

“Atenção à saúde mental nas pandemias: Perspectivas e estratégias”
Preço R$ 16,07 (ebook à venda na Amazon), 290 págs.
Autor vários; coordenador Roberto Moraes Cruz
Editora Ampla, 1ª edição

]]>
0