Saúde Mental https://saudemental.blogfolha.uol.com.br Informação para superar transtornos e dicas para o bem-estar da mente Tue, 14 Dec 2021 02:30:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pensamentos intrusivos afetam mais pessoas com TOC e podem levar a abuso de substâncias, explica psiquiatra https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/25/pensamentos-intrusivos-afetam-mais-pessoas-com-toc-e-podem-levam-a-abuso-de-substancias-explica-psiquiatra/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/25/pensamentos-intrusivos-afetam-mais-pessoas-com-toc-e-podem-levam-a-abuso-de-substancias-explica-psiquiatra/#respond Thu, 25 Nov 2021 10:00:19 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/lu2-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1302 Os pensamentos intrusivos são involuntários e fazem a pessoa acreditar que vai perder o controle de alguma forma.

Eles não correspondem à realidade nem aos desejos de quem os vivencia. Geralmente dão a impressão que o indivíduo vai cometer um ato que considera abominável, como ferir outra pessoa ou a si mesmo. Ou, ainda, se ele fizer ou deixar de fazer alguma coisa, algo catastrófico pode acontecer.

“É muito importante entender que pensamentos intrusivos são involuntários. As pessoas que os vivenciam normalmente sentem repulsa por eles”, ressalta a psiquiatra Flávia Batista Gustafson.

“Existem muitos tipos de pensamentos intrusivos, mas os tópicos comuns incluem pensamentos inadequados de cunho sexual, pensamentos sobre relações interpessoais, com conteúdo de traição, por exemplo, pensamentos religiosos que são opostos e inadmissíveis pela crença da pessoa, e pensamentos relacionados a violência contra outras pessoas ou si mesmo”, explica.

Apesar de poderem afetar qualquer pessoa, são mais comuns em quem tem transtornos como ansiedade, estresse pós-traumático e especialmente TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).

“Essas pessoas [com TOC] também têm maior probabilidade de passar mais tempo pensando sobre as implicações desses pensamentos e são mais propensas a superestimar a probabilidade dos resultados temidos se vierem a se concretizar, o que acaba por retroalimentar o problema. Forma-se um ciclo vicioso em que os pensamentos intrusivos estão sempre voltando, o que causa muito sofrimento”, conta Gustafson.

Com a pandemia da Covid-19 mais controlada e a volta do trabalho presencial e dos eventos sociais, é comum que pessoas que já tinham pensamentos intrusivos anteriormente fiquem mais vulneráveis a eles.

“Os pensamentos intrusivos a respeito da contaminação pelo vírus da Covid-19 ou até outras doenças podem ser amplificados, e a pessoa pode experimentar grande sofrimento ao se ver obrigada a frequentar círculos profissionais e sociais novamente”, observa.

Sem um tratamento adequado, quem enfrenta esse fenômeno pode acabar recorrendo ao uso de álcool e outras drogas para tentar distrair a mente. “A pessoa se ‘medica’ com o álcool, ou menos frequentemente com outras drogas ilícitas, em busca de um relaxamento e alívio momentâneo dos sintomas”, diz Gustafson.

“O problema é exatamente esse: um alívio momentâneo. A seguir vem a parte indesejada, que é a piora dos sintomas. A pessoa então passa a ingerir mais álcool para voltar a sentir-se aliviada, levando a um perigoso abuso e uma potencial dependência, o que consequentemente adiciona uma nova camada de problemas para se lidar.”

Leia a seguir a entrevista com a psiquiatra.

O que são pensamentos intrusivos e como eles surgem?
Pensamentos intrusivos são pensamentos indesejados que aparecem do nada. Eles podem ser desencadeados por estresse do dia a dia, mas também podem ser sintomas de um transtorno mental. Geralmente eles são desagradáveis e até perturbadores, o que pode fazer com que as pessoas não procurem ajuda num primeiro momento por se sentirem envergonhados por esses pensamentos.

Os pensamentos intrusivos são involuntários e não têm relação com a realidade ou os desejos de uma pessoa. As pessoas não agem de acordo com esses pensamentos, muito pelo contrário, elas geralmente os consideram horríveis e inaceitáveis.

Esses pensamentos podem ser persistentes e causar angústia significativa em algumas pessoas. Frequentemente, quanto mais as pessoas tentam se livrar desses pensamentos, mais eles persistem e mais intensos se tornam.

Você poderia citar um exemplo de pensamento intrusivo que seja comum?
É muito importante entender que pensamentos intrusivos são involuntários. As pessoas que os vivenciam normalmente sentem repulsa por eles.

Existem muitos tipos de pensamentos intrusivos, mas os tópicos comuns de pensamentos intrusivos incluem: pensamentos inadequados de cunho sexual, pensamentos sobre relações interpessoais, com conteúdo de traição, por exemplo, pensamentos religiosos que são opostos e inadmissíveis pela crença da pessoa, e pensamentos relacionados a violência contra outras pessoas ou si mesmo.

Os pensamentos intrusivos são comuns em transtornos como ansiedade, estresse pós-traumático, transtorno bipolar e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo). Por que os pacientes diagnosticados com esses transtornos costumam ter esse tipo de pensamento?
Pessoas com diagnóstico de transtornos mentais (nesse caso, principalmente aquelas com TOC) têm maior probabilidade de julgar seus pensamentos intrusivos como maus, imorais ou perigosos.

Essas interpretações geralmente levam a uma forte reação emocional negativa, o que amplifica a força percebida dos pensamentos intrusivos, elevando assim o foco sobre eles.

Essas pessoas também têm maior probabilidade de passar mais tempo pensando sobre as implicações desses pensamentos e são mais propensas a superestimar a probabilidade dos resultados temidos se vierem a se concretizar, o que acaba por retroalimentar o problema. Forma-se um ciclo vicioso em que os pensamentos intrusivos estão sempre voltando, o que causa muito sofrimento.

Qual é a diferença entre pensamento intrusivo, alucinação e delírio?
As alucinações e delírios são sintomas bastante diferentes dos pensamentos intrusivos, e costumam estar presentes em transtornos psicóticos.

As alucinações podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial (auditiva, visual, olfativa, gustativa e tátil), mas as auditivas são de longe as mais comuns. É uma percepção que parece completamente real para a pessoa, mas que não está acontecendo. As alucinações auditivas são geralmente experimentadas como vozes, familiares ou não familiares, que são percebidas como distintas dos próprios pensamentos da pessoa.

A definição de delírio é um pouco diferente, embora também envolva a experiência de algo que parece real, mas não é. É uma crença obviamente falsa, mas mesmo assim o indivíduo que a experimenta pensa que é absolutamente verdadeira. Essa pessoa vai acreditar firmemente no delírio, mesmo quando repetidamente mostradas evidências contrárias.

Tanto as alucinações quanto os delírios são distúrbios, na realidade. São experiências que parecem reais para quem está sofrendo com elas, mas não têm conexão com a realidade.

Agora, com a pandemia mais controlada, as pessoas estão retomando o trabalho presencial e os eventos sociais. É comum que algumas pessoas tenham pensamentos intrusivos por medo de contaminação por Covid-19? Ou mesmo por que ficaram muito tempo em isolamento e estão enfrentando uma espécie de agorafobia?
Certamente. As pessoas que já sofriam com pensamentos intrusivos antes da pandemia agora estão muito mais vulneráveis à medida que o mundo vai se abrindo novamente ao “novo normal”.

Os pensamentos intrusivos a respeito da contaminação pelo vírus da Covid-19 ou até outras doenças podem ser amplificados, e a pessoa pode experimentar grande sofrimento ao se ver obrigada a frequentar círculos profissionais e sociais novamente.

Muitas dessas pessoas encontraram um certo conforto emocional na situação de isolamento e do home office durante a fase mais crítica da pandemia e podem sentir muita dificuldade em enfrentar o mundo novamente.

É comum uma pessoa que tenha pensamentos intrusivos e que ainda não tenha tido um diagnóstico correto recorra ao uso de drogas e álcool? Quais são os perigos que essa prática pode acarretar?
Quando falamos em pensamento intrusivos que causam muito sofrimento, sempre lembramos do risco aumentado do abuso de substâncias, especialmente o álcool.

A pessoa se “medica” com o álcool, ou menos frequentemente com outras drogas ilícitas, em busca de um relaxamento e alívio momentâneo dos sintomas.

O problema é exatamente esse: um alívio momentâneo. A seguir vem a parte indesejada, que é a piora dos sintomas. A pessoa então passa a ingerir mais álcool para voltar a sentir-se aliviada, levando a um perigoso abuso e uma potencial dependência, o que consequentemente adiciona uma nova camada de problemas para se lidar.

Com um diagnóstico correto e tratamentos com psiquiatra e psicólogo é possível controlar esses pensamentos?
Pensamentos intrusivos nem sempre são o resultado de uma condição médica. Aliás, a maioria das pessoas os têm de vez em quando. No entanto, para muitas pessoas, pensamentos intrusivos podem, sim, ser um sintoma de um problema de saúde mental, como TOC ou o transtorno de estresse pós-traumático.

Esses pensamentos também podem ser um sintoma de problemas neurológicos, como uma lesão cerebral, demência ou mal de Parkinson, por exemplo. Por isso um diagnóstico bem feito é imperativo.

A melhor maneira de gerenciar pensamentos intrusivos é reduzir a sensibilidade da pessoa a esses pensamentos e seu conteúdo. O tratamento vai ser individualizado a cada pessoa, mas, em linhas gerais, o médico psiquiatra vai fazer o diagnóstico e prescrever a medicação mais indicada.

Paralelamente, é fundamental a abordagem com a psicoterapia, sendo a TCC (terapia cognitivo comportamental) a mais indicada. Por último, e não menos importante, a pessoa deve ser orientada a seguir um estilo de vida saudável, com alimentação nutritiva, atividade física e higiene do sono, o que vai somente agregar ao seu bem-estar geral.

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Mais de 30% dos empreendedores brasileiros iniciaram tratamento psicológico na pandemia https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/mais-de-30-dos-empreendedores-brasileiros-iniciaram-tratamento-psicologico-na-pandemia/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/mais-de-30-dos-empreendedores-brasileiros-iniciaram-tratamento-psicologico-na-pandemia/#respond Tue, 09 Nov 2021 10:00:36 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/e94c7dd3346f178f9061db76d05129d43de2308b56148613d44c334a2add30be_61186981c1068-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1295 Desde o primeiro semestre de 2020, a pandemia da Covid-19 tem impactado trabalhadores de diferentes setores com demissões, mudanças de local de trabalho e reduções salariais.

Para mapear os efeitos desse cenário entre os empreendedores brasileiros, a Troposlab, empresa especializada em inovação, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), realizou pelo segundo ano consecutivo um estudo sobre a saúde mental das pessoas que atuam nesse setor.

A pesquisa revela que 30,13% dos entrevistados iniciaram acompanhamento psicológico durante a crise sanitária. Além disso, 53,5% dos participantes disseram ter sido diagnosticados com ansiedade, e 11,22% com depressão — as avaliações foram realizadas por profissionais especializados. O levantamento contou com a participação de 312 empreendedores de vários estados do país.

Quando comparado ao estudo realizado no ano passado, foi possível perceber que, proporcionalmente, houve uma maior quantidade de pessoas que começaram a utilizar medicamentos psiquiátricos em 2021 –26% neste ano, enquanto 16% alegaram tomar esse tipo de medicação em 2020. A atual edição da pesquisa mostra também que o início do uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%, e de antidepressivos de 3% para 8%, em relação ao ano anterior.

De acordo com Marina Mendonça, sócia e diretora de cultura da Troposlab, existe uma conexão significativa entre o sofrimento psicológico e a queda da renda dos empreendedores. “No geral, é possível observar que empreendedores que reportam queda na renda também estão classificados com mais frequência com sintomas moderados e severos de ansiedade ou depressão. Em relação ao estresse, pessoas que respondem que tiveram queda na renda também apresentam mais sintomas severos”, afirma.

O estudo observou ainda que, no ano passado, 51,1% dos empreendedores tiveram a vida afetada pela pandemia, mas que se sentiam bem a maior parte do tempo, enquanto 24,9% dos empreendedores afirmaram que foram muito afetados. Já em 2021, 53,31% dos respondentes sentem que foram afetados e 21,49% muito afetados. Isso demonstra que não há diferenças significativas entre os períodos.

Quanto à percepção geral dos participantes sobre a pandemia, a maioria diz considerar o ambiente mais incerto (73,72%), mas os índices de 2021 são um pouco menores do que os de 2020. Por outro lado, 77,89% afirmam possuir habilidades para lidar com os desafios impostos pela crise sanitária, afirmação que se mantém semelhante aos dados do ano passado

Os resultados continuam a apontar que as mulheres apresentam maior intensidade de sintomas severos para ansiedade (12,50%), quando comparadas aos homens (2,84%), estresse (7,35% contra 1,13%) e também maior prevalência de depressão (6,61% contra 2,84%).

“Nosso objetivo é aprender sobre o empreendedor. Percebemos lacunas de conhecimento sobre como ele se desenvolve, sua personalidade, saúde mental e outros elementos que impactam suas escolhas e desempenho nos projetos empreendidos. Em nossa visão, gerar conhecimento sobre esses elementos pode nos ajudar a construir um ambiente de negócios mais sustentável”, diz Mendonça.

“Essa pesquisa é um de nossos esforços e entregas para esse ecossistema. Para que ele nos aproxime de parceiros e provoque novas iniciativas que gerem frutos para a ciência no Brasil e para o desenvolvimento saudável de nosso ambiente de negócios e inovação”.

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Com MC Soffia e Valentina Schulz, série no YouTube aborda saúde mental de crianças e adolescentes https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/com-mc-soffia-e-valentina-schulz-serie-no-youtube-aborda-saude-mental-de-criancas-e-adolescentes/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/com-mc-soffia-e-valentina-schulz-serie-no-youtube-aborda-saude-mental-de-criancas-e-adolescentes/#respond Fri, 05 Nov 2021 10:00:06 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/WhatsApp-Image-2021-11-04-at-22.49.36-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1285 “A crise de ansiedade é quando uma caixa de som dá microfonia. Dá aquele barulho chato, ensurdecedor. É isso. Quando a caixa estoura, é a crise.” O exemplo é de Júlia Katula, 17, estudante entrevistada na websérie “Vc tbem sente?”.

O programa faz parte do Saúde da Infância, canal no YouTube da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, mantenedora do Hospital Infantil Sabará.

São sete episódios, com cerca de dez minutos cada um, apresentados pela rapper MC Soffia, 17, e pela youtuber Valentina Schulz, 18. Elas conversam sobre saúde mental com outros adolescentes e abordam temas como ansiedade, depressãobullying e suicídio.

O primeiro capítulo estreou na quarta-feira (3) e teve a participação da psicanalista Tide Setúbal, que explica a diferença entre sentir medo, ansiedade e ataques de pânico.

Os próximos episódios vão ao ar semanalmente, sempre às quartas-feiras, ao meio-dia.

O Saúde da Infância existe desde 2019 e é uma iniciativa da fundação para tratar exclusivamente sobre temas relacionados a crianças, com a chancela da maior instituição da área no país.

A assinatura da websérie é da Plano Astral Filmes, produtora da cineasta Cecilia Engels, que se dedica a projetos com propósito educacional, cultural e com potencial de transformação social.

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Covid e estresse causam queda de cabelo; especialistas explicam https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/27/covid-e-estresse-causam-queda-de-cabelo-especialistas-explicam/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/27/covid-e-estresse-causam-queda-de-cabelo-especialistas-explicam/#respond Wed, 27 Oct 2021 10:00:13 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/alopecia-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1264 Um estudo publicado pelo Journal of the American Academy of Dermatology, feito por um grupo internacional de pesquisadores e divulgado em agosto deste ano, aponta que houve um aumento de 400% nos casos de queda de cabelo desde o início da pandemia da Covid-19.

Os processos inflamatórios e infecciosos provocados pelo coronavírus alteram o ciclo capilar e aumentam a queda, condição conhecida como eflúvio telógeno, explica o médico e cirurgião capilar Thiago Bianco.

“O ciclo capilar é composto por quatro fases: anágena, quando há o crescimento das hastes pilosas, catágena, fase intermediária do ciclo, telógena, caracterizada pelo envelhecimento do fio, e a exógena, quando o cabelo cai.”

“Nos casos de Covid, há uma aceleração para a fase telógena, antecipando a troca dos fios, o que leva a uma diminuição do volume”, diz Bianco.

Rodrigo Cintra, cabeleireiro e um dos apresentadores do programa Esquadrão da Moda, do SBT, conta que 60% das suas clientes que tiveram Covid-19 reclamaram da condição. “Queda de cabelo mexe totalmente com a autoestima das mulheres. Elas chegam ao salão bem tristes”, relata.

A psicóloga Anaclaudia Zani Ramos ressalta que, além do processo físico da doença, as pessoas contaminadas enfrentam estresse e ansiedade com medo do agravamento do quadro, o que também pode acelerar a perda dos fios.

“Doenças emocionais também têm consequências sistêmicas, como taquicardia, sudorese e manchas na pele, além da queda de cabelo. Há um desequilíbrio hormonal no organismo”, observa.

Nesses casos pode ocorre a alopecia areata, que é a queda de cabelo causada por doenças autoimunes ou desencadeada por fatores emocionais, diz Ramos.

Bianco afirma que quando a perda dos fios acontece em decorrência de doenças infecciosas, como a Covid-19, ou por transtornos psicológicos, ela é reversível.

“O tratamento pode ser feito por suplementação de micronutrientes envolvidos na síntese das hastes pilosas para estabilizar e acelerar o processo de recuperação e desenvolvimento da nova cobertura capilar”, explica.

O médico afirma que não há nenhuma orientação específica quanto a restrições no uso de tinturas ou outras químicas. “Para inibir o desenvolvimento da condição é preciso identificar e tratar a causa base da queda dos fios.”

Cintra tem a mesma posição. “A queda não é um processo externo. Uma química pode quebrar o cabelo, mas não faz cair”, diz

“O que não pode deixar de fazer é lavar os cabelos como de costume. A falta de lavagem correta pode acarretar no aumento da oleosidade e piorar o quadro”, destaca.

No salão, o cabeleireiro realiza uma purificação no couro cabeludo. “Como a Covid-19 causa um processo inflamatório, é o que temos de ferramenta para manter essa região mais saudável.”

Ele afirma também que sempre aconselha seus clientes a procurar um médico. “É importante identificar por que o coronavírus causou a queda. Pode ser que outros fatores se somaram com à Covid. Por exemplo, a pessoa pode estar com a taxa hormonal alterada ou com baixa taxa de ferro e ferritina. Fazer um check-up com exames de sangue resulta em um diagnóstico mais certeiro.”

Ou seja, quando a pessoa notar que está perdendo muitos fios, é importante procurar um especialista, como um dermatologista ou tricologista, para receber um diagnóstico correto e fazer um tratamento adequado.

Se houver suspeita de que a causa pode ser por fatores emocionais, é preciso consultar um psicólogo ou psiquiatra.

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Artrite reumatoide gera sintomas de depressão e ansiedade em pacientes https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/21/artrite-reumatoide-gera-sintomas-de-depressao-e-ansiedade-em-pacientes/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/21/artrite-reumatoide-gera-sintomas-de-depressao-e-ansiedade-em-pacientes/#respond Thu, 21 Oct 2021 09:00:32 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/2a8868e6d3cbfea78145745b353a50f0e3d817e87cd3c32052ef65a19557101b_5adbddc69dfc6-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1252 Dificuldade de locomoção, perda de autonomia para as tarefas do dia a dia e vida social mais restrita. Essas são as principais mudanças que a artrite reumatoide provocou na vida dos pacientes ouvidos em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido da Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson.

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, crônica e progressiva que afeta as articulações, podendo provocar desgaste ósseo, limitações físicas, dor e fadiga. A prevalência é de duas a três vezes maior nas mulheres.

Um dos mitos em relação à artrite é que ela seria uma enfermidade exclusiva dos idosos. Os primeiros sintomas costumam se manifestar entre os 30 e os 40 anos, em plena idade produtiva, ameaçando a realização das atividades diárias e a vida profissional e social do paciente.

O levantamento feito pelo Instituto Ipsos ouviu 144 pessoas com diferentes doenças autoimunes, em escutas online com 30 minutos de duração, entre o fim de 2020 e o início de 2021.

A maioria (54%) do total de entrevistados com artrite reumatoide relatou uma peregrinação por quatro ou mais médicos até que a doença fosse corretamente identificada. Mais de um a cada cinco pacientes (21%) não foi diagnosticado por um reumatologista.

“Em geral, existe um desconhecimento sobre os sintomas da artrite reumatoide. É importante saber reconhecer os sinais de possíveis alterações nas articulações e ter em mente que o reumatologista é o profissional mais indicado para investigar esse quadro, iniciando o tratamento o quanto antes”, afirma Dawton Torigoe, chefe de reumatologia da Santa Casa de São Paulo.

Os principais sintomas são dor, inchaço e aumento da temperatura nas articulações, rigidez matinal, nódulos de tecido sob a pele dos braços (nódulos reumatoides), fadiga, febre e perda de peso.

Por ser uma doença incapacitante, que causa dor e que costuma demorar para ser diagnosticada e tratada, a artrite pode causar sintomas de depressão e de ansiedade nos pacientes. Na pesquisa do Instituto Ipsos, 13% relataram ter depressão, desânimo e dano psicológico.

Diferentes fatores mencionados pelos pacientes, como o afastamento das atividades sociais, a interrupção das práticas esportivas e o abalo na vida profissional, podem impactar na saúde mental dessas pessoas.

Os dados corroboram com os achados científicos que reforçam a ligação entre a enfermidade e quadros depressivos. Estudos revelam que a prevalência de transtornos depressivos em portadores da doença varia entre 13% e 47%, de acordo com o tamanho e as características das populações analisadas.

Torigoe revela que dos 900 pacientes com artrite reumatoide que atende na Santa Casa, 5% fazem acompanhamento psiquiátrico.

Alguns trabalhos apontam que a depressão teria um efeito direto sobre as citocinas, substâncias que estimulam o processo inflamatório relacionado à artrite reumatoide. “Especialmente neste contexto pandêmico, já permeado por fatores estressores para grande parte das pessoas, estimular o cuidado multidisciplinar do paciente reumático, com grande atenção à saúde mental, é muito importante. Vale destacar que o transtorno mental também pode interferir na adesão ao tratamento, agravando o quadro”, explica Torigoe.

Além do reumatologista, os pacientes que têm depressão e ansiedade devem procurar tratamento psicológico ou psiquiátrico. O médico observa também que o exercício físico e a fisioterapia (quando há um comprometimento maior das articulações) melhoram não apenas os sintomas da artrite, mas também a saúde mental dessas pessoas.

“Estamos falando de uma doença crônica e progressiva. Sem tratamento, a artrite reumatoide pode limitar a realização de atividades básicas do dia a dia, como escovar os dentes ou pentear os cabelos”, exemplifica Torigoe.

Embora não exista cura para a doença, ela pode ser tratada com as chamadas DMARDs (drogas antirreumáticas modificadoras de doença), anti-inflamatórios e imunossupressores.

Pessoas que foram diagnosticadas com artrite reumatoide relataram

  • Dificuldade de locomoção – 75%
  • Perda de autonomia para as tarefas do dia a dia – 50%
  • Parou de sair, ir a festas, ficou mais em casa – 38%
  • Parou de praticar atividade física – 29%
  • Impacto no trabalho (redução de horas, mudança de função) – 29%
  • Parou de trabalhar, aposentou-se – 21%
  • Teve depressão, desânimo, dano psicológico – 13%
  • A vida mudou totalmente – 13%
  • Abandonou os estudos ou foi prejudicado nos estudos – 13%
  • Foi demitido – 8%
  • Aprendeu a conviver com dor – 4%
  • Mudança ou melhoria no hábito alimentar – 4%
  • Outros – 29%

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Estudo da Unifesp aponta alto consumo de álcool entre idosos https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/15/estudo-da-unifesp-aponta-alto-consumo-de-alcool-entre-idosos/#respond Fri, 15 Oct 2021 13:40:06 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/4a8a0fafb79ccefb084f2808d7c25f219f6cfdf004f8ba55c93c6179d039d032_5ae6c0011da91-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1245 Agência Fapesp – Estudo conduzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) indica que aproximadamente um em cada quatro brasileiros (23,7%) com 60 anos ou mais consome álcool. Além disso, 6,7% (aproximadamente 2 milhões de idosos) relatam ter ingerido no último mês várias doses em uma ocasião –padrão de consumo abusivo conhecido como “binge drinking”, ou seja, o uso excessivo de uma só vez. E 3,8% (mais de 1 milhão) costumam beber, em uma semana típica, quantidades que podem colocar em risco sua saúde.

Para estimar a prevalência dos padrões de consumo de álcool da população geral idosa, o grupo da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) fez uma análise dos dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), com uma amostra de 5.432 brasileiros acima de 60 anos. Também se buscou avaliar os padrões de consumo de álcool em idosos da atenção primária (primeiros atendimentos médicos). Para isso, foram utilizados dados da triagem inicial do ensaio clínico realizado em sete Unidades Básicas de Saúde (UBS) com 503 participantes.

Em ambos os estudos foram identificados fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde associados aos diferentes padrões de consumo. A ingestão de álcool foi mais comum na região Sudeste e na atenção primária, quando comparada à população idosa geral. Em ambos os grupos estudados (idosos em geral e atenção primária), os homens relataram maior consumo de álcool (tanto em quantidade quanto em relação ao consumo no padrão “binge”), bem como os mais jovens e aqueles com maior escolaridade.

Financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio do projeto temático “Intervenções inovadoras frente a problemas relacionados ao consumo do álcool no Brasil: busca de novas abordagens para uma antiga questão de saúde pública”, a pesquisa e seus desdobramentos foram recentemente publicados nos periódicos científicos Substance Use & Misuse e BMJ Open.

De acordo com Tassiane de Paula, primeira autora dos artigos, “é fundamental entender esse problema para propor estratégias para redução do consumo de álcool entre os idosos”.

Intervenção de baixo custo 
O grupo desenvolveu uma proposta de Intervenção Breve para Idosos (IBI) e elaborou um protocolo para testar a efetividade dessa intervenção na atenção primária, administrada por agentes comunitários de saúde, com apenas 6% de recusa entre os primeiros 80 participantes recrutados.

“As evidências sugerem que intervenções breves são eficazes na redução do consumo de álcool entre adultos mais velhos. No entanto, a eficácia dessas intervenções quando realizadas por agentes comunitários de saúde em um ambiente de atenção primária à saúde é desconhecida. Até onde sabemos, este será o primeiro ensaio clínico randomizado a examinar isso”, escreveram as pesquisadoras no artigo publicado.

Duzentos e quarenta e dois indivíduos considerados bebedores de risco serão recrutados e alocados aleatoriamente para receber o atendimento usual (lista de espera) ou atendimento usual mais uma intervenção breve realizada por agentes comunitários de saúde treinados em UBS que fazem parte do SUS (Sistema Único de Saúde).

O estudo Alcohol and ageing: rapid changes in populations present new challenges for an old problem pode ser lido em aqui.

E o artigo Brief interventions for older adults (BIO) delivered by non-specialist community health workers to reduce at-risk drinking in primary care: a study protocol for a randomised controlled trial está disponível em aqui.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Unifesp.

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É possível ter um transtorno psicológico e viver bem, diz psicóloga Ana Gabriela Andriani https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/e-possivel-ter-um-transtorno-psicologico-e-viver-bem-diz-psicologa-ana-gabriela-andriani/#respond Sun, 10 Oct 2021 10:00:18 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-09-at-12.42.10-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1208 O que é ter saúde mental? Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), a saúde mental é um estado de equilíbrio psíquico, físico e que envolve questões sociais. Não é definida apenas pela ausência de uma doença.

A psicóloga Ana Gabriela Andriani concorda com esse conceito. “É possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização”, observa.

Andriani ressalta que todos nós, tendo ou não um diagnóstico de transtorno mental, sofremos oscilações emocionais ao longo da vida. Para evitar as crises, quando for necessário, é preciso buscar tratamento medicamentoso com um psiquiatra e fazer psicoterapia.

Ela explica que a terapia é um caminho para o autoconhecimento. “É um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.”

Neste domingo (10) é celebrado do Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi criada em 1992 por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental com o objetivo de educar e conscientizar a população sobre a importância do tema e diminuir o estigma social.

Na entrevista a seguir, a psicóloga fala sobre a ideia que temos a respeito do que é uma mente sã e sobre os impactos culturais e históricos no psicológico da sociedade.

A depressão já foi chamada de “mal do século”. Atualmente, o burnout tem sido associado à geração millennial (pessoas nascidas entre 1980 e 1995). Como você vê essa relação entre transtornos e gerações? 
Sem dúvida existe uma correlação entre o momento social e histórico e os transtornos psíquicos que são produzidos ali. Porque os transtornos psíquicos são constituídos a partir das condições de vida das pessoas, da cultura da sociedade e do que acontece ali em termos sociais. Então, por exemplo, na época do Sigmund Freud (1856-1939), que era uma época de grande repressão sexual, o transtorno mais comum, ao qual ele de dedicou a estudar, era a histeria. Em períodos pós-guerra, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiam neuroses de guerra, que são caracterizadas por depressão e por grandes traumas. Hoje, num momento que a gente tem uma cultura que valoriza muito a aceleração e a alta performance, a gente vê crises de ansiedade, burnout e crises de pânico como sendo os transtornos mais vigentes.

Agora, para a gente conseguir elaborar, simbolizar o está vivendo, a gente precisa se conhecer. Saúde psíquica também tem a ver com autoconhecimento. Porque o autoconhecimento amplia a nossa capacidade de pensar sobre nós mesmos e sobre o mundo, sobre as nossas relações, sobre tudo que a gente está vivendo.

Receber um diagnóstico de transtorno psicológico pode ser um baque para algumas pessoas. É possível continuar tendo uma vida feliz e equilibrada mesmo convivendo com um transtorno e tendo que tomar medicações para o resto da vida? 
Sim, é possível ter um transtorno ou um distúrbio de personalidade e ter uma vida equilibrada. Considerando que uma vida equilibrada não significa uma vida sem momentos de desestabilização, de tristeza e de desorganização.

É importante considerar que a gente vai oscilar emocionalmente ao longo da vida. Em quem tem um transtorno ou um distúrbio de personalidade também vai sofrer oscilações. Mas é possível evitar uma crise expandida ou mesmo viver crises com o uso de medicamentos receitados por um psiquiatra. Mas não só isso. Também por meio da realização de uma psicoterapia, que é um trabalho em que a pessoa vai poder se conhecer melhor, entender o que está sentindo, o que se passa com ela e qual é o sentido disso que está acontecendo com ela, de onde veio isso. E aí ela vai conseguir elaborar e pensar também como reagir.

É importante dizer que o remédio sozinho não vai dar conta de tornar uma pessoa mais saudável. Ele é muito importante porque traz uma estabilidade, mas é o trabalho de psicoterapia que vai propiciar à pessoa se conhecer melhor, expandir sua capacidade de pensar sobre ela mesma, sobre o que está vivendo, e é isso que vai poder transformá-la.

Com a pandemia da Covid-19, o assunto saúde mental está sendo muito debatido. Você acha que a visibilidade que o tema tem recebido tem ajudado a diminuir o estigma em relação aos transtornos psicológicos? Ou ainda temos muito caminho pela frente? 
Acredito que sim, que os assuntos relacionados à saúde mental e aos transtornos psicológicos têm sido mais divulgados. Por exemplo, neste ano e no ano passado, por conta da pandemia, falou-se bastante sobre crises de casais, sobre relações familiares, sobre burnout, crises de pânico. Vários psicólogos se disponibilizaram a fazer atendimentos gratuitos.

Acho que o tema tem sido mais debatido e as pessoas têm tido mais informações sobre isso, o que é muito bom, porque as pessoas passam a ter uma ideia de que elas não precisam só cuidar do corpo, elas precisam cuidar também da saúde mental.

Aliás, faz parte do conceito saúde esse entrelaçamento entre corpo e psique. Acredito que tanto as empresas como área do esporte, todas essas instâncias têm se voltado mais para o cuidado com a saúde mental.

Casos como o da atleta Simone Biles, que deixou de disputar algumas provas nas Olimpíadas para priorizar a saúde mental, jogam uma luz sobre a necessidade de as pessoas respeitarem seus momentos. Você acha que estamos no fim da era do “trabalhe enquanto eles dormem”? 
O que vêm mudando é que tanto as instituições como as pessoas vêm percebendo a grande necessidade de cuidar da saúde mental. Estão percebendo que essas questões relacionadas à saúde mental não podem ser deixadas de lado, porque senão a pessoa que está lá na empresa não trabalha, o atleta não tem bom desempenho, ninguém consegue ficar com uma sensação de bem-estar e viver suas vidas de forma mais saudável.

Acho que a gente vive tempos em que é exigido alta performance, alto desempenho, até uma perfeição do corpo, do trabalho, do cuidado com os filhos e uma aceleração. Tudo isso é naturalmente produtor de ansiedade. Acho que isso não vai mudar, pelo menos por enquanto. A gente vive numa sociedade com essas características.

O que eu tenho impressão que vem mudando é a necessidade de cuidado com a saúde mental atrelado ao trabalho, atrelado à alta performance e ao bom desempenho. Então, por exemplo, no esporte, vem se percebendo a necessidade de se cuidar, de saber como esse atleta está emocionalmente nas suas relações familiares, de como ele está em termos de ansiedade, e das necessidades emocionais dele para que ele consiga estar bem para desempenhar um bom trabalho. Não é que agora vai ser cuidar da saúde mental e deixar a questão do desempenho de lado. A questão, e acho que essa é a grande mudança, é que vamos cuidar das duas coisas ao mesmo tempo, o psicológico atrelado ao físico e ao trabalho, ao desempenho profissional de maneira geral.

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Medo de voltar a frequentar eventos sociais? Especialistas dão dicas para respeitar seu ritmo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/09/medo-de-voltar-a-frequentar-eventos-sociais-especialistas-dao-dicas-para-respeitar-seu-ritmo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/09/medo-de-voltar-a-frequentar-eventos-sociais-especialistas-dao-dicas-para-respeitar-seu-ritmo/#respond Sat, 09 Oct 2021 10:00:34 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/GUARUJA-1-300x215.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1196 Em setembro, uma pesquisa Datafolha mostrou que para 80% dos entrevistados a pandemia da Covid-19 está controlada em parte (71%) ou totalmente (9%). Essa percepção pela maioria da população ocorre em meio ao avanço da vacinação em todo o país e à queda do número diário de casos e de mortes pela doença.

Neste cenário, algumas cidades avaliam desobrigar o uso de máscaras e a volta dos torcedores aos jogos de futebol. Até as escolas de samba já discutem a organização do Carnaval 2022.

Ao mesmo tempo, especialistas alertam sobre os perigos de relaxar medidas de contenção contra o coronavírus num momento em que a Covid-19 ainda mata em média mais de 400 pessoas por dia. Nesta sexta (8), o país passou de 600 mil mortos pela doença.

Ou seja, os eventos estão sendo retomados, mas a pandemia ainda não acabou. Essa situação acaba gerando ansiedade e dúvidas sobre como voltar à “vida normal”.

A seguir, especialistas dão dicas para enfrentar esse período de transição sem desrespeitar seus limites.

Respeite a sua retomada
O comércio e os eventos culturais já estão funcionando de maneira cada vez mais próxima de como era antes do início da pandemia. No entanto, muitas pessoas ainda estão receosas de voltar a frequentá-los, mesmo tomando os devidos cuidados.

“Se você é uma delas, seja qual for o seu medo, não se sinta pressionado a nada. Cada um tem seu próprio ritmo. Só não permita que este medo te domine e te impeça de retomar sua vida. Se chegar a este ponto, será preciso buscar ajuda de um especialista”, aconselha Cristiane Romano, doutora em ciências e expressividade pela USP (Universidade de São Paulo).

“Todo esse cenário da pandemia nos fragilizou. Pessoas sem histórico de transtornos sendo acometidas por ataques de pânico e ansiedade. Quem já tinha algum tipo de doença psiquiátrica precisou de um suporte maior. Difícil ficar indiferente a tudo que ainda estamos passando”, afirma a psicóloga Flávia Teixeira.

Enquanto isso, tente adequar sua rotina e evite variar muito os horários de dormir. A privação do sono é um forte gatilho para transtornos de ansiedade. “Quando você não dorme o suficiente para ser produtivo ou trabalha até tarde da noite, prejudica a rotina do sono, desregulando seu relógio biológico. Isso resulta em uma extrema exaustão, pois o organismo, que já está habituado com um determinado padrão de sono, sofre um forte impacto, precisando de tempo e resistência para se adequar às mudanças. Sendo assim, quanto mais você praticar a rotina em casa, mais fácil será para retomar suas atividades de forma leve, natural, espontânea e sem traumas”, observa o psiquiatra Adiel Rios.

Desenvolveu algum hábito bom na quarentena? Mantenha 
Para enfrentar o isolamento social durante a quarentena, muitas pessoas desenvolveram hábitos para driblar o estresse.

Criou uma brincadeira diferente com seu filho? Mantenha-a quando estiver com ele. Teve ideia de fazer pequenos trabalhos de restauração ou pintura de móveis? Adote o hobby. Aprendeu a meditar para relaxar? Se funcionou para você, não pare mais.

“Poucas pessoas têm consciência que, para uma boa saúde mental, é preciso buscar atividades que proporcionem prazer e bem-estar. Portanto, se você descobriu algo interessante na quarentena que até te fez esquecer da pandemia por alguns instantes, não pare de praticar. Seja individualmente ou com alguém, realizar novas atividades mantém sua mente ativa e saudável. E isso é tudo o que você precisa neste momento”, pontua a psiquiatra Danielle Admoni.

Evite a automedicação e mantenha a terapia
Um levantamento feito pela Funcional Health Tech, empresa de inteligência de dados e serviços de gestão no setor de saúde, a partir da coleta de informações de aproximadamente 1 milhão de brasileiros, mostrou que, entre janeiro e julho deste ano, o consumo de medicamentos para ansiedade depressão cresceu 14% em comparação ao mesmo período de 2020.

“Tomar antidepressivos ou ansiolíticos sem acompanhamento e, pior, mudar a dose ou interromper o uso sem orientação, é uma atitude irresponsável e perigosa. Se você está em um nível de ansiedade tão grande a ponto de recorrer a estes medicamentos, o melhor a fazer é buscar ajuda com um especialista, que irá te avaliar e indicar o tratamento ideal para sua condição”, afirma o psiquiatra Adiel Rios.

Segundo o médico, é preciso ficar atento a sintomas como tristeza profunda e contínua, apatia, desânimo, perda do interesse pelas atividades que gostava de fazer, pensamentos negativos (ideias de fracasso, incapacidade, culpa, pensamentos de morte) e alterações do sono e do apetite. “O tratamento pode envolver o uso de psicofármacos, associados à psicoterapia.”

Não faça do álcool a sua válvula de escape
Em maio do ano passado, uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) revelou alterações de comportamento na população brasileira durante as primeiras semanas do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus.

Aumento de sintomas depressivos, de ansiedade e de consumo de cigarros e de álcool foram relatados pelos participantes

No ápice do isolamento social, com menos interação com colegas e familiares, foi mais fácil perder o controle do uso de algumas substâncias prejudiciais à saúde. “Se continuar com este hábito, terá uma conta alta em breve, aumentando ansiedade, ataques de pânico e outros sintomas psiquiátricos. Pior: o impacto cerebral deste uso abusivo pode perdurar por muito tempo, mesmo quando acabar a pandemia”, alerta a psiquiatra Danielle Admoni.

Entenda o que você pode e o que não pode controlar
Durante a pandemia, as pessoas sentiram que perderam o controle sobre suas vidas. “Neste momento de incertezas, tente basear suas escolhas em fontes confiáveis de informações e diretrizes, como instituições acadêmicas ou governamentais. Há decisões que não precisam ser tomadas com sofrimento, como voltar a trabalhar na empresa ou continuar em home office”, diz a psicóloga Flávia Teixeira.

“No entanto, às vezes é necessário simplesmente reconhecer que há situações na vida que não podemos controlar. Se você está com dificuldade em aceitar esta realidade, há formas de lidar com suas preocupações. Escreva em um caderno o que vem à mente, como se fosse um diário. Isso torna seu pensamento mais lento, focado e eficiente, trazendo novas perspectivas e maior clareza para assimilar determinadas questões”, sugere a educadora parental Stella Azulay.

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Consultas de terapia online crescem 151% no 1º semestre de 2021, mostra levantamento da Zenklub https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/consultas-de-terapia-online-crescem-151-no-1o-semestre-de-2021-mostra-levantamento-da-zenklub/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/consultas-de-terapia-online-crescem-151-no-1o-semestre-de-2021-mostra-levantamento-da-zenklub/#respond Thu, 07 Oct 2021 10:00:04 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/2702b99f013fa9411914f32816be4e41789f270846142409a51e7ac09570aaa3_5e6e033617da9.jpg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1188 Desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado, muitos profissionais tiveram que deixar seus locais de trabalho e se adaptar ao home office. Os que precisaram continuar no regime presencial enfrentaram constantemente o medo de se infectar pelo coronavírus.

Como uma maneira de dar suporte emocional e evitar casos de depressão, de ansiedade e mesmo de burnout, algumas empresas oferecem sessões de psicoterapia e plantões psicológicos aos empregados.

Na plataforma de saúde mental Zenklub, que atende funcionários de mais de 300 empresas, a procura por terapia online cresceu 151% no primeiro semestre de 2021 comparado ao mesmo período do ano passado, saltando para 50 mil sessões realizadas por mês.

O número de colaboradores também aumentou. No último mês de julho, 175 mil pessoas tinham acesso aos serviços da empresa, um salto de 400% em relação ao final do ano de 2020, quando eram 35 mil.

Atualmente, o Zenklub atende 1,5 milhão de brasileiros espalhados por 187 países e 1.205 cidades. A plataforma disponibiliza sessões online com mais de 5.000 psicólogos, psicanalistas, coaches e terapeutas.

No entanto, as pessoas que não estavam acostumadas também precisaram se adaptar à terapia virtual. Leia a seguir a entrevista com Daniele Nazari, psicóloga do Zenklub, sobre como aproveitar melhor as sessões.

Como o paciente pode se preparar para aproveitar melhor a sessão online? É importante encontrar um lugar silencioso e distante de outros familiares que estejam na mesma casa, por exemplo?
Na psicologia usamos um termo chamado “setting terapêutico”, que se refere ao espaço no qual a relação terapeuta e paciente acontece. Então, mesmo online, é importante proporcionar esse ambiente para que a pessoa esteja com o foco no momento presente. A atenção deve estar voltada ao que se está fazendo no momento. Isso fica mais fácil quando se está em um ambiente silencioso, confortável e, principalmente, privado de interferência, para que o paciente se sinta à vontade para conversar e expor o que sente sem se preocupar se outras pessoas estarão ouvindo a conversa.

O que não é recomendado o paciente fazer durante a terapia?
Não é recomendado conectar a sessão em ambientes que tenham muito barulho e distrações que tirem sua atenção da videochamada. Por exemplo, dentro do ônibus, no Uber, no shopping e locais onde há interação com outras pessoas. Isso pode interferir nas reflexões psicoterapêuticas.

Já tive a experiência de atender um cliente enquanto ele estava dirigindo para o trabalho. Tentamos fazer por ligação telefônica para a videochamada não atrapalhar sua atenção ao trânsito. Só que obviamente essa foi sua prioridade e o atendimento não se tornou tão efetivo. Mas também entendo que foi a possibilidade que ele conseguiu encaixar, então temos que ter a flexibilidade e respeitar o formato que está ao alcance. O importante é que a pessoa está buscando ajuda.

Existe algum tipo de manual de conduta também para os psicólogos que atendem online?
O CFP (Conselho Federal de Psicologia) desenvolveu uma cartilha sobre aspectos éticos no atendimento online, mas não especificamente de conduta. Entendo que o espaço terapêutico é construído por ambas as partes, cliente e profissional. Logo, cabe aos profissionais terem a maior responsabilidade de conduzir o cliente no formato mais adequado, resgatar a atenção dele, manter o foco no presente e a concentração na sessão.

Por isso, é necessário que o profissional esteja em um ambiente adequado de trabalho, sem ruídos e interferências, e mantenha uma postura ética para mostrar formalidade e seriedade no seu serviço, pois é o que está ao alcance dele para proporcionar um bom atendimento.

Nos meus atendimentos, gosto sempre de ressaltar na primeira sessão que o cliente pode se sentir como se estivesse em um consultório presencial, para ele ficar tranquilo quanto à parte ética e sigilosa do que vamos tratar no atendimento.

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Aumenta consumo de remédios para depressão e ansiedade durante a pandemia, aponta estudo https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/06/aumenta-consumo-de-remedios-para-depressao-e-ansiedade-durante-a-pandemia-aponta-estudo/ https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/06/aumenta-consumo-de-remedios-para-depressao-e-ansiedade-durante-a-pandemia-aponta-estudo/#respond Wed, 06 Oct 2021 09:00:46 +0000 https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/1315a14b1001f2c740dcaca41d634f96d70d29c7f01a16132d0f328ba8bd3483_611dd0e830105-300x215.jpeg https://saudemental.blogfolha.uol.com.br/?p=1180 Um levantamento feito pela Funcional Health Tech, empresa de inteligência de dados e serviços de gestão no setor de saúde, a partir da coleta de informações de aproximadamente 1 milhão de brasileiros, mostrou que, entre janeiro e julho deste ano, o consumo de medicamentos para ansiedade e depressão cresceu 14% em comparação ao mesmo período de 2020.

O grupo analisado é composto por colaboradores das empresas clientes da Funcional Health Tech.

De acordo com o estudo, mulheres jovens (19 a 23 anos) e que residem nas capitais do país foi o perfil que mais cresceu no consumo de ansiolíticos e antidepressivos.

Ainda com base nos dados da Funcional Health Tech, foi criado um ranking desses medicamentos. Os mais utilizados são antidepressivos, que representam 71,38%, seguidos de sedativos e ansiolíticos (usados no controle da ansiedade), com 41,72%, e os direcionados para tratamento de outras doenças relacionadas ao sistema nervoso, com 15,03%.

“Quando analisamos os dados gerais de consumo de medicamentos de todos os clientes da Funcional, percebemos uma importante diminuição durante a pandemia para a maior parte dos medicamentos, em contraste com o aumento no consumo de antidepressivos e ansiolíticos. O que reforça a relevância dos cuidados com saúde mental desde a chegada da Covid-19”, diz Alexandre Vieira, diretor-médico da Funcional Health Tech.

Em julho, um estudo do CFF (Conselho Federal de Farmácia), a partir de dados da consultoria IQVIA, revelou que nos cinco primeiros meses deste ano houve aumento de 13% da venda de antidepressivos e estabilizadores de humor.

Um pesquisa Datafolha encomendada pela Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e pela farmacêutica Viatris mostrou que 44% dos brasileiros afirmaram que ter tido problemas psicológicos durante a pandemia da Covid-19, decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março de 2020.

Os mais afetados foram mulheres (53%), jovens entre 16 e 24 anos (56%), pessoas economicamente ativas (48%), pessoas com alta escolaridade (57%) e pessoas sem filhos (51%).

Além disso, 28% dos entrevistados relataram que tiveram diagnóstico de depressão ou de outra doença relacionada à saúde mental durante a pandemia, enquanto 46% afirmaram que algum familiar ou amigos próximos tiveram depressão nesse período.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina, com mais de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença, e é o país mais ansioso do mundo, com quase 19 milhões de pessoas que têm transtorno.

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