Será que tenho burnout? Saiba quais são os sintomas e como prevenir a doença
Exaustão emocional, dificuldade de concentração e incapacidade de relaxar são alguns dos sintoma da síndrome de burnout.
O esgotamento profissional, conhecido como burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019.
Ao ser reconhecido como doença, o burnout foi descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito” e que se caracteriza por três elementos: “sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida”.
A OMS explica que o esgotamento “se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida”. Ou seja, são problemas causados pela rotina do trabalho.
Quando não é tratada, a síndrome pode evoluir para casos de depressão, transtornos de ansiedade, além de doenças físicas como hipertensão e distúrbios gastrintestinais.
A psicóloga Sabrina Amaral, fundadora da empresa Epopéia Desenvolvimento Humano, aponta quais são os sintomas do burnout e como prevenir e tratar a doença.
Como saber se estou com síndrome de burnout?
Não existe um exame específico para detectar o burnout. O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação dos sintomas por profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
Quais são os principais sintomas do burnout?
- Exaustão emocional
- Sensação permanente de cansaço
- Insônia e distúrbios do sono
- Dificuldade de concentração
- Lapsos de memória
- Tensão muscular
- Dores crônicas
- Irritabilidade exagerada em situações corriqueira
- Pessimismo exacerbado
- Apatia
- Baixa autoestima e sentimentos de inferioridade
- Sensação de culpa quando fora do trabalho
- Incapacidade de relaxar
Como prevenir a doença?
- Priorizar as tarefas do trabalho, separando aquilo que é urgente
- Aprender a se concentrar em uma determinada tarefa, minimizando as distrações. Muitas vezes esses “ladrões de tempo” são outras atividades relacionadas ao trabalho, como responder emails, fazer pesquisas na internet, realizar telefonemas curtos, reuniões que você não precisava participar etc.
- É importante saber dizer não sem culpa. Geralmente, as pessoas se sobrecarregam por dois motivos: por não reconhecerem seus próprios limites ou por reconhecê-los, mas não respeitá-los dizendo não a mais tarefas
- Ter atenção ao autocuidado. Atividades simples e prazerosas devem fazer parte da rotina para garantir qualidade de vida e equilíbrio. Por isso, é importante cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, meditação, ter horários estabelecidos para uma rotina saudável, diminuir o perfeccionismo e a autocobrança, estabelecer momentos de lazer e relaxamento
Como a doença é tratada?
É preciso procurar ajuda psicológica. Geralmente, a pessoa que sofre com acredita que precisa lidar com suas emoções sozinha, que precisa dar conta de tudo e que pedir ajuda é sinal de fracasso. Acontece que quanto mais ela se sobrecarrega, mais severo se torna o quadro abrindo portas, para doenças físicas e mentais.
Por isso, ter o apoio de um psicólogo é fundamental. Às vezes, poucas horas de terapia podem poupar meses de sofrimento desnecessários. Burnout não é cansaço, não deve ser banalizado. É importante trabalhar o autoconhecimento, entender que os erros fazem parte da vida e procurar não se cobrar tanto.