Pessoas com deficiência mental corresponderam a 1,2% da população brasileira em 2019, aponta IBGE
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (26) o resultado da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde).
O estudo estima que 1,2% da população brasileira com 2 anos ou mais de idade (2,5 milhões de pessoas) tinha deficiência mental em 2019. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, esse percentual foi maior: 2,9%. De acordo com o IBGE, o número de habitantes no país chegou a 213,3 milhões em 2021 (eram 210,1 milhões em 2019).
Entre a população com 18 anos ou mais de idade, 0,3% das pessoas com nível superior tinham deficiência mental. Além disso, considerando a população de 14 anos ou mais de idade 0,1% dos ocupados (105 mil pessoas) e 0,2% dos desocupados (15 mil pessoas) tinham essa deficiência.
Quanto ao rendimento domiciliar per capita das pessoas, 1% das pessoas de 2 anos ou mais de idade com deficiência mental (197 mil pessoas) viviam em domicílios sem rendimento ou com rendimento de até um quarto do salário mínimo.
Segundo o IBGE, a pesquisa sobre deficiência mental não lista tipos de deficiência, mas segue a metodologia internacionalmente recomendada para pesquisas domiciliares sobre o tema.
“Para identificar as pessoas com deficiência mental, inclusive intelectual, verificou-se a dificuldade permanente para realizar as atividades do dia a dia, como se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar, ir à escola, brincar, entre outros, em decorrência de limitações nas funções mentais. Vale ressaltar que, como as crianças ainda estão em fase de crescimento e desenvolvimento das suas funções mentais, a mensuração da dificuldade teve como parâmetro o desenvolvimento esperado para a faixa etária”, informou o IBGE à Folha.
De acordo com a Associação Americana de Deficiência Mental (AAMD), na deficiência mental observa-se uma substancial limitação da capacidade de aprendizagem do indivíduo e de suas habilidades para a vida diária. Assim, o portador dessa deficiência caracteriza-se por apresentar um déficit na inteligência conceitual, prática e social. Já a deficiência múltipla é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias –mental, visual, auditiva e motora–, com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
A PNS é um inquérito domiciliar de abrangência nacional realizado pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil. O objetivo é produzir para o país dados sobre a situação de saúde e os estilos de vidada população brasileira.
O estudo divulgado nesta quinta-feira inclui novos recortes de dados frente à edição anterior, de 2013. O levantamento, contudo, ainda não capta os reflexos da pandemia de coronavírus na área de saúde, já que a Covid-19 chegou ao país em 2020.
Em resumo, a PNS mostra que, em 2019, 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade (8,4% dessa população) tinham alguma das deficiências investigadas (incluindo diversos tipos de deficiências físicas e mentais), e cerca de 8,5 milhões (24,8%) de idosos estavam nessa condição.
Na população do país com 2 anos ou mais de idade, 3,4% (ou 6,978 milhões) tinham deficiência visual; 1,1% (ou 2,3 milhões) tinham deficiência auditiva, dos quais 22,4% conheciam a Língua Brasileira de Sinais (Libras); 1,2% (ou 2,5 milhões) tinham deficiência mental. Cerca de 3,8% (7,8 milhões) das pessoas de 2 anos ou mais tinham deficiência física nos membros inferiores e 2,7% (5,5 milhões), nos membros superiores.
Apenas 28,3% das pessoas com deficiência em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade) estavam na força de trabalho, ante 66,3% daquelas sem deficiência. Cerca de 67,6% da população com deficiência não tinham instrução ou tinham o ensino fundamental incompleto, percentual que era de 30,9% para as pessoas sem nenhuma das deficiências investigadas.
Cerca de 72,3% dos idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade) tomaram a vacina contra a gripe no período analisado pela PNS. Cerca de 15,5% deles sofreram alguma queda nos 12 meses anteriores à entrevista e 34,6% foram diagnosticados com catarata.
Em 2019, 64,6% dos homens com 15 anos ou mais de idade já haviam sido pais e a idade média desses homens quando o primeiro filho nasceu foi de 25,8 anos. Quanto ao planejamento familiar, a PNS apurou que, entre os homens cuja parceira estava grávida ou o último filho tinha menos de 6 anos, 27,3% daqueles entre 15 a 34 anos gostariam de ter esperado mais para ter o filho e 10,4% daqueles com 35 anos ou mais não queriam ter filho ou não queriam ter mais filhos.
Naquele ano, 81,3% das mulheres entre 25 e 64 anos realizaram o exame preventivo para câncer de útero há menos de 3 anos e 6,1% nunca haviam realizado tal exame. Entre as mulheres de 50 a 69 anos, 58,3% haviam feito mamografia há menos de 2 anos, percentual superior ao de 2013 (54,3%). Entre as mulheres de 15 a 49 anos sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 80,5% usavam algum método para evitar gravidez e os mais comuns, considerando a eficácia, foram a pílula (40,6%) e a camisinha masculina (20,4%). Cerca de 17,3% das mulheres desse grupo haviam feito laqueadura.
No Brasil, 4,7 milhões de mulheres de 15 anos ou mais de idade deram à luz entre 29 de julho de 2017 e 27 de julho de 2019. No parto, 87,2% delas foram atendidas por médico(a), 10,4% por enfermeiros(as) e 1,0% por parteiras.
Em 2019, as três doses da vacina contra poliomielite haviam sido aplicadas em 76,0% das crianças de 6 meses a menos de dois anos de idade. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 também constatou que 11,5% das crianças nesse grupo etário tomavam refrigerante.